A ARTE DOS MAUS-CARÁTERES, OS NEGOCIADORES, AS CIÊNCIAS E OS INSURGENTES

Não se negocia com maus-caráteres a não ser quando o caráter do negociador for semelhante.

A política pode até ser a arte dos maus-caráteres, contudo, temos as ciências exatas e as minorias insurgentes para contrapor essa arte.

O escravagismo só conseguiu durar três séculos e meio no Brasil porque se manteve o estado perfeito da arte de dominação e exploração, que trafegava entre senhores da política pública e senhores das propriedades privadas, navegando entre traficantes e negociantes de humanos, com obtusas participações de certos escravizados, que negociavam suas alforrias à troco da manutenção da tortura escravagista de seus iguais, todos maus-caráteres, num mundo de muitas ignorâncias.

Assim, até hoje, século XXI, mesmo não se tendo mais o escravagismo institucionalizado, seguem personificados, nos poderes, os maus-caráteres, que reproduzem modelos de dominações e explorações análogas, sempre contando com a subserviência dos ignorantes, a adesão dos negacionistas e a utilitária distensão dos moderados e oportunistas.

Revoluções rompem esses ciclos, é histórico, porém nem mesmo as revoluções conseguiram derrotar o mau-caratismo, que parece ser inerente a maioria dos DNAs humanos.

Marco Paulo Valeriano de Brito
Enviado por Marco Paulo Valeriano de Brito em 05/06/2023
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