A ARTE DOS MAUS-CARÁTERES, OS NEGOCIADORES, AS CIÊNCIAS E OS INSURGENTES
Não se negocia com maus-caráteres a não ser quando o caráter do negociador for semelhante.
A política pode até ser a arte dos maus-caráteres, contudo, temos as ciências exatas e as minorias insurgentes para contrapor essa arte.
O escravagismo só conseguiu durar três séculos e meio no Brasil porque se manteve o estado perfeito da arte de dominação e exploração, que trafegava entre senhores da política pública e senhores das propriedades privadas, navegando entre traficantes e negociantes de humanos, com obtusas participações de certos escravizados, que negociavam suas alforrias à troco da manutenção da tortura escravagista de seus iguais, todos maus-caráteres, num mundo de muitas ignorâncias.
Assim, até hoje, século XXI, mesmo não se tendo mais o escravagismo institucionalizado, seguem personificados, nos poderes, os maus-caráteres, que reproduzem modelos de dominações e explorações análogas, sempre contando com a subserviência dos ignorantes, a adesão dos negacionistas e a utilitária distensão dos moderados e oportunistas.
Revoluções rompem esses ciclos, é histórico, porém nem mesmo as revoluções conseguiram derrotar o mau-caratismo, que parece ser inerente a maioria dos DNAs humanos.