A FARSA POR TRÁS DA FÉ
A FARSA POR TRÁS DA FÉ
Carlos Roberto Martins de Souza
“...Entrarão no meio de vós lobos cruéis, que não perdoarão o rebanho" - Atos 20:39
É pornográfica a relação da igreja com a politica, uma imoralidade indescritível, e isto é inquestionável. Na história nunca se registrou algo tão sujo, tão nojento, tão baixo, mesmo nos tempos em que os cristãos eram perseguidos, torturados e mortos pelo sistema. As lideranças religiosas evangélicas no Brasil transformaram a igreja num bordel político, numa grande rede de relacionamentos promíscuos, lá se faz qualquer tipo de programa para atender aos fetiches ideológicos dos fiéis e de suas lideranças. O dono do bordel, Jair Mentindo Satãnaro foi declarado “Rei da Farra" pelos crentes, fizeram a coroação em 2018, e por quatro anos ele reinou, mas seu império ruiu, pois esqueceram que, para Deus, prostituição é abominável. Queriam transformar o Brasil numa “terra prometida", num Israel à moda bolsonarista, remendado de mentiras e engodos religiosos e políticos, e partiram para o ataque. Estão, num golpe criaram até um “Jesus de Nazaré” particular, um salvador da Pátria celestial, um ser concebido à imagem e semelhança do Jesus dos políticos, que diziam, era capaz de mudar o país, para dar credibilidade até mergulharam ele no Jordão, debochando do ato mais sublime do cristianismo, o batismo. A ideia era implantar um fundamentalismo religioso na base do ódio aos adversários do “reino", pois, lamentavelmente somos um país atrasado em tudo. E a igreja evangélica só anda no atraso, só anda para trás, e isto ficou claro nos últimos pleitos eleitorais, pois a cada um, o número de “crentes" que se apresentam como representantes de Deus na política dobra, são picaretas que estão explorando o cristianismo e causando danos irreparáveis na fé de nosso povo. Um fantasma assombra a República, a religião, mas outro fantasma assombra a igreja, a República, assim, de assombro em assombro, vamos caminhando para trás, rumo ao abismo. É mais fácil usar o medo como arma, do que estimular as pessoas a exercitarem a inteligência na busca da verdade, é mais cômodo conduzir um bando de conformados, do que um grupo de revoltosos. O “mercado da alma” deu lugar ao “mercado do voto”, o cristianismo se transformou, no Brasil, numa ferramenta política de poder destrutivo imensurável. Na tentativa de acobertar a perda de credibilidade dos evangélicos por práticas contrárias à Bíblia, mercenários resolveram se aliar ao mundo sujo da política, pois lá, em caso se sucesso do plano, poderiam se perpetuar no poder e continuarem escravizando o povo e usando a igreja como instrumento de perseguição. Numa situação normal, a ciência trata do “como”, a religião do “porque", mas no Brasil a religião corre atrás do “como”, é na base do como levar vantagens em troca de apoio político total e irrestrito, de como ter poder político em detrimento do poder espiritual. Vendo que a coisa saiu de controle, que a igreja estava nas mãos de “cafetões”, que estes negociavam apoio da Igreja em troca de favores e perdão de dívidas milionárias, Deus resolveu acabar com a farra, com a promiscuidade religiosa, era preciso dar um basta como lição moral aos irresponsáveis. Era o prego que faltava no caixão da imoralidade espiritual reinante, o crime organizado, usando da politica, estava sendo enraizado nos templos evangélicos adubado pela falta de confiança no sistema evangélico brasileiro. A televisão se transformou numa potente e mortal “máquina espiritual”, num monstro totalitário, muitos canais são dominados por especialistas em trapaças, em farsas, e para manter a audiência e vender seus produtos, topam tudo por dinheiro, assim, vendem a mercenários transvestidos de religiosos honestos, grandes fatias de seus horários. Como a desordem impera nos meios de comunicações no Brasil, ficou fácil usar estes espaços para entrar nas casas e nas mentes doentias das pessoas. Hoje se vê de tudo nas telas evangélicas, menos Deus, pois Ele é apenas um figurante nos programas de negócios da fé promovidos pelos trapaceiros. Com um poder de persuasão jamais visto, os profissionais da fé ludibriam, mentem, enganam, vendem de tudo como sagrado e milagroso, e no final ainda exigem que os pobres telespectadores, anestesiados pelas palavras magicas possam doar tudo que for possível em troca de uma suposta benção dos céus. Escondidos atrás de políticos influentes, eles fazem da televisão o maior negócio religioso de todos os tempos. Essa espúria relação entre religião e política é algo assombroso, e todos os líderes evangélicos se servem dessa complacência e se orgulham de gozar da intimidade com o poder e com as faces ocultas da politica. Ninguém jamais irá saber o que, de fato, os Senhores das igrejas fazem com os milhões que arrecadam através das telinhas. O dízimo constrói fortunas, cria reinos, gera exploração da fé e escraviza pessoas cuja formação espiritual e religiosa é pífia. Criou-se uma farsa em torno do dever religioso do tal crente, de que ele não pode, sob o prisma dos líderes religiosos evangélicos, se posicionar a favor de determinados segmentos ideológicos, pois seriam condenados por Deus. Esta farsa ganhou forma, pois a subserviência aos senhores da igreja é notória, e eles, sabendo disto, partiram para o ataque, com ameaças, mentiras, distorções de textos bíblicos, conseguiram enganar e produzir nos fiéis o medo do Divino. Pregaram e pregam a punição com a perda do céu, desenvergonhados as lideranças abusaram da confiança dos pobres e miseráveis fiéis, aplicaram o golpe de misericórdia e impuseram um criminoso como homem de Deus para o Brasil. Foi tudo muito bem planejado, durante um bom tempo os porões da politica trabalhou para a chegada do “Messias” ao poder, fizeram arranjos, armaram o circo e o Rei foi criado. A ordem agora era não perder o poder, e para tanto, deveriam usar de todos os meios, possíveis e Impossíveis. Assim foi feito, desde a posse vimos um ser cruel, revanchista, deplorável, inconsequente impondo as regras, e para que tudo saísse como planejado ele mandou distribuir cargos para os evangélicos, pois era a sua base, se ela se sentisse ameaçada, tudo iria por agua abaixo. E foi. As baionetas estavam preparadas, o blindados em posição de ataque, as Forças Armadas comprometidas até o pescoço com o golpe, era apenas uma questão de tempo, porém, pela incompetência total dos golpistas, tudo deu errado. A irresponsabilidade dos evangélicos, a cumplicidade com criminosos e terrorista desaguou no 8 de janeiro de 2023, ali ficou claro que o Deus da igreja evangélica é outro, é uma relaxado, um sem competência para nada, um “Mamon" moderno, incapaz de fazer qualquer coisa certa. A burrice derrubou todos os planos, deu uma rasteira inimaginável na turma do barulho, e o pior, acabou colocando “santos" cristãos bem intencionados na cadeia. Bem, estamos agora diante de uma nova fase na história, ao que tudo indica, mesmo que TODOS os evangélicos tenha envidado todos os esforços, que tenham pregado diuturnamente que Deus estava no comando de tudo, eles esqueceram de combinar com Ele, e ai veio a resposta, “Eu não participei de nada, portanto, não serão vitoriosos, pois usaram o meu nome em vão, disse Deus. Ninguém pode, indefinidamente, contrariar convicções e valores espirituais ao bel-prazer, sem que o próprio espírito sucumba as suas escolhas. Estou convencido de que a igreja evangélica do Brasil hoje é uma grotesca ressurreição dos aspectos mais repulsivos da ditadura militar. Continuar fiel a ela, continuar a ser contado como um dos seus participantes e membro, é compactuar com uma conspiração contra a liberdade, a democracia e o Estado Democrático de Direito. Confesso que abandonei a igreja, pois não me sinto confortável com o que os gananciosos mercenários estão fazendo, não me sinto à vontade no meio de uma boiada guiada a ferrão pelas lideranças. Não sou gado, não preciso de pasto político para me alimentar, sou livre e vou exercer a minha liberdade na sua plenitude, jamais um pastor irá me calar, pois com o comportamento irresponsável e criminoso deles, eu jamais me silenciarei. Um povo que transforma sua segurança espiritual num bem vendável, termina por entregar-se nas mãos de mercenários. Hoje, com todas as artimanhas usadas pelos pastores, as igrejas se transformaram em gaiolas, em prisões de onde se vê tudo em volta, mas com a liberdade cerceada por interesses, os crentes não podem usufruir das coisas boas da vida. É a vida vivida debaixo do “não", e ele é usado para tudo, menos para os líderes religiosos, estes podem tudo, até colocar cabresto, sela e freio nos seus comandados. Penso que quem não tem visões, quem não está disposto a sacrificar a vida pelos seus ideais cristãos, está condenado a beber até o fim as fezes que o presente nos legou.