DA MAÇONARIA ATIVA PARA A ESPECULATIVA

DA MAÇONARIA ATIVA PARA A ESPECULATIVA

Nos anais da história brasileira a instituição teve grande participação política, decisões importantes marcaram épocas de instabilidade, sempre de forma discreta, mas com grandes propósitos. Nomes como José Bonifácio, Luiz Alves de Lima e Silva, acontecimentos como a Inconfidência Mineira; A Revolução Republicana de 1817; A abolição da Escravatura, e muitos outros eventos de bravura por sua influência, era a Maçonaria ativa, mantida pelo tripé: Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Por volta de 1837 houve o primeiro cisma quando foram divididos em dois Grandes Orientes, contudo, vindo mais tarde, a reunificação, promovido pelo Supremo Conselho Duque de Caxias. A Maçonaria brasileira não somente participava de decisões políticas, como também coibia os desmandos do clero promovido pela Igreja Católica romana, pois que a sociedade era anticlerical desde a data do Grão mestrado do Visconde do Rio Branco. Mais tarde houve o reconhecimento da Grande Loja Unida da Inglaterra com maior tradição histórica. Todavia, quando Henrique Valadares deu ênfase ao rito francês do Grande Oriente, tendo eliminado a Bíblia dos juramentos ao Supremo Arquiteto. O rito francês era ateu, e por isso houve rejeição, sendo mais admitido o rito Escocês antigo e aceito que abrange do grau de Aprendiz ao grau Cavaleiro de Kadosch. A irmandade por décadas a fio mantinha a sua lealdade aos princípios defendidos pela instituição, como sendo filantrópica, filosófica e educativa, firmada no tripé da Liberdade, Igualdade e fraternidade. Historicamente, a instituição vinha sofrendo certo esvaziamento em sua capacidade de discutir e corroborar com grandes decisões dentro da história política do Brasil. Perseguida pela tradição católica romana, e explorada por grupos pentecostais que lhes atribuía como sendo obra maligna. Assim, da Maçonaria ativa, passou a ser mais especulativa, quando algumas lideranças por não entender a sua vocação, se enveredaram por dar maior ênfase aos aspectos esotéricos e mesmo admitindo ser sua religião. Notadamente, em Brasília, há um número enorme de Lojas Maçônicas, o que de forma surpreendente, em alguns momentos aos sábados surgiam programas, dando ênfase ao ingresso abrindo oportunidade para se tornar membro, o que jamais a Maçonaria usou dessa prática. Pelo contrário, “os homens livres e de bons costumes eram por vezes identificados por outros membros, e toda uma sindicância muito criteriosa era feita do então candidato, só depois de conhecida toda a sua trajetória de vida adulta, era então encaminhado para a sua iniciação. Portanto, não é de se estranhar que em épocas tão difíceis como esta que estamos passando não tenhamos qualquer manifestação por parte de nenhum dos Grandes Orientes que pudessem coibir tamanho desmando e perseguição a inocentes e desrespeito à Constituição. A mantença do tríplice apelo era a mais notável apreciação por parte da sociedade leiga, que mesmo não entendendo dos seus mistérios, dava crédito a que alguém estivesse sempre agindo em favor da Liberdade, da Igualdade e Fraternidade – era o bastante por dar reconhecimento da força secreta da Maçonaria ativa, hoje prevalecendo apenas de forma especulativa, tanto por parte de algumas divisões e bem assim, da sociedade que antes aplaudia. Certamente que, por princípio continua existindo a parte filantrópica, por sinal, sempre com muita discrição, todavia, nos parece devedora da sociedade que sempre lhes creditou por resguardar a sua Liberdade, Igualdade e Fraternidade.