UM POUCO DE AR, POR FAVOR!
UM POUCO DE AR
POR FAVOR!
POR VALÉRIA GUERRA REITER
A desigualdade é um desequilíbrio que condena o Homo sapiens a morrer antes do tempo “determinado’ pela genética.
A assimetria social é nacional e internacional. Até mesmo na industrializante Inglaterra: a secular desigualdade fez seu ninho, podemos observar tal fato em figuras e personagens como o vendedor de seguros George Bowling, alguém que veio à tona através do cérebro literário, do tipo que analisa e critica habilmente o status quo, através da arte literária.
A vida inspira a ficção e vice-versa, e a mediocridade ou invisibilidade encravada no coração da alma dos indivíduos planejadamente subalternos gera uma cadeia de hierarquização (debochada) pela volúpia dos dominadores da Terra.
“A injustiça em qualquer lugar é uma ameaça à Justiça por toda parte” esta frase fora dita por uma vítima da desigualdade: Martin Luther King, assassinado por ter um sonho: “Tenho um sonho que um dia “todos os vales serão elevados, todas as montanhas e encostas serão niveladas; os lugares mais acidentados se tornarão planícies e os lugares tortuosos se tornarão retos e a glória do Senhor será revelada e todos os seres a verão conjuntamente”. Essa é a nossa esperança.
Mas, o nosso personagem que vendia seguros na Inglaterra dos anos de 1940 foi forjado por Eric Arthur Blair, ou se quiserem George Orwell, e passou seus percalços: “por isso, muitas características de sua vida pessoal parecem ser trazidas a tona, principalmente a relação do homem com a guerra e seus efeitos, principalmente findado o trágico conflito.
Esta história me tocou profundamente, principalmente por trazer uma persona interessante, afinado com a observação das mazelas do mundo. A visão de Orwell é tremendamente lúcida: sobre a extensa maioria das pessoas, ou seja, medíocres, irrelevantes e fadadas ao esquecimento. O escritor de 1984 e Revolução dos Bichos, encontra subsídios na milenar desigualdade para ressaltar a trajetória dos criadouros de desiguais, expressão criada por mim hoje.
Umberto Eco, filósofo e escritor, nos brinda com a obra “Fascismo Eterno” e nela faz uma distinção entre Resistência e Libertação, entre fascismo e fascismo fuzzy. São estes visionários, que fazem da intelecção um passaporte para a cautela na lida com o imperialismo causador da mediocridade gerada nas entranhas do poder do compadrio.
Haver tantas dificuldades diante da regência de um mundo, que aparenta caminhar a passos largos para a multipolaridade, significa que do ponto de vista da evolução sociológica, ainda não projeta nada de novo no front, especialmente por perceber que existem milhões de “Georges Bowling”, usando dentaduras, e milhões de “Martins Luther King” sendo assassinados pelo simples fato de terem o sonho da igualdade.
E dito isso, acrescento, rogando ao sistema viciado: “Um pouco de ar, por favor!”, também fazendo alusão e homenagem ao livro do jornalista e escritor indiano, que foi residir na Inglaterra com um ano de idade: George Orwell.
#ValReiterjornalismohistórico