DOSSIÊ COMPLETO DA SÍRIA: BASHAR AL-ASSAD É UM FANTOCHE DA RÚSSIA

          O seguinte artigo histórico e científico, trata-se a respeito de um compilado de informações, as quais foram traduzidas e adaptadas pelo Dr.Álvaro de Toledo e Silva. Tais informações abordam os setores da economia, religião, da política, do historicismo e do terrorismo dentro da sociedade da Síria, bem como, explica a respeito da submissão do Senhor Bashar Al-Assad aos interesses do Império Eurasianista da Rússia moderna.

         O desenvolvimento deste texto foi extremamente necessário para os tempos atuais, tendo em vista que, a máquina da desinformação soviética está enganando muitos círculos patriotas e nacionalistas no Brasil, os quais acreditam, de forma cega e ignorante, que Bashar Al-Assad seria o suposto defensor da cristandade no Oriente Médio (sic), como também, a Síria poderia ser considerada como um “bastião” patriótico contra o Globalismo da Nova Ordem Mundial (sic), todavia, tais alegações são enganosas e não possuem nenhum traço de validade.

         Desta forma, apresento-lhes o seguinte artigo, o qual explana como o Partido Baath, em conjunto com a Maçonaria Oriental, transformaram a Síria em um satélite dos interesses imperialistas da União Soviética (URSS):

            O Ditador da União Soviética, Leonid Brejnev, em uma reunião particular com Hafez Al-Assad, o líder supremo da Síria.

          Com a chegada do Partido Baath ao poder da Síria, Hafez Al-Assad identificaram os russos como aliados no decorrer da Guerra Fria, além deles apoiarem o suporte de armas (as quais eram fornecidas pela Rússia Soviética). A Rússia fornece Jatos Bombardeiros e Navios Militares para a Síria anualmente. Aliás, a ideologia socialista de Hafez Al-Assad alinhava-se aos interesses soviéticos.

         Desde o ano de 1958, os comunistas fortaleceram o seu poder no parlamento sírio, recrutavam soldados para as suas fileiras e almejavam derrubar a ascensão política da Síria. Sob o Regime da República Árabe Unida, o Partido Comunista Síria havia sido abolido, e os seus membros foram jogados na cadeia. A República Árabe Unida durou apenas por 3 anos, porque ela havia sido derrubada por um golpe militar em 1961. E em março de 1963, o Partido Baath chegou ao poder em Damasco, e este partido estava imbuído de ideais marxistas, e seus líderes rapidamente fortaleceram os seus laços com o Kremlin russo, justamente com o propósito de adquirir equipamentos bélicos para derrotar o poder israelense naquela região.

         Os comunistas que haviam sido exilados durante o Regime da República Árabe Unida, enxergaram uma possibilidade de retornarem ao lar, e adquiriram cargos no Partido Baath sírio. E a União Soviética considerava o partido Baath sírio como um aliado potencial, sendo assim, a Rússia passou a fornecer uma vasta assistência econômica para este grupo, mas o apoio militar era pouco relevante, tendo em vista que, a maioria dos membros (do Partido Baath) era composta por pessoas radicais e selvagens, e os soviéticos queriam evitar futuros confrontos militares. A assistência financeira dos Soviéticos para o Partido Baath, havia sido concedida entre os anos de 1955-1985, a qual girava em torno de 19 mil dólares.

          Salah Jadid, integrante do Partido Baath sírio, representava a ala marxista do Governo revolucionário, e o mesmo desejava seguir os passos de Mao Tsé Tung, estabelecendo reformas coletivistas na cultura e no campo agrário.

         Dentro do partido Baath, existia uma acirrada disputa em relação à propagação das ideologias socialistas e marxistas na sociedade síria. Um grupo, liderado pelo forte homem militar, Salah Jadid, apoiava uma política de integração e renovação total da Síria com o pensamento ideológico soviético (comunista), ele idealizava fazendas de plantação coletiva e a instauração do Grande Passo para Frente, como ocorreu na China Comunista de Mao Tsé Tung. O segundo homem, Hafez Al-Assad, representante do Comando das Forças Aéreas da Síria, bem como, membro da Maçonaria Árabe, era relutante, e queria uma abordagem diferente com o Governo Soviético. Salah Jadid havia retornado para a União Soviética imediatamente, tendo em vista a sua participação ineficiente durante a Guerra dos Seis Dias em 1967. Salah Jadid havia visitado Moscou no mês de maio de 1967, com o intuito de pedir equipamento militares dos russos, mas o seu pedido foi educadamente rejeitado. Os soviéticos suspenderam as suas relações com o Estado de Israel em junho de 1967, embora que temporariamente, haja vista que, a União Soviética levou em consideração o conselho de seu aliado, Josip Broz Tito (talvez, isto não seria um embuste usado pela estratégia de Longo Alcance dos Soviéticos, como dizia o espião Anatoliy Golitsyn?), para que efetuassem o envio de equipamentos militares para a Síria.

         Três anos depois, a equipe de Salah Jadid foi derrubada por Hafez Al-Assad em 1970, e um dos últimos atos executados por Salah Jadid após a sua saída do escritório presidencial, consistiu em emitir um selo postal contendo a imagem de Vladimir Lênin (maçom), o líder da Revolução Bolchevique na Rússia, quando ocorreu o seu aniversário de 100 anos. Dentro do período de 10 semanas, após a chegada do maçom Hafez Al-Assad no poder, em fevereiro de 1971, o líder pagou uma visita de Estado para a cidade de Moscou, pois ele conhecia muito bem aquela localidade, tendo em vista que, Hafez Al-Assad participou de um breve voo aéreo em uma base militar próxima de Moscou (durante a época em que este homem era um estudante em 1958), como também, ele identificava os russos como os seus aliados úteis em uma futura guerra contra o Estado de Israel, e não tratavam os soviéticos apenas como meros fornecedores de armas.

         Inclusive, os russos chegaram a convencer o Senhor Hafez Al-Assad a assinar um tratado de parceria com a União Soviético, contudo, o líder Sírio afirmou que “uma amizade não precisava de tratados”. No entanto, Hafez Al-Assad, inicialmente, não queria tomar uma iniciativa de bater de frente com os EUA. O Egito havia assinado um tratado com a União Soviética no mês de maio de 1972, e este mesmo acordo também foi seguido pelo Iraque. Quando Hafez Al-Assad havia visitado a União Soviética novamente em julho de 1972, os líderes soviéticos tentaram seduzi-lo, oferecendo uma proposta de um acordo de armas bélicas, contendo a quantia R$ 700.000,00 milhões de dólares, o qual incluía a entrega de MIG-21s, Mísseis Antiaéreos SAM e mísseis de superfície altamente sofisticados.

Em maio de 1973, os soviéticos enviaram uma delegação de experts para Damasco, encabeçada por Marshal Pavel Kutakhov, comandante da Aeronáutica Soviética, com o intuito de assessorar as necessidades do Exército da Síria. E essa proposta havia aumentado para a entrega de 300 aviões de combate, tendo a inclusão de mais 100 baterias SAM e 500 lançadores de mísseis. Embora os soviéticos tenham apresentado a sua generosidade, eles não adquiriram nada como retorno.

         Hafez Al-Assad (um integrante maçonaria oriental) continuava a rejeitar a assinatura do acordo de amizade, e ao invés disso, para o desagrado da União Soviética, a Síria restaurou as suas relações diplomáticas com os Estados Unidos em junho de 1974. E nos primórdios do mês de outubro de 1974, a Síria declarou guerra contra o Estado de Israel, estando com a companhia de Anwar al-Sadat, o homem que havia sido o responsável pela expulsão ostensiva de mais de 7000 conselheiros soviéticos do Egito, porque eles demoravam para entregar armas e estavam provocando atrito com os Estados Unidos.

         As relações entre a Síria e a União Soviética chegaram a uma nova queda no mês de maio de 1976, quando a União Soviética havia criticado a entrada da Síria na guerra civil libanesa, alegando que esta guerra estava sendo encorajada pelo Secretário de Estado American Henry Kissinger. Bem como, não era coincidência o fato de que o Primeiro Ministro Soviético, Alexei Kosygin, estava visitando Damasco, no mesmo dia que os tanques de guerra sírios estavam cruzando as fronteiras do Líbano, e este ato não havia sido informado preteritamente ao conhecimento do Senhor Alexei. Isto faz parte de uma série de eventos, os quais Hafez Al-Assad realizou, sem consultar previamente os seus amigos soviéticos; bem como, o Presidente sírio chegou a convidar empresas ocidentais, com o propósito de drenar o óleo da Síria. Hafez Al-Assad descreveu essa situação como “uma diferença entre os amigos”.

         Desde então, o maçom Hafez Al-Assad convidou Moscou duas vezes, em outubro de 1974 e outubro de 1975, com o objetivo de recuperar o suporte soviético, com a finalidade de combater o acordo assinado entre o Egito e o Estado de Israel em Sinai. A assinatura dos acordos de paz de Camp David entre o Egito e o Estado de Israel, ocorrido em setembro de 1978, trouxe a Síria uma aproximação ainda maior com a União Soviética, instigando a assinatura de um “Acordo de Amizade e Cooperação” com os russos, o qual estava sendo tão esperado e aguardado, vale destacar que, tal evento ocorreu no dia 08 de outubro de 1980. A partir de então, a Síria havia se transformado em um dos maiores beneficiários das doações de equipamentos militares e tecnológicos russos, bem como, a Síria recebeu milhares de conselheiros militares, tecnológicos e economistas soviéticos. Anos depois, em decorrência das cláusulas previstas naquele acordo de amizade e cooperação, assinado há quatro décadas, tal acordo proporcionou a justificativa da intervenção russa no território da Síria na Guerra Civil de 2015.

A Proatividade de Yuri Andropov

          Durante a década de 1970, Yuri Andropov, um famoso agente da KGB soviética, era o responsável pela propagação de material racista e anti-israelense, não só no território soviético, bem como, em países muçulmanos da África e Oriente-Médio, e este material retratava os judeus como criaturas exploradoras e burguesas.  

     No decurso dos primeiros estágios da Guerra Civil Libanesa (1975-1990), Moscou observava passivamente o Exército Sírio entrar em um conflito direto com as Forças de Defesa de Israel (IDF), e não movia um único dedo para ajudar, haja vista que, o General Soviético Leonid Brejnev estava muito ocupado com os eventos da Guerra do Afeganistão e na Polônia, e não conseguia prestar tanta atenção nos conflitos militares entre a Síria e o Líbano, pois além do serviço de comunicação e propaganda, o General Brejnev não tinha nenhum plano para aquela região do território sírio.

         Em setembro de 1981, o Ministro da Defesa da Síria, Mustapha Tlass, viajou para Moscou, fazendo um pedido para a aquisição de armas, e posteriormente, o Ministro das Relações Estrangeiras da Síria, Abdul Halim Khaddam, efetuou este mesmo pedido para a União Soviética em 1982. E nestas duas ocasiões, ambos os ministros retornaram para a Síria de mãos vazias, e esta relação recheada de adversidades, gerou sérias dúvidas em relação ao acordo de amizade assinado com a URSS. Além disso, quando o Estado de Israel havia anexado as Colinas de Golã em dezembro de 1981, tal atitude não fortaleceu os vínculos de ajuda entre a Síria e a Rússia.

         Entretanto, o Ministro Yuri Andropov decidiu fortalecer os laços de amizade soviéticos com a Síria, quando o mesmo permitiu a venda dos mísseis SAM-5 no mês de janeiro de 1983 (embora o Ministro da Defesa Dmitry Ustinov e o Ministro das Relações Estrangeiras, Andrei Gromyko, tenham rejeitado esta ideia). As relações entre a União Soviética e a Síria melhoraram bastante quando houve o falecimento de Leonid Brejnev no dia 11 de novembro de 1982. Yuri Andropov alegou que, a Síria poderia fazer uso do estoque de armas do Exército Vermelho, embora os Ministros da Defesa e das Relações Estrangeiras tenham afirmado que não havia armas para fornecer aos aliados dos russos.

         E esta foi a primeira vez que tais recursos bélicos foram distribuídos fora do território da União Soviética, no entanto, Yuri Andropov havia traçado certos pontos, explicando a respeito de como, quando e onde estas armas de guerra seriam usadas, e enviou um pequeno contingente de soldados russos para proteger estes mísseis. Após o recebimento desta assistência soviética, o exército da Síria cresceu de 3.200 a 4.400 homens, como também, a sua frota de aeronaves aumentou de 440 para 650. Os russos permitiram o envio de um esquadrão naval para o porto da cidade de Latakia (localizada na Síria), e esta tática permitiu o fortalecimento do Poder Naval Soviético na região marítima do Mediterrâneo, e esta política se enquadrou perfeitamente no Acordo de Cooperação e Amizade assinado entre ambos os países.

         A queda da União Soviética em 1991 pegou a Síria de surpresa, incentivando o líder Hafez Al-Assad a buscar relações com os Americanos, e esta política promoveu uma forte relação de amizade, tanto com a ala administrativa de Bush, quanto com a ala de Clinton. Hafez Al-Assad havia se encontrado com George Bush em 1992, assim como, recebeu uma visita de Bill Clinton em Damasco em 1994, e ambos se encontraram novamente no mês de março do ano 2000, com o intuito de discutir o processo do plano de paz entre a Síria e o Estado de Israel, e isto ocorreu três meses antes da morte do líder sírio em junho. Enquanto isso, durante o período que transcorreu os cinco primeiros anos do século XXI, os russos se abstiveram da política da região da Síria, pois a Rússia estava muito ocupada lidando com a reorganização do seu país após a queda da União Soviética.

         Durante os seus dez primeiros anos no Governo, Bashar Al-Assad (socialista e filho de Hafez Al-Assad), havia demonstrado pouco interesse na Rússia, preferindo manter relações com a França, a Turquia e os Estados Unidos. No entanto, a situação mudou a partir de agosto de 2008, quando o Exército da Georgia decidiu entrar na área de separação da Ossétia do Sul, contando, supostamente, com a ajuda dos Estados Unidos, e esta iniciativa enfureceu a liderança pós-soviética. A Rússia respondeu com um bombardeio em larga escala, invadindo a Ossétia do Sul, fazendo com que o Exército georgiano recuasse para fora de Tskhinvali. No dia 20 de agosto de 2008, após duas semanas do início da guerra da Ossétia do Sul ter começado, Bashar Al-Assad efetuou uma viagem para a Rússia, almejando conversar com Vladimir Putin pessoalmente.

         Quando Bashar Al-Assad havia dado uma entrevista ao jornal russo Kommersant, o mesmo havia alegado que: “No decorrer desta guerra que estava ocorrendo na Ossétia do Sul, a Síria estaria integralmente disposta a ajudar os russos. Pois americanos estavam dando continuidade às suas velhas políticas da Guerra Fria. Esta guerra... Que havia sido provocada pela Georgia, consiste no objetivo de cercar e isolar a Rússia do mapa”. E em continuidade, alegou: “É importante que a Rússia se torne uma super potência, pois quaisquer tentativas que queiram isolar a Rússia vão fracassar”.

         A Rússia ficou bastante emocionada ao ouvir a declaração de suporte apresentada pela Síria, pois este país era considerado como um aliado tradicional dos russos, sendo assim, o Governo Russo, demonstrou uma recíproca agradável com palavras, como também, forneceu equipamentos militares para o seu aliado. Sendo assim, Bashar Al-Assad apontou: “A nossa posição é que nós estamos preparados com a Rússia em qualquer projeto que possa fortalecer a nossa segurança”, e o Presidente da Síria continuou apresentando estas declarações favoráveis ao Governo russo. No momento em que Bashar Al-Assad havia sido indagado, se aceitaria o recebimento de equipamentos de defesa aérea dos russos, o líder respondeu: “A princípio sim, nós não temos nada contra isso”.

         É claro, esta posição foi adotada pela Síria sete anos antes da Rússia começar a enviar defesas aéreas, em combinação com tropas, tanques, aeronaves militares, e todo este suporte bélico é capaz de comprovar o envolvimento dos russos na Guerra Civil da Síria, a qual persiste nos dias atuais.

COMO O REGIME DE BASHAR AL-ASSAD ESTÁ FAVORECENDO A EXPANSÃO DO ESTADO ISLÂMICO?

     O ilegítimo Governo de Bashar Al-Assad na Síria teria alguma espécie de envolvimento militar ou financeiro com o grupo terrorista do Estado Islâmico?

     O Governo de Bashar Al-Assad apoiava consistentemente o Estado Islâmico quando este grupo terrorista controlava uma quantidade significativa de território, e isto ocorria no decurso da época em que o Regime buscava retomar o controle do território sírio, os quais estavam sendo ocupados por rebeldes que estavam participando da Guerra Civil, e isto inclui o Estado Islâmico. Uma tática essencial da estratégia do Regime de Bashar Al-Assad, consistia em focar o seu esforço militar contra os grupos dos rebeldes militares, os quais se opõem à Ditadura de Bashar Al-Assad, e o alvo consistia em eliminar, principalmente, o Exército Livre da Síria, e não atacar o Estado Islâmico. Geralmente, o Senhor Bashar Al-Assad sempre estava envolvido na tomada de decisões importantes, e os Oficiais do Governo estavam cientes das consequências negativas, caso tomassem decisões sensíveis ou concretizassem alguma ação importante sem a aprovação prévia do Líder Nacional.

         Sendo assim, é inconcebível que a Inteligência Síria não tivesse nenhuma espécie de envolvimento em relação à assistência prestada para a efetuação das operações militares do Estado Islâmico, as quais foram aprovadas previamente pelo Alto Escalão do Governo Sírio. O Regime da Síria efetuou esta decisão estratégica, com o objetivo de possibilitar a perpetuação da sobrevivência do Estado Islâmico na Síria, com o objetivo de classificar e taxar toda a oposição ao Governo de Bashar Al-Assad como “terroristas” (sic).

         Em maio de 2011, quando houve a ascensão dos primeiros protestos na Primavera Árabe na Síria, o Governo local começou a soltar das prisões, uma série de terroristas islâmicos brutais, os quais receberam anistias oficiais do Governo de Bashar Al-Assad. O Decreto n° 61, por exemplo, publicado em maio de 2011, englobava todos os membros da Irmandade Muçulmana e outros detentos, os quais pertenciam a certos movimentos políticos. Diversos destes terroristas foram soltos nestas primeiras anistias, os quais passaram a liderar os primeiros grupos islâmicos radicais, como é o caso do Hassan Abboud, o fundador do grupo Ahrar al-Sham; Zahran Alloush, o comandante do grupo Jaysh al-Islam; e Ahmad `Aisa al-Shaykh, o comandante do grupo Suqour al-Sham, bem como, tal política de anistia também envolvia os mestres do Estado Islâmico, como é o caso do Senhor Ali Musa al-Hawikh (conhecido também como Abu Luqman).

         Cabe ressaltar que, Bassam Barabandi, um dos antigos agentes da Diplomacia da Síria, o qual trabalhava no Ministério das Relações Estrangeiras, mas havia decidido desertar para a oposição, havia dito para o Wall Street Journal no ano de 2014 a seguinte mensagem: “O Governo teme uma pacífica e contínua revolução, e em razão disso, houve a liberação destes terroristas muçulmanos. O Governo de Assad gosta de instrumentalizar o uso destes grupos islâmicos para travar uma possível revolução pacifica. Essa comunidade islâmica foi doutrinada pela Jihad, e o Ocidente teme isso”. Tendo ocorrido a libertação dos jihadistas da notória prisão militar de Sednaya antes da rebelião, o regime de Bashar Al-Assad havia conseguido reconstruir uma antiga rede de terroristas, que se encontrava desorganizada, e estes rebeldes se consideravam como os “Graduados em Sednaya”.

         Segundo um comentário feito por um jihadista de Sednaya: “Quando eu estava preso, eu conhecia de quatro a cinco irmãos combatentes, mas a partir do momento que eu fui solto, eu passei a conhecer centenas, duzentos a trezentos irmãos de batalha. Agora eu tenho irmãos localizados em Hama, Homs e Daraa, dentre outras localidades, e eles também me conhecem. E este processo levou um breve período de semanas, não foi algo extenso em meses, e aos poucos, formamos grupos de dois ou três em completo segredo, com o intuito de iniciar o nosso plano”.

         Além desta libertação de terroristas violentos das prisões da Síria ter sido executada de forma estratégica e intencional, o regime político de Bashar Al-Assad praticamente se absteve de atacar as tropas do Estado Islâmico. Naquela época, o Governo de Bashar Al-Assad havia efetuado acordos de evacuação com o Estado Islâmico, e, às vezes, o próprio governo sírio aparentava entrar em um conluio com o Estado Islâmico, incentivando que esta organização terrorista atacasse os rebeldes moderados, ao invés de atingir o Governo. E em outras ocasiões, o Estado Islâmico realizava ações favoráveis ao Governo da Síria e aos seus interesses, como por exemplo, em julho de 2014, as forças do Estado Islâmico retiraram-se dos subúrbios do norte da cidade de Aleppo na Síria, e esta era uma região na qual o Governo Sírio desejava atingir as fortificações militares do Exército Livre da Síria na cidade. A retirada das tropas do Estado Islâmico, acabou permitindo o domínio do Governo de Bashar Al-Assad na região norte dos subúrbios da cidade de Aleppo, não sendo necessário disparar um único tiro, como também, permitiu a derrubada das tropas do Exército Livre da Síria em três direções.

         Um dos motivos pelos quais o Governo de Bashar Al-Assad não decidiu atacar as tropas do Estado Islâmico na região oriental da Síria, reside no fato de que o Regime estava muito ocupado negociando acordos com esta organização terrorista. O Departamento de Estado Americano havia declarado inequivocamente, que “O Regime de Bashar Al-Assad estava comprando petróleo do Estado Islâmico por intermédio dos seus sócios, e esta aquisição estava fomentando a receita deste grupo terrorista”. Tais atos iniciariam por volta de 2014, quando o Estado Islâmico entregou o controle da região de Deir al-Zour do Leste da Síria, e em troca disso, ganhou a manutenção de 60% das reservas de petróleo do país, incluindo uma das maiores reservas de petróleo localizadas na Síria, como é o caso da região de al-Omar. E em meados de setembro de 2014, o Estado Islâmico extraía uma renda diária das reservas de petróleo da Síria e do Iraque, a qual era estimada no valor total de 3 milhões de dólares por dia, e o Estado Islâmico conseguia vender por volta de 50.000 barris de petróleo por dia na Síria.  

         Relatórios inéditos surgiram no ano de 2015, declarando que o Estado Islâmico estava vendendo as suas reservas de petróleo para o Governo da Síria. De acordo com o Departamento da Tesouraria dos EUA, no ano de 2014, o Estado Islâmico havia adquirido uma vasta quantidade de milhões de dólares por semana, o que provavelmente atingiu a quantia de 100 mil dólares no total, e este montante financeiro foi auferido por meio da venda de petróleo e seus produtos derivados à contrabandistas locais, os quais em troca, venderam este material para os agentes públicos e negociantes do Regime de Bashar Al-Assad. No mês de março de 2015, a União Europeia publicou uma lista negra, a qual envolvia as figuras proeminentes do comércio da Síria, nesta lista era possível encontrar pessoas como George Haswani, e este cidadão em específico, era o responsável por auxiliar e beneficiar economicamente o Regime de Bashar Al-Assad na Síria, tendo em vista o seu papel como intermediário nas negociações que envolviam o Estado Islâmico, o qual vendia petróleo para a ditadura da Síria. Enquanto isso, segundo uma investigação publicada pela Revista Financial Times, existia relatórios a respeito da empresa dirigida por George Haswani, HESCO (uma empresa voltada para Engenharia e Construção) que estava enviando – mensalmente - para o Estado Islâmico cerca de 15 milhões de liras sírias para proteger o seu equipamento, o qual vale milhões de dólares. Embora o filho de George Haswani tenha negado essa informação, o mesmo alegou que o Estado Islâmico, de fato, controlava parcialmente a fábrica de gás de Tuweinan.

         A classe de negociantes do Regime de Assad está fazendo negócios com o Estado Islâmico não apenas para adquirir combustível e gás, o governo de Bashar Al-Assad também comprou e vendeu grãos nas áreas que estão sob o controle do Estado Islâmico. Samer Foz, um dos negociadores do Governo da Síria, que se encontra na lista negra, escrita pela União Europeia, havia sido denunciado no ano de 2019 pelo fato de estar prestando assistência e ajuda ao governo de Bashar Al-Assad, haja vista que, autoridades alegaram que este sujeito estava transferindo grãos das propriedades controladas pelo Governo da Síria, em direção às propriedades controladas pelo Estado Islâmico. E segundo outras alegações, Samer Foz forneceu trigo das áreas controladas pelo Estado Islâmico através da Turquia, os quais foram entregues para o Governo de Bashar Al-Assad.

         O Governo Sírio também auxilia o financiamento do Estado Islâmico, concedendo permissão aos bancos estatais a operarem e providenciar serviços de financiamento para as áreas controladas pelos integrantes desta organização islâmica. Em uma denúncia pública envolvendo o Estado Islâmico, a qual havia sido publicada no mês de fevereiro de 2015, pela revista Financial Action Task Force, uma organização multinacional responsável por promover e desenvolver políticas voltadas ao combate de atividades financeiras ilícitas, a mesma havia descoberto a existência de mais de 20 instituições financeiras sírias operando regularmente dentro do território controlado pelo Estado Islâmico, e estas instituições estavam desenvolvendo as suas atividades mercantis nestes locais. Além disso, essas Agências Bancárias mantinham vínculo de conexão com os quartéis generais de Damasco, e algumas dessas instituições mantinham conexões com o Sistema Financeiro Internacional.

         Bashar Al-Assad buscou uma forma de permitir ao Estado Islâmico a condução de transações financeiras através das redes de negociações informais, apesar de que, já houve a exposição ao público de tais canais clandestinos de financiamento ao terrorismo. Por exemplo, nos meses de abril, setembro e novembro de 2019, o Departamento da Tesouraria dos EUA designou uma série de facilitadores do esquema de financiamento do Estado Islâmico, bem como, apontou os homens que trabalhavam como agentes financeiros, os quais facilitavam as atividades mercantis do Estado Islâmico na Síria e em outras localidades. Mas o Governo Sírio não tomou nenhuma iniciativa contra a publicação destas descobertas, as quais exibiam os intermediadores financeiros do Estado Islâmico, os quais continuam exercendo as suas atividades, sem sofrerem qualquer espécie de punição.

         A rede financeira do Estado Islâmica em questão não é considerada como irrelevante, e tal influência oculta não permite que o Governo Sírio tome alguma iniciativa para combater o Estado Islâmico, embora todas ações desta organização terrorista tenham sido expostas ao público, chegando a se tornar uma obviedade ululante. Eles incluíram, por exemplo, o Gerente Financeiro Geral do Estado Islâmico, como é o caso do Senhor Abd-al-Rahman Ali Husayn al-Ahmad al-Rawi, e segundo as informações coletadas pelo Departamento da Tesouraria e publicadas na Imprensa, anunciaram informações interessantes em abril de 2019: “Este foi um dos homens responsáveis por fornecer facilidades financeiras para o Estado Islâmico, dentro e fora da Síria”. Além disso: “O Senhor Abd-al-Rahman Ali Husayn al-Ahmad al-Rawi apresenta uma liquidez em moeda forte de milhões de dólares na Síria. O Senhor Abd-al-Rahman Ali Husayn al-Ahmad al-Rawi trabalhou como Gerente Financeiro Geral para o Estado Islâmico, e antes da sua realocação na Turquia, ele viajou pelas regiões da Síria como representante do Estado Islâmico.

         A derrota territorial do Estado Islâmico, em companhia com o relativo aumento do poder estatal do Regime Sírio, significa que a participação desta organização criminosa na região de Damasco havia atingido o seu objetivo. As células do Estado Islâmico, primeiramente, haviam atingido as forças militares alinhadas ao Governo de Assad em Badia (o deserto sírio) no ano de 2020, mas o braço armado do Regime Sírio assumiu a responsabilidade de atingir as tropas do Estado Islâmico, ao invés de permitirem a sua fuga, como ocorreu no passado, e este grupo terrorista havia se tornando mais dependente do dinheiro ilícito proveniente das empresas de serviços financeiros da Síria, as quais impediam o acesso imediato do Estado Islâmico na Bolsa de Valores Internacional.

         Enquanto o Estado Islâmico mantinha uma ameaça insurgente no Iraque e na Síria, como também, pelo fato dela ter desenvolvido uma rede terrorista, ela era considerada como uma ameaça global, mas atualmente, ela não possui mais o controle significativo dos territórios da Síria, e o seu risco nos dias atuais foi reduzido a uma fração do que era considerado no passado. Ao menos, nada indica de forma clara, se existe alguma coalizão ou grupo a nível global, político ou militar, capaz de indicar uma ameaça maior do que o próprio Regime de Bashar Al-Assad, o qual conseguiu superar o nível de mortos aniquilados pelo Estado Islâmico, facilitou a atividade de grupos terroristas, provocou deslocamento populacional, fluxos de migração e grandiosas instabilidades regionais. Embora a comunidade internacional tenha intensificado o seu combate ao Estado Islâmico, a mesma falhou miseravelmente ao não conseguir identificar a multifacetada camada de desafios presentes na Síria de Bashar Al-Assad, e tampouco conseguiu compreender o quão calamitoso o Governo de Assad é considerado por si só.

HEZBOLLAH, HAMAS E OUTRAS ORGANIZAÇÕES: A REDE DE TERRORISMO DO IRÃ ESPALHADA EM TODO O GLOBO

          Uma caricatura simbolizando o Supremo Líder Espiritual do Irã, Ali Khamenei, e o seu envolvimento no financiamento de organizações terroristas, como é o caso do Hezbollah e dos Houthis.

         Desde a Revolução Islâmica de 1979, uma das políticas principais do Regime Iraniano consistiu em exportar a sua revolta muçulmana em todo o mundo. O Governo dos EUA no ano de 1984, havia designado o Irã como um dos maiores patrocinadores do terrorismo mundial, pois o Governo Iraniano providenciava diversas fontes de apoio, como por exemplo, forneciam treinamentos, recursos financeiros e equipamentos bélicos, destinados a diversos grupos terroristas no mundo, principalmente para o Hezbollah, segundo o Departamento de Estado Americano.

         O Teerã possui um Exército composto por mais de uma dúzia de milícias, incluindo diversos grupos terroristas espalhados no Oriente Médio, os quais se encontram em postos avançados nos Governos Orientais, e promovem instabilidade, articulam ataques terroristas e estão expandindo o escopo da Revolução Islâmica. Tais grupos, os quais possuem partidos políticos próprios, ou estão se infiltrando em países com o intuito de assumir o poder governamental, são submissos aos interesses do Exército dos Guardiães da Revolução Islâmica (IRGC), um grupo paramilitar desenvolvido em 1979, com o intuito de proteger o Regime Fundamentalista Iraniano. A sua unidade de operações especiais, nomeada como Força Quds (atuante no Irã), é a organização responsável pelo fornecimento de armas, treinamento e dinheiro para as milícias e movimentos políticos extremistas existentes no Oriente Médio, tais como: Bahrein, Iraque, Líbano, os territórios palestinos, a Síria e o Iêmen.

         As atuais sanções econômicas e políticas movidas pelos Estados Unidos não impactaram significativamente as relações da Ditadura Iraniana com os seus aliados. O Departamento de Estado Americano estimou que o Irã gasta mais de 16 bilhões de dólares no financiamento da Ditadura de Bashar Al-Assad na Síria, dentre outros aliados entre os anos de 2012 até 2020. Apenas no ano de 2020, o Departamento de Estado Americano apresentou uma estimativa de que o Governo Iraniano forneceu mais de 700 milhões de dólares para o grupo terrorista do Hezbollah.

         A seguir, uma lista de mais de uma dúzia de grupos terroristas islâmicos, os quais seguem as ordens do Regime Iraniano, responsável por ameaçar a vida de milhares de civis em todo o mundo.

         A presença do Hezbollah (Partido de Deus) no Líbano

         O Hezbollah é um grupo terroristas aliado aos interesses do Irã, responsável por atuar na região sul do Líbano, e esta organização criminosa mantém um significativo poder e controle na administração do Governo do Líbano. Ela havia sido fundada no decorrer da Guerra Civil do Líbano em meados da década de 1980, sendo composta por muçulmanos xiitas libaneses, bem como, este grupo foi responsável pelo bombardeamento que devastou a Embaixada Americana em Beirute em 1984, o qual matou 63 pessoas, incluindo 17 americanos. Assim como, o Hezbollah se alimenta da ideologia do antissemitismo (ódio racial e religioso aos judeus), que consiste em pregar o ódio contra a raça judaica. Os princípios fundamentais estão enraizados no ódio aos judeus, na eliminação do Estado de Israel do mapa, como também, eles desconsideram o direito dos judeus se autodeterminarem como uma nação ou possuírem uma nacionalidade.

         Mas apesar do lar do Hezbollah se encontrar no Oriente Médio, tal organização terrorista foi capaz de ampliar a sua infraestrutura extensiva de terror pelos países Europeus, em combinação com as redes terroristas desenvolvidas em países da América Latina e da África, e esta corporação muito bem organizada foi capaz de lidar com ataques terroristas em solo estrangeiro. É válido recordar que o Hezbollah, além de ter atacado o centro judaico AMIA em Buenos Aires (Argentina), ocorrido no ano de 1994, sendo responsável pela morte de 85 pessoas. O Hezbollah também havia sido o responsável por bombardear um ônibus contendo diversos turistas israelenses na cidade de Burgas, localizada na Bulgária, ocorrido no ano de 2012. Da mesma forma que, o Hezbollah organizou ataques terroristas contra os israelenses no Chipre. As autoridades públicas haviam descoberto que o Hezbollah detinha casas de segurança no território europeu, e dentro dessas propriedades era possível encontrar grandes quantidades de materiais químicos, os quais eram usados para produzir explosivos fortíssimos.

         O Comitê Judaico Americano (CJA), havia alertado à União Europeia, com o objetivo de que ela listasse todas as organizações terroristas do Hezbollah. No ano de 2016, o Secretário Geral do Hezbollah, o Senhor Hassan Nasrallah, explicou que todo o orçamento, suplementos e armas bélicas da organização eram enviados pelo Irã. Segundo uma gravação contida em fita, Hassan Nasrallah havia declarado que o Hezbollah se considerava como um “braço armado” do Supremo Líder Espiritual do Irã. Além do Irã fornecer toda a espécie de auxílio possível para o ditador Bashar Al-Assad, este mesmo país chegou a fazer uso do território da Síria, com o intuito de abastecer o grupo do Hezbollah com armas. No decurso destes últimos anos, o Estado de Israel sempre atingiu, repetidamente, as remessas de armas iranianas para a Síria.

         Atualmente, este grupo terrorista é considerado como uma ameaça ao Estado de Israel, e há uma estimativa de que o Hezbollah detém 150.000 mísseis e foguetes apontados em direção aos israelenses.

         A região de Gaza – A participação do Hamas (Movimento de Resistência Islâmica)

         Hamas é considerado como uma organização islâmica terrorista de vertente sunita, a qual atua como liderança na região da Faixa de Gaza. Ela foi fundada no ano de 1988 durante a Primeira Intifada e é reconhecida mundialmente como uma ramificação da Irmandade Muçulmana. O Hamas possui dois objetivos de longo alcance, de acordo com a sua cartilha: A destruição completa do Estado de Israel, com o intuito de permitir a criação do Estado Islâmico, o qual englobará a região do Rio Jordão até o Mar do Mediterrâneo. Bem como, o seu objetivo imediato consiste na libertação do povo palestino.

         Apesar do Hamas possuir a sua origem na Irmandade Muçulmana, há denúncias de que o Hamas foi financiado, armado e treinado pelo IRGC (Exército dos Guardiões da Revolução Islâmica) desde a década de 1990, haja vista que, o Hamas havia aberto um escritório em Teerã nesta época. Entretanto, mesmo que exista essa relação de longa data entre o Hamas e Teerã, houve algumas ocasiões em que houve relações difíceis entre esta organização terrorista palestina e a República Islâmica do Irã há pouco tempo. No ano de 2012, o Irã havia cortado toda a sua rede de financiamento para o Hamas, pois os palestinos não quiseram fornecer apoio à Ditadura de Bashar Al-Assad na Síria no decorrer da guerra civil.

         Mas o Irã voltou a fornecer este suporte financeiro ao Hamas em 2017, tendo em vista que, as relações entre o Irã e o Hamas voltaram ao normal, pois a República Islâmica Iraniana fornecia toda a assistência técnica e monetária às Brigadas Militares de Izz ad Din al Qassam (a ala militar do Hamas), e este apoio fomentava a entrega de armas e dinheiro. Yahya Sinwar, considerado como o sênior e líder militar do Hamas, alegou que esta ajuda financeira foi realmente concedida no ano de 2017. No ano de 2020, o Departamento de Estado Americano alegou a responsabilidade do Irã no fornecimento de mais de 100 milhões de dólares anuais para sustentar o Hamas e a jihad islâmica dos Palestinos.

         Recentemente, no ano de 2022, o Hamas anunciou publicamente a sua reaproximação com a Síria de Bashar Al-Assad, e a renovação dos seus laços políticos foi negociada contando com a intermediação de Teerã e do Hezbollah.

         Contando com o apoio de Teerã, o Hamas está adquirindo diversos mísseis e recursos financeiros, os quais foram usados nas suas guerras travadas contra o Estado de Israel na Faixa de Gaza, as quais ocorreram nos anos de 2008, 2009, 2014 e 2021, nos quais houve o disparo de centenas de mísseis em direção às cidades israelenses, resultando na morte de dezenas de civis. Além disso, o Hamas chegou a usar experts iranianos, com o objetivo de ajudar na construção de uma extensa rede de túneis terroristas em torno da Faixa de Gaza, bem como, debaixo da fronteira entre Israel e Gaza, com o propósito de arquitetar futuros ataques terroristas.

         O Movimento da Jihad Islâmica Palestina

         O Movimento da Jihad Islâmica Palestina foi financiado principalmente pelo Irã, o qual foi responsável por providenciar recursos financeiros, armas e treinamentos para os palestinos, segundo as informações disponibilizadas pelo Departamento de Estado Americano.

         Originalmente a MJP (Movimento da Jihad Islâmica Palestina), havia sido inspirada na Irmandade Muçulmana, e os seus cofundadores apoiaram as ideias políticas do Supremo Líder Espiritual do Irã, o Aiatolá Khamenei, as quais consistiam no princípio da Jihad, e na ideia de que a Palestina apenas conseguirá a sua libertação por meio da luta armada. Estas ideias ajudaram a consolidar uma aproximação entre Teerã e o Movimento da Jihad Islâmica, e este começou a ser considerado como o segundo maior grupo terrorista atuante na Faixa de Gaza, ficando atrás apenas do Hamas.

         O apoio econômico e militar, fornecido pelo Irã, era entregue como uma espécie de bônus, em troca dos ataques terroristas exercidos pelo MJP contra o Estado de Israel, como também, estes treinamentos militares eram aperfeiçoados pelo Exército dos Guardiões da Revolução Islâmica (IRGC). Os operadores palestinos do MJP, em combinação com o Hezbollah e o Hamas, foram treinados diretamente pelo Irã, com o propósito de utilizar os mísseis de longo alcance FAJR-5, os quais são destinados para atacar as cidades e vilarejos do Estado de Israel, como por exemplo, Jerusalém e Tel-Aviv, como também, os palestinos são responsáveis por empreender ataques suicidas com bombas.

         Da mesma forma como ocorreu com o Hamas no passado, o MJP também teve discordâncias com Teerã. A República do Irã alegou o seu interesse em cortar os fundos monetários do MJP em maio de 2015, porque os palestinos afirmaram que não apoiariam o envolvimento militar de Teerã no Iêmen, haja vista que, a República do Irã havia apoiado os rebeldes Hutis (Hutis é a denominação mais comum do movimento político-religioso Ansar Allah, maioritariamente xiita zaidita do noroeste do Iêmen. Hussein Badreddin al-Houthi, líder do grupo, foi morto em setembro de 2004, por forças do exército iemenita), durante a guerra civil de longa data que estava acontecendo no Iêmen. Mas aquele corte não durou por muito tempo, e o financiamento aos palestinos retornou em maio de 2016.

         Durante a intensificação do conflito militar entre o MJP palestino e o Estado de Israel em agosto de 2022, os terroristas palestinos dispararam mais de 1000 mísseis contra as cidades israelenses no decorrer desta luta armada em apenas um ou dois dias, e o grupo terrorista liderado por Ziyad al-Nakalah, havia se encontrado pessoalmente (no Irã) com Ali Akbar Velayati, um dos conselheiros superiores do Aiatolá Khamenei, antes das hostilidades começarem na Faixa de Gaza. Posteriormente, no decurso deste encontro, Velayati declarou firmemente: “Nós temos uma aproximação de interesses muito séria, bem como, temos uma aliança com o Movimento da Jihad Palestina e com o povo Palestino”.

IRAQUE – Kataib Hezbollah (As brigadas do Partido de Deus)

         O Kataib Hezbollah trata-se de um grupo terrorista islâmico iraquiano de vertente xiita, formado no ano de 2017, bem como, recebe treinamento e armas pelo IRGC (Guardiões da Revolução Islâmica). De fato, o mesmo drone que havia sido o responsável pela realização da morte do General Qassem Soleimani (Comandante das Forças de Elite do IRGC, até o mês de janeiro de 2020 em Baghdad), também foi o responsável pela morte de Abu Mahdi al Muhandis, o Secretário Geral do Kataib Hezbollah. Este segundo homem, de acordo com as informações publicadas pelo Departamento da Tesouraria dos EUA, havia cometido uma série de atos violentos contra as Forças de Segurança do Iraque, em conjunto com a coalizão das forças antiterroristas dos EUA, a qual incluía a participação do Reino Unido, Austrália, Itália, Espanha e Polônia.

         Com a chegada do sucessor do grupo terrorista Kataib Hezbollah, cujo nome é Ahmad al Hamidawi, considerado mundialmente como uma ameaça terrorista mundial, os EUA impuseram duas sanções inéditas contra a liderança deste grupo criminoso.

         Contando com o suporte do Governo Iraniano, o grupo criminoso Kataib Hezbollah articulou uma série de ataques terroristas contra as forças militares dos EUA e a sua coalizão de aliados internacionais no Iraque, entre os anos de 2007 até 2011, bem como, entre os anos de 2018 até 2020. Segundo uma coluna oficial escrita pelo diplomata americano, Ali Khedery, que trabalhou no percalço de um longo período para as Autoridades Oficiais Americanas no Iraque: “um dos ataques mais letais desencadeados contra os EUA, em combinação com as suas forças de coalizão, ocorreu durante a guerra do Iraque liderada pelo Governo Americano).

         No ano de 2014, este grupo terrorista havia se integrado às Forças de Mobilização Popular do Iraque, com o intuito de combater o Estado Islâmico, entretanto, o Kataib Hezbollah continuava recebendo ordens de Teerã, como havia sido declarado por Muhandis no ano de 2018: “Eu não vou deixar de mencionar sobre o auxílio concedido pela República Islâmica do Irã, em termos de armas bélicas, conselhos militares e planejamento”.

         Asaib Ahl al Haq (Liga dos Justos)

         A Liga dos Justos Islâmica é um dos aliados do Governo Iraniano. E este grupo havia sido fundado no ano de 2006, com o objetivo de atacar as forças militares americanas, as quais estavam presentes no Iraque. Elas foram treinadas, armadas e financiadas pelo IRGC (Os Guardiões da Revolução Islâmica). Este grupo alega obter a autoria por mais de 6000 ataques contra os Estados Unidos e a suas forças de coalizão no Iraque, até os EUA retirarem as suas tropas do território no ano de 2011.

         No entanto, este grupo havia sido integrado, no ano de 2016, ao “Movimento Nacionalista de Resistência Islâmica” (PMF), uma milícia xiita desenvolvida pelo Governo Iraniano, e o objetivo por trás desta cooperação consistia em combater o Estado Islâmico na região norte do Iraque. Entretanto, a Liga dos Justos Islâmica continuava obedecendo às ordens de Teerã. Esta alegação foi provada através do comentário publicado pelo Senhor Qais al Khazali, feita no ano de 2015: “Não há segredo no fato de que o Governo Iraniano auxilia todas as milícias nesta área, e o nosso grupo, obviamente, faz parte delas”.

         No mês de janeiro de 2020, o Departamento de Estado Americano acusou a Liga dos Justos Islâmica de ser uma organização terrorista internacional. Em tais acusações fundamentadas pelo Governo Americano e movidas contra o terrorismo internacional, era possível identificar o nome Khazali e seu irmão, Laith al Khazali: “A Liga dos Justos Islâmica e seus líderes são considerados como aliados violentos da República Islâmica Iraniana”. Assim sendo, o Secretário de Estado Americano havia declarado: “Estes indivíduos [integrantes da Liga dos Justos Islâmica] estão agindo em nome dos seus metres em Teerã, eles agem com base na violência e no terror, com o intuito de satisfazer as necessidades do Regime Iraniano, que consiste em enfraquecer a soberania do Iraque”.

Harakat Hezbollah al Nujaba – (Movimento dos Nobres do Partido de Deus)

         O Movimento dos Nobres do Hezbollah foi desenvolvido no ano de 2013, e contou com o auxílio do Ditador Bashar Al-Assad. A sua finalidade consiste no extermínio dos rebeldes que não apoiam o Regime da Síria. No ano de 2014, o grupo dos Nobres do Hezbollah integrou-se ao Movimento Nacionalista de Resistência Islâmica” (PMF) com o objetivo de combater o Estado Islâmico. Mas os seus laços de apoio com o Teerã permaneceram.

         Segundo o depoimento do líder que representa este grupo, Akram Abbas al Kabi, o mesmo alegou no ano de 2015: “Nós não escondemos o fato de que recebemos apoio logístico e técnico diretamente da República Islâmica do Irã”.

         Antes do Senhor Akram Abbas al Kabi tornar-se o líder do Movimento dos Nobres do Hezbollah, este homem já detinha uma popularidade mundial no que se refere ao terrorismo, pois desde o ano de 2008, ele foi punido por sanções, em decorrência dos ataques terroristas que ele provocou contra as Forças de Coalizão do Iraque.

Kataib Sayyad al Shuhada (A Brigada dos Mestres do Martírio)

         A Brigada dos Mestres do Martírio foi fundada no ano de 2013, com o intuito de proteger o Regime de Bashar Al-Assad na Síria. Mas no ano de 2014 decidiu integrar-se ao “Movimento Nacionalista de Resistência Islâmica” (PMF) para combater o Estado Islâmico.

A Organização BADR

         Esta é considerada como uma das organizações terroristas mais antigas e poderosas, como também, ela é uma aliada da República Islâmica do Irã e recebe treinamentos militares do IRGC (Os Guardiões da Revolução Islâmica). Assim como, essa organização terrorista foi criada no ano de 1982, durante o Governo de Saddam Hussein no Iraque. A organização Badr havia retornado ao território iraquiano após a expulsão de Saddam Hussein do Iraque, que havia sido provocada pelos EUA no decurso da Invasão de 2003. No ano de 2014, a organização terrorista reuniu-se ao “Movimento Nacionalista de Resistência Islâmica” (PMF), e era considerado como a força central no combate ao Estado Islâmico entre os anos de 2014 até 2017. Similarmente ao Hezbollah no Líbano, o grupo Badr também é considerado como um partido político, inclusive, chegou a obter espaço político no parlamento iraquiano.

         RELAÇÕES TERRORISTAS NO IÊMEN

         Ansar Allah (ou Houthis)

         Tal grupo apresentava slogans como “Morte à América, Morte ao Estado de Israel, Maldição aos Judeus e Viva o Islã!”, sendo assim, não é surpresa que o Governo Iraniano esteja ciente da movimentação política e ideológica do grupo Houthis, o qual anseia pela derrubada do Governo do Iêmen. Cabe ressaltar que, esta organização terrorista recebeu suporte do IRGC (Os Guardiões da Revolução Islâmica) desde o ano de 2011. Após a intervenção militar liderada pela Coalizão da Arábia Saudita ter adentrado na Guerra do Iêmen em 2015, o Irã ajudou a conceder treinamentos militares e equipamentos bélicos para os Houthis.

         A Administração remanescente de Donald Trump, após a sua saída do Governo, havia declarado os Houthis como uma organização terrorista financiada e treinada pelo Governo Iraniano em janeiro de 2021, no entanto, tal decisão havia sido revertida pelo Governo de Joe Biden.

         A Marinha Americana apreendeu remessas de armamentos bélicos, os quais estavam sendo enviados pela República Islâmica do Irã, com o intuito de favorecer o grupo terrorista dos Houthis. O grupo terrorista dos Houthis (atuante na região do Iêmen) havia disparado mísseis e lançou drones contra as localidades próximas da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos. Além do mais, tal organização terrorista chegou a ameaçar de atacar o Estado de Israel.

         RELAÇÕES TERRORISTAS NO PAQUISTÃO

         A Brigada de Zaynabiyoun

         A Brigada de Zaynabiyoun é um grupo paramilitar composto por xiitas paquistaneses, desenvolvido e implanta na Síria. No ano de 2014, esta organização havia reatado os seus laços com os militantes religiosos do Governo Iraniano e do Paquistão, e esta conexão havia surgido bem antes da Revolução de 1979. Este grupo criminoso recrutou paquistaneses refugiados que habitavam na República do Irã, como também, paquistaneses que viviam nas áreas tribais do Paquistão. Aliás, a Brigada de Zaynabiyoun lutou ao lado do Regime de Bashar Al-Assad na Síria.

         No decurso do ano de 2019, o Secretário do Departamento da Tesouraria dos EUA, Steven Mnuchin, publicou uma declaração acusando a Brigada de Zaynabiyoun de explorar as comunidades de refugiados afegãos e paquistaneses na República Islâmica do Irã, privando esses povos do acesso aos serviços básicos, como por exemplo, a entrada destas comunidades no setor da educação, como também, essas pessoas eram utilizadas como escudos humanos no conflito da Síria.

         AFEGANISTÃO

         DIVISÃO FATEMIYOUN

         Esta organização terrorista foi fundada nos primórdios da década de 1980 pelos devotos afegãos do Supremo Líder Espiritual Aiatolá Khomeini. Nos dias atuais, a Divisão Fatemiyoun é composta por combatentes afegãos refugiados do Governo Iraniano. No passado, este grupo havia participado da guerra ocorrida entre o Irã e o Iraque, como também, eles estão envolvidos na Guerra Civil da Síria.

         No ano de 2019, o Governo dos EUA havia sancionado tanto a Divisão Fatemiyoun, quanto a Brigada Zaynabiyoun, tendo em vista que, ambos os grupos terroristas estavam apoiando a Força Quds do Irã e estavam engajados em atividades de violação dos direitos humanos. Como também, foi alegado que o Irã estava coagindo os afegãos refugiados, incluindo crianças menores de 14 anos de idade, com o objetivo de participarem das guerras na Síria, do contrário, essas pessoas seriam enviadas para a prisão do Irã ou deportadas para o Afeganistão.

         BAHREIN

         Saraya al Ashtar (BRIGADAS DE AL ASHTAR)

         Financiado, armado e treinado pelo IRGC (Os Guardiões da Revolução Islâmica), as Brigadas Al Ashtar declararam a sua responsabilidade pela realização de mais de 20 ataques em Bahrein, incluindo o ataque à bomba efetuado no ano de 2014 na cidade Al Daih, o qual matou dois oficiais da polícia de Bahrein e um oficial dos Emirados; em outra ocasião no ano de 2017, este grupo terrorista havia matado um oficial de segurança em Manama. O Departamento de Estado Americano havia alegado que estes ataques terroristas faziam parte de um esforço por parte do Governo Iraniano, com o propósito de derrubar a Monarquia de Bahrein.

         Segundo uma declaração apresentada no ano de 2018, pelo Coordenador da Área de Contraterrorismo, o qual compõe o Departamento do Estado Americano, o Senhor Nathan Sales disse o seguinte: “O grupo criminoso Al Ashtar faz parte de uma longa linha de organizações terroristas arquitetadas pelo Governo Iraniano, os quais exercem diversas matanças em nome deste Regime corrupto”.   

         Saraya al Mukhtar

         A seguinte organização terrorista encontra-se no território de Bahrein, assim como, esta entidade é patrocinada diretamente pela República Islâmica do Irã, o seu objetivo principal consiste em derrubar o Governo de Bahrein. Ao invés de atingir a Polícia local, o grupo Saraya al Mukhtar prefere atacar os Oficiais americanos que trabalham em Bahrein, bem como, oferece dinheiro em troca de assassinatos contra os oficiais de Bahrein.

         Arábia Saudita

         Hezbollah al Hejaz (o Partido de Deus Saudita)

         O Hezbollah Saudita trata-se de uma base militante clerical e xiita, bem como, eles representam uma oposição ao Governo da Arábia Saudita. Este movimento havia sido fundado 1987 e está alinhado ideologicamente com o Governo Iraniano. Este partido pregava abertamente a violência contra o Regime da Arábia Saudita, do mesmo modo que, foi o responsável por programar diversos ataques terroristas na década de 1980.

         Em meados do ano de 2001, os EUA sancionaram quatro líderes do Hezbollah Saudita, os quais estavam envolvidos no bombardeamento das Torres Khobar, o qual matou 19 oficiais da Força Aérea Americana e feriu 372 oficiais, a partir do uso de um caminhão repleto de explosivos, o qual explodiu a Torre na qual se encontrava os dormitórios dos pilotos e da equipe da Força Aérea dos Estados Unidos.

         No ano de 2006, a Corte Federal dos EUA ordenou que o Irã efetuasse o pagamento de uma indenização no valor de 254 milhões de dólares para 17 famílias de americanos, os quais morreram neste ataque terrorista. A evidência consistia no fato de que: “O bombardeio movido contra as Torres Khobar havia sido planejado, financiado e promovido pela liderança sênior da República Islâmica do Irã”, de acordo com a decisão da Corte. Posteriormente, no ano de 2015, as autoridades sauditas apreenderam no Líbano o mentor que estava comandando este ataque terrorista. Acredita-se que as prisões dos criminosos tenham sido capazes de dissolver o grupo terrorista.

UNIÃO EUROPEIA SANCIONA OS PRIMOS DE BASHAR AL-ASSAD, EM DECORRÊNCIA DO ENVOLVIMENTO DESSAS PESSOAS COM O TRÁFICO INTERNACIONAL DE DROGAS E ENTORPECENTES

     Como é de costume, os agentes comunistas e islâmicos espalhados no mundo estão envolvidos com o tráfico de drogas, com o intuito de envenenar a população jovem do Ocidente, e esta tática está sendo aplicada pelo Governo da Síria.

     A União Europeia impôs no dia 24 de janeiro de 2023, diversas sanções contra os primos do Ditador da Síria, Bashar Al-Assad, pois estas pessoas estão envolvidas com o tráfico de estimulantes captagon (uma espécie de droga), a qual é considerada como a fonte de renda do Regime.

         Uma investigação conduzida pela AFP (Agência da Imprensa Francesa) realizada no mês de novembro de 2022, havia descoberto que a Síria havia se transformado em um Narco-Estado (Um governo cuja fonte de renda gira em torno do tráfico de drogas), contando com uma indústria que arrecada 10 bilhões de dólares com a exportação da droga captagon (e este rendimento supera outros setores do mercado da Síria), e o financiamento deste estimulante vicioso é o responsável pelo subsídio do Governo de Bashar Al-Assad, bem como, envolve outras ditaduras orientais.

         A última decisão tomada pela União Europeia seguiu o exemplo de seus aliados, como os Estados Unidos da América e a Grã-Bretanha, a qual consistiu no congelamento de ativos financeiros e no banimento dos vistos Wasim Badi al-Assad e Samer Kamal al-Assad.

         O comércio de anfetamina havia se tornado um dos principais mercados do Governo da Síria, sendo o responsável pelo enriquecimento do círculo interno do Regime de Bashar Al-Assad, como também, a receita adquirida através do tráfico de entorpecentes contribuía para a manutenção e o fortalecimento dos mecanismos de repressão do Estado contra os civis da Síria, como havia sido apontado pela União Europeia.

         O terceiro primo da família de Bashar Al-Assad, cujo nome é Mudar Rifaat al-Assad, também tinha o seu nome incluído nesta lista negra, entretanto, não houve a inserção de nenhuma descrição técnica sobre a sua inclusão.

         O Departamento do Tesouro dos EUA havia alegado que, Samer Kamal al-Assad é considerado como o chefe de uma fábrica localizada na cidade costeira de Latakia, sendo a responsável pela produção de mais de 84 milhões de pílulas de captagon no ano de 2020.

         Outras sanções da União Europeia atingiram o Senhor Nouh Zaitar, o qual é considerado como um dos líderes do tráfico de drogas no Líbano, como também, Hassan Dekko, o qual é considerado como um chefão de alto nível do tráfico de drogas, e este cidadão atua no Líbano e na Síria.

         A Arábia Saudita havia se transformado em um dos maiores mercados de captagon, uma anfetamina derivada de um tratamento médico e legal voltado à narcolepsia e transtorno de atenção. E esta droga barata derivada da anfetamina está atraindo a atenção tanto da parte rica quanto dos trabalhadores pobres desta região, pois neste país islâmico o consumo de álcool é considerado como um tabu.

         A União Europeia também impôs sanções contra as Empresas Privadas de Segurança, as quais estavam colaborando com o Regime de Bashar Al-Assad no recrutamento de combatentes e engenheiros russos, como também, a empresa de construção Stroytransgaz (uma empresa conectada ao Estado russo) também recebeu sanções, pois ela estava envolvida com o controle de uma das maiores minas de fosfato da Síria.

O HEZBOLLAH APOIOU O FINANCIAMENTO DO REGIME DE BASHAR AL-ASSAD NA SÍRIA, ALEGA O LÍDER NASRALLAH

          Hassan Nasrallah, o Secretário Geral da organização terrorista do Hezbollah libanês, declarou diversas vezes no passado, a sua lealdade pela proteção do Regime de Bashar Al-Assad.

         O líder deste movimento islâmico justifica a presença das tropas na Síria, com o propósito de resistir contra os extremismos políticos e o Estado de Israel.

         Hassan Nasrallah, o líder do movimento islâmico do Hezbollah no Líbano, prometeu manter as suas tropas militares na Síria pelo tempo que for necessário, com o intuito de favorecer a preservação do Governo de Bashar Al-Assad.

         Em uma das suas raras aparições em público do Senhor Hassan Nasrallah, que se encontrava na região sul dos subúrbios de Beirute, o mesmo alegou aos seus apoiadores na quinta-feira, que a presença do Hezbollah era importante na defesa da Síria, que por sua vez, serviria de resistência ao Estado de Israel.

         Durante o seu discurso realizado na Celebração Xiita da Ashura, o líder Hassan Nasrallah declarou publicamente para centenas de milhares de pessoas: “A presença do Hezbollah é justificável”.

         Na maioria das vezes, Hassan Nasrallah apenas discursa através de videoconferências, porque este homem teme uma tentativa de assassinato por parte de Israel, mas em um segundo dia consecutivo, ele havia efetuado uma aparição em público, estando na companhia dos seus guardas de segurança – e esta conduta é uma prova da importância desta ocasião e para a apresentação da sua mensagem desafiadora.

         A AFP (Agência da Imprensa Francesa) indagou ao Senhor Hassan Nasrallah o porquê da presença das tropas do Hezbollah na Síria, e este cidadão respondeu do seguinte modo: “Nós dissemos em diversas ocasiões no passado que, a presença de nossos soldados no território da Síria... Reside no fato de que nós defendemos o Governo da Síria (bem como, do Líbano e da Palestina), com o objetivo de apoiar a resistência contra o Estado de Israel.

         A presença do grupo do Hezbollah na Síria, contribuiu para uma reviravolta positiva para o Governo de Bashar Al-Assad (durante o segundo semestre do ano de 2013), o seu papel consistiu na recaptura estratégica da cidade de Qusair, como também, o Hezbollah atuava em conjunto com as Forças Militares do Governo na região sul de Damasco, bem como, na região norte de Aleppo.  

         Hassan Nasrallah rejeitou categoricamente a ideia de que as tropas do Hezbollah deveriam se retirar da Síria como condição de constituir um novo Governo em Beirute, conforme a sua declaração prestada no canal de TV do Hezbollah Al-Manar: “Nós não vamos vender a nossa presença no Líbano, na Síria e dentre outros eixos de resistência [contra o Estado de Israel e os EUA) em troca de pastas ministeriais no Governo”.

         O Líbano encontra-se sem um Governo constituído há sete meses (este texto foi redigido originalmente no ano de 2013), justamente por culpa da divisão provocada entre o Hezbollah e os seus opositores. O Primeiro Ministro Oficial do Líbano, considerado também como o líder do Movimento para o Futuro, Saad Hariri, havia se recusado a abandonar a sua demanda de remover as tropas xiitas da Síria (ele era um crítico da influência do Irã no governo do Líbano). Por outro lado, Hassan Nasrallah chegou a alegar que aquela demanda demonstrava um efeito “paralisante” (tendo em vista que, impedia a expansão das tropas do Hezbollah na Síria).

         Tensões sectárias começaram a nascer no Líbano e a violência havia se espalhado pelas fronteiras nos últimos meses. O discurso feito pelo líder Hassan Nasrallah na quinta feira, havia sido exibido na mesma localidade onde ocorreu um ataque com carro-bomba, tendo sido responsável pela morte de 24 pessoas inocentes em meados de agosto.  

         O grupo do Hezbollah é considerado há bastante tempo, como um aliado tradicional do Irã e da Síria, tendo em vista que, ele chegou a combater a comunidade Takfiti (um grupo composto por extremistas sunistas), com o objetivo de proteger o Governo de Bashar Al-Assad, os quais estavam atacando as minorias cristãs e os muçulmanos alauítas da Síria. É sabido notoriamente que, a Arábia Saudita, o Qatar e outros Estados do Golfo estavam patrocinando e armando estes grupos sírios para combater o Regime de Bashar Al-Assad.

         Em outra aparição pública, realizada na quarta-feira, Hassan Nasrallah acusou o Estado de Israel de participar de uma união de interesses com outros países árabes, almejando a possibilidade de firmar e negociar um acordo sobre o programa nuclear iraniano. 

         Hassan Nasrallah declarou o seguinte na Imprensa: “O Estado de Israel não deseja firmar nenhum acordo com o intuito de evitar uma guerra na região. Chega a ser lamentável o fato de que alguns estados árabes estejam entrando em comunhão com o Estado de Israel, sendo que este país toma escolhas aniquiladoras. É horripilante o fato de que, o Primeiro Ministro do Estado de Israel, o Senhor Benjamin Netanyahu, tenha se tornado o porta-voz de alguns países árabes.

         Em seguida, Hassan Nasrallah declarou: “Estes países rejeitam qualquer espécie de solução política capaz de interromper o banho de sangue e a destruição da Síria. Estes países também se opõem fortemente a qualquer forma de acordo entre o Irã e o restante do mundo. Nós temos dois aliados, o Irã e a Síria. Nós temos a plena convicção desta aliança”.

         Durante a manhã da sexta-feira, outro aliado do Governo da Síria, a Coréia do Norte (uma ditadura comunista), negou qualquer espécie de alegação, a qual envolvesse o suposto envio de ajuda militar, incluindo pilotos de helicópteros, conselheiros de guerra e tripulações de artilharia, com o objetivo de defender o Governo de Bashar Al-Assad (entretanto, nós sabemos muito bem que a Coréia do Norte é uma velha amiga da Síria).

         O jornal The Jerusalem Post, havia declarado que no decorrer do mês de outubro de 2013, que foi possível identificar 15 pilotos de helicóptero da Coréia do Norte, os quais estavam trabalhando regularmente na Síria, e esta informação havia sido confirmada pelo Observatório dos Direitos Humanos da Síria; enquanto que por outro lado, a mídia japonesa havia declarado durante o mês de agosto de 2013, o fato de que a Turquia havia interceptado um carregamento de máscaras de gás e armas de pequeno porte entre a Coréia do Norte e a Síria.

         No decorrer da quinta-feira, a Agência Central [Estatal] de Notícias da Coréia do Norte (KCNA) apresentou a seguinte resposta: “Alguns jornais da mídia estrangeira estão divulgando informações falsas, alegando que a República Popular da Coréia do Norte, supostamente, está fornecendo equipamentos de guerra para o Governo da Síria, bem como, estão alegando que os aviadores da Coréia do Norte estão envolvidos em ataques aéreos movidos contra as tropas rebeldes na Síria”.

         Enfim, é válido recordar mais uma informação curiosa, o Governo da Coréia do Norte foi acusado de cooperar na construção de um Reator de Plutônios na Síria, e suspeita-se que tal Reator tenha sido destruído em um ataque aéreo israelense no ano de 2007, além disso, o Governo da Coréia do Norte estava ajudando a Síria a produzir o seu programa de armas químicas. Por fim, a Coréia do Norte considera Bashar Al-Assad como um dos seus aliados.

PARE DE AFIRMAR QUE BASHAR AL-ASSAD É O PROTETOR DOS CRISTÃOS NA SÍRIA

          O Ditador Supremo da Síria, Bashar Al-Assad, faz uso das tropas do Estado Islâmico e do Hezbollah, com o propósito de eliminar os grupos cristãos no seu país e destruir as suas igrejas.

         Os ataques aéreos efetivados no ano de 2018, pelos Estados Unidos, a Grã-Bretanha e a França contra as instalações de armas químicas na Síria, começou a levantar preocupações recentes em relação à segurança dos cristãos na Síria. Existe uma grande desinformação a respeito da alegação, de que o Ditador da Síria, Bashar Al-Assad, supostamente seja um misericordioso “protetor” dos cristãos sírios. Na verdade, o Ditador Bashar Al-Assad sempre tratou os cristãos sírios com atos tirânicos.

         De acordo com a legislação da Síria, os cristãos não podem se tornar chefes de Estado, assim como, os cristãos deste país são identificados como meros peões para a manutenção do Governo de Bashar Al-Assad, e esta comunidade étnica nunca obteve a garantia de exercer o seu direito de liberdade religiosa. O Regime de Bashar Al-Assad é o responsável pela destruição de 60% de todas as Igrejas Cristãs na Síria, as quais foram danificadas durante a guerra civil deste país, segundo as informações coletadas da Rede de Direitos Humanos da Síria.

         De acordo com o depoimento prestado pela Senhora Shabnam Assadollahi, que chegou a receber prêmios em defesa dos Direitos Humanos, pois no passado, ela chegou a proteger a população iraniana encarcerada na Prisão de Evin no Irã (A prisão é notável por ser o principal local para a detenção de presos políticos no Irã desde 1972, antes e depois da Revolução Islâmica), que chegou a abrigar pessoas com 16 anos de idade: “O Senhor Bashar Al-Assad não protege os cristãos da Síria, muito pelo contrário, o Governo sírio instrumentaliza a população cristã para finalidades políticas”. Cabe recordar que, a Senhora Shabnam Assadollahi advoga pela emancipação das mulheres e das minorias religiosas em todo o mundo.

         Segundo a declaração apresentada pela Senhora Shabnam Assadollahi: “O gênio responsável por abrir as portas da Internet na Síria, foi o cristão árabe Bassel Khartabil, e a partir deste grandioso trabalho, este cidadão foi premiado sendo preso e torturado pela Ditadura de Bashar Al-Assad. As minhas fontes particulares afirmam que, ele foi detido por cerca de três anos. Nós apenas tomamos ciência a respeito da execução deste cristão, muitos anos depois da consumação do ato”.

         Bassel Khartabil não foi a única vítima da tirania de Bashar Al-Assad. Centenas de cristão na Síria que almejavam obter a liberdade, foram jogados na prisão, torturados e mortos à bala pelos carrascos de Bashar Al-Assad. Podemos incluir como vítima o Senhor Bassel Shehadeh, um engenheiro e produtor de filmes na Síria, o qual havia abandonado uma bolsa escolar no Programa  Fulbright (O Programa Fulbright é um programa de bolsas de estudo, fundado pelo senador J. William Fulbright, e patrocinado pelo Bureau of Educational and Cultural Affairs do Departamento de Estado dos Estados Unidos, governos de outros países e setor privado) nos EUA, com o objetivo de documentar a repressão militar de Bashar Al-Assad na cidade de Homs.

         Mais uma vez, segundo os dizeres da Senhora Shabnam Assadollahi: “A situação da Síria é bastante similar à sociedade iraniana, tendo em vista que, todas as minorias religiosas são ameaçadas e proibidas de contestar a autoridade governamental. E esta regra também se aplica aos sírios que habitam em países estrangeiros, os quais não podem lutar abertamente contra o Regime de Bashar Al-Assad, pois há o risco dos integrantes das suas famílias e os seus parentes, o quais continuam habitando na Síria, serem enviados para a prisão.

         Desde o surto da guerra civil na Síria no ano de 2011, há uma estimativa de que 300.000 a 900.000 cristãos tenham fugido do país. Bashar Al-Assad carrega uma culpa imensa em detrimento do seu apoio prestado ao grupo terrorista do Estado Islâmico, tendo em vista que, esta entidade criminosa tornou-se o ponto de apoio do Governo da Síria. O Senhor Bashar Al-Assad foi o responsável pela soltura dos líderes terroristas do Estado Islâmico do sistema carcerário, e este Ditador efetuou uma decisão estratégica no decorrer da guerra, ajudando o Estado Islâmico a ganhar força na região, tolerando a presença deste grupo com paciência.

         O Departamento da Tesouraria dos EUA, alertou a responsabilidade de Bashar Al-Assad no gasto de milhões de dólares, com o propósito de adquirir petróleo dos integrantes do Estado Islâmico. Há um certo ponto específico, a venda das unidades de petróleo para o Governo de Bashar Al-Assad na Síria contabilizava 72% da receita financeira do Estado Islâmico, segundo os documentos descobertos pela Força Delta dos EUA (É a unidade mais sofisticada em campo que o Exército dos Estados Unidos dispõe, junto com o DEVGRU da Marinha dos Estados Unidos e as unidades de suporte e inteligência do Pentágono, CIA e NSA) a respeito das reservas de petróleo do Ministro Abu Sayyaf, um membro do Estado Islâmico. O único grupo “minoritário” no qual o Bashar Al-Assad se importa, trata-se da sua família, e neste grupo podemos incluir também os seus comparsas criminosos e o próprio Ditador. Bashar Al-Assad é considerado como um Ditador sanguinário, e este homem continuará promovendo a guerra civil na Síria, a qual perdura por 12 anos no país, e esta crise humanitária chegou a matar mais de 350.000 pessoas.

         Caso a população queira realmente defender a comunidade cristã na Síria, a qual se encontra ameaçada de ser extinta, é necessário livrar-nos desta falácia a respeito da suposta proteção ao cristianismo fornecida por Bashar Al-Assad. Neste texto, a autora aponta a defesa da democracia secular na Síria, como uma forma de promover a defesa dos direitos humanos e civis da população síria, mas é claro, da minha parte, eu contesto esta citação, pois a única forma de conseguir consolidar um Governo verdadeiramente conservador e tradicional na Terra, seria a partir de uma Monarquia Católica Orgânica, pois a ideologia do secularismo é um fruto podre do liberalismo social.

OS LAÇOS DE BASHAR AL-ASSAD COM A MAÇONARIA

          Badr al-Din al-Shalah, um dos maiores representantes da Maçonaria na Síria, havia ajudado a consolidar o movimento de nacionalização e socialização da economia no seu país, através do grupo “Aleppo Family Club”.  

          Segundo as matérias informativas publicadas pelo jornal Iqtisad, existe uma Elite Maçônica no controle da cidade abastada de Aleppo na Síria, e esta Trindade da Maçonaria com a Elite Financeira e o Governo de Bashar Al-Assad, ajudaram a contribuir para o enriquecimento de Aleppo há mais de quatro décadas, bem como, preservou a sua influência por cinco anos após a revolução, e este poder permanece em vigor nos dias atuais da Síria.  

         A Elite Maçônica possui ligações ocultas com o “Aleppo Family Club”, um grupo que representa uma “loja maçônica”, representando os interesses de uma nova coligação “alepina”, a qual visava substituir as garras das antigas famílias sunitas de Aleppo, buscando consolidar uma aliança de confiabilidade com o Regime de Bashar Al-Assad, e ao que tudo indica, esta união de interesses existia desde a época do Governo de Hafez Al-Assad (um maçom). Cabe destacar que, o website Zaman Al Wasl chegou a publicar uma série de artigos abordado as pessoas que compõem a classe financeira e milionária da Síria (as quais compõem a Maçonaria Oriental), e como ela interfere nos interesses políticos do Ditador Bashar Al-Assad.

         A sede de verão da “Aleppo Family Club” encontra-se no município de Al-Midan, localizado em Damasco, na Síria, o seu edifício pode ser localizado na Rua Qastaki Al-Homsi, dentro do distrito de Al-Aziziyah. Este ambiente, na maioria das vezes, encontra-se lotado por carros de luxo, da mesma forma que, a arquitetura do prédio apresenta na sua porta, o símbolo de uma régua arquitetônica perpendicular ao lado do compasso geométrico (este não seria o compasso de Pitágoras, muito conhecido entre os maçons?), desta forma, podemos compreender claramente que há clubes maçônicos operando regularmente na Síria.    

         O partido socialista do Baath desempenhava o seu papel no regime da Síria, com o intuito de estabelecer a nomeação dos cargos públicos, assim como, no que se refere à Frente Nacional Progressista da Síria, os serviços de segurança do Governo verificavam os arquivos dos candidatos, com o objetivo de compor, previamente, o quadro político do país.

         Em prol dos interesses da Maçonaria, o partido dirigente da Síria e da sociedade local, o Baath, difundiu palavras de ordem baseadas no socialismo e denunciou a burguesia (bem como, o Partido Baath demonstra uma certa ligação de interesses com o Fatah, uma organização política e militar, responsável por lutar em prol dos interesses dos palestinos, os quais eram representados por Yasser Arafat, um maçom e aliado da União Soviética).

         Na Síria como um todo, principalmente a região de Aleppo, houve a ascensão de um movimento corretivo, o qual começou a aumentar ao longo das décadas, e isto proporcionou o surgimento de uma classe inédita de empresários e grupos de interesses comerciais e industriais, o qual pode ser considerado como o renascimento da classe burguesa (a qual é considerado como reacionária de acordo com os conceitos do Partido Baath), e esta renovação política pôde ocorrer graças ao esmagamento do Partido Baath esquerdista (isto ocorreu a partir do golpe militar na Síria em 1966) e do Governo Egípcio de Gamal Abdel Nasser, e este homem é considerado como o representante de uma das maiores famílias sunitas de muçulmanos, permitindo a nacionalização dos meios de produção, sob o pretexto da instalação do socialismo no território sírio.

         O poder de influência deste grupo começou a ser transferido para as instituições estatais de forma efetiva e produtiva, desde o início dos anos oitenta, quando o Regime começou a estabelecer a sua própria espécie de socialismo com aquele grupo (composto de comerciantes e financistas), trata-se do socialismo do poder e do dinheiro, e influência mútua e coordenada com os tentáculos do Estado e dos interesses do povo sírio, e o efeito disso parecia ser algo como (uma mão oculta) atrás da cortina do partido (Baath), das instituições estatais e dos seus serviços, dos seus aparatos de segurança, bem como, das massas trabalhadoras do povo!

         Este grupo foi encabeçado em Damasco pelo maçom Badr al-Din al-Shallah, este homem desempenhou um papel relevante na repressão de toda forma de propaganda de condutas de desobediência civil, as quais atingissem o coração da capital da Síria durante os acontecimentos políticos da década de 1980, alertando ao governo local a respeito do papel que este grupo poderia empreender em dias de adversidade.

         Após a morte de Badr al-Din al-Shallah, o seu espaço passou a ser ocupado pelo seu filho Ratib. Na cidade de Aleppo na Síria – como sempre – havia vários integrantes da família “Badr Al-Din” (Lua cheia de fé, é considerado como um nome masculino de origem muçulmana, composto pelo elementos Badr e Al-Din), e em decorrência desta circunstância, a sociedade secreta “Aleppo Family Club” recebeu um enquadramento único no Governo da Síria, fornecendo uma valiosa importância ao parlamentar Abdullah Mosalli, mas este cidadão desconhecia a extensão do seu poder e da sua relevância no meio civil, pois este ônus era exercido por outra pessoa... O qual era considerado como o motor “dínamo” (Em máquinas elétricas, dínamo é um aparelho que gera corrente contínua, convertendo energia mecânica em elétrica, através de indução eletromagnética. É constituído por um ímã e uma bobina) em um país onde tudo funciona na base dos slogans, os quais são vendidos e comprados.

         Abdullah Mosalli era formado em Direito pela universidade de São José de Anchieta no ano de 1947, era considerado como padrinho e referência, não apenas no âmbito jurídico, como também, ele conhecia a profundidade do meio social de Aleppo, principalmente no que se refere à ambição pela influência, poder e dinheiro usufruído pelas famílias muçulmanas. Ele era reconhecido como um sunita em Aleppo, a sua função consistia em exercer o papel como Chefe do Departamento (Atwa) na cidade de Aleppo na União Nacional, mantendo um estado de parceria com o Egito durante os anos de 1958 até 1961. Além de ser considerado como o lojista no escritório executivo da União Nacional, localizado na província de Aleppo, o qual era considerado como o campo da atividade de nacionalização “nasserista” (trabalhava em prol do Governo do Egito), bem como, Abdullah Mosalli foi membro da Assembleia Nacional para o Estado de Unidade, ao decurso dos anos de 1960-1961.    

         Após o colapso da Unidade Nacional, Abdullah Mosalli encontrou um espaço para si como secretário na Ordem dos Advogados em 1961 e nos anos seguintes, conseguiu expandir a sua influência social ao assumir o cargo de secretário do conselho de Administração em Aleppo, uma filial do “Crescente Vermelho” (uma ramificação da Cruz Vermelha) até meados da década de 1970. Além disso, conseguiu obter a presidência do Clube Juvenil “Católico” durante o período corretivo da década de 1970, mais tarde, este grupo foi transformado no Clube Al-Jalaa, sendo considerado um símbolo da identidade cristã na cidade de Aleppo e na Síria como um todo, além do mais, este Clube era utilizado para recrutar crianças e famílias, com o objetivo de desenvolver uma identidade simbólica em Aleppo.  

         E este foi o ponto de partido para iniciar o seu projeto social mais amplo, conhecido como o “Aleppo Family Social Club” (classificado como uma espécie de Maçonaria Branca, como é o caso do famoso Rotary Club), e ocupava o cargo como Presidente desde o ano de 1975 e ao longo de três décadas, dos quais também desempenhou o seu papel como deputado e brilhante parlamentar na Assembleia do Povo Sírio (órgão do poder legislativo), bem como, detinha a autorização de traçar os futuros representantes políticos da cidade de Aleppo; Não obstante, o próprio maçom Hafez Al-Assad definiu o Senhor Abdullah Mosalli como o pai da Constituição da Síria, apesar da história parlamentar deste sujeito ter sido considerado como uma piada. Através do desenvolvimento desta Constituição Maçônica (socialista), a nova classe de empresários da cidade de Aleppo na Síria, tornaram-se representantes parlamentares na Assembleia Popular, em combinação com os clérigos e os artistas no poder.

         Assim sendo, Abdullah Mosalli conseguiu criar um mecanismo aceitável por meio de um canal que conectasse a sociedade e o Estado dentro de um quadro social “aceitável”, mas era necessário ter o dínamo capaz de ativar esse quadro, com o objetivo de construir a economia socialista de Hafez Al-Assad, em companhia de uma burguesia muito bem trabalhada, e este passo seria consolidado pelo filantropo Jorge de Antioquia (outro maçom).

          Fotografia raríssima do Senhor Abdullah Mosalli, um dos integrantes da sociedade secreta “Aleppo Family Club”, e responsável pela criação da Constituição Socialista da Síria.

         Neste caso, o empresário Jorge de Antioquia, um homem bastante prestigiado, era considerado como o motor principal deste organismo, e ele operava o seu plano nas profundezas, de forma escondida e conectada com os outros membros do seu grupo em uma rede complexa. Ele exerce o papel de cônsul da Itália na cidade de Aleppo, é reconhecido nacionalmente como um proeminente empresário, assim como, nunca escondeu o fato de que é UM MAÇOM E ALIADO AO GOVERNO DE BASHAR AL-ASSAD, bem como, este homem possui relações com vários círculos comerciais, religiosos e políticos no estrangeiro, da mesma forma que, Jorge de Antioquia (maçom) é considerado como um padrinho e um canal eficaz para a obtenção de contratos, promessas e presentes de alto valor para muitas instituições governamentais na Síria.   

         Posteriormente, Jorge de Antioquia encontrou um lugar para si em todas as atividades comerciais e industriais, porque ele é considerado como o padrinho do comércio relacionado ao ferro e produtos industriais, como também, ferramentas sanitárias italianas, as quais possuem uma popularidade inigualável na cidade de Aleppo. Além disso, ele é considerado um dos proprietários da “Alfa Pharmaceutical Factory” (a qual é considerada uma indústria farmacêutica extremamente importante na Síria), como também, demonstrou ter grande influência na empresa General Corporation for Railways, e manteve relações excelentes com o Gerente Geral Mohammad Iyad Ghazal, que também foi Diretor do Palácio Republicano da Síria, bem como, Iyad Ghazal é considerado como um influente general muçulmano de índole alauíta, e possui uma amizade muito próxima com Bashar Al-Assad. Durante o período em que Iyad Ghazal esteve na companhia de Antaky e Ghazal, todos eles estiveram envolvidos nos escândalos de corrupção em negócios na Síria, contendo o valor de bilhões de libras sírias, onde Antaky teve uma relação estreita com a empresa italiana Italver, a qual é especializada no ramo dos estudos ferroviários, principalmente quando o assunto envolve as ferrovias italianas, no entanto, o cidadão Joseph Aswad atuava como um agente nominal de Iyad Ghazal nesses negócios corruptos, junto com outras empresas estrangeiras. O corrupto Iyad Ghazal foi o responsável pela abertura de uma empresa, fazendo uso do nome de um dos seus parentes (uma laranja, no ditado popular brasileiro), que neste caso em específico, foi o Senhor Karim Dayoub, uma empresa comercial egípcia, nomeada como Al-Masria Agencies. Ressalta-se que a abertura desta empresa ocorreu em um período importante no contexto do desenvolvimento das relações entre a Síria e o Egito durante a década de 1990 do século XX, e início do novo século, como também, o seu objetivo consistia na apresentação de suas ofertas para licitações do Governo Sírio por meio de uma empresa egípcia.

         É claro, nada disso seria possível graças ao trabalho desempenhado pelo senhor Abdullah Mosalli, que fez uso do seu cargo parlamentar para atingir as suas finalidades legais, haja vista que, ele é considerado como um influente empresário e cônsul na Síria, que sempre buscava uma forma de esconder o seu projeto de dominação política e econômica através do quadro social do “Aleppo Family Club”, com o objetivo de implementar um importante plano maçônico, visando a realização de uma revolução inesquecível na cidade de Aleppo.

         Podemos considerar o “Aleppo Family Club” como um verdadeiro clube de atores, seja no que diz respeito aos próprios membros, seja na extensão e na profundidade da rede de relações dos seus integrantes por meio de uma teia maçônica, pois este clube era amplamente composto por: funcionários, empresários e outras pessoas de grande importância social, bem como, estas pessoas exibiam posições de destaque em campos como o Direito, a Arte, a Medicina, etc, além do mais, este mesmo grupo contava com a aderência de aliados para buscar o mesmo intuito, como é o caso do “Galaa Club”, dentre outros.  

         Não é estranho para qualquer habitante sírio na cidade de Aleppo, que tenha consciência dos acontecimentos das últimas décadas, a estranha influência da mão oculta do “Aleppo Family Club”, a qual pode ser observada no Partido Baath, no ambiente das universidades ou de importantes instituições estatais, conforme a pessoa consiga fazer uma análise profunda da sociedade síria. Às vezes, temos a percepção de que o “Aleppo Family Club”, consegue exercer o seu poder no ambiente financeiro e dos negócios da Síria, uma vez que, de fato, a cidade de Aleppo foi colocada no bolso do regime de Bashar Al-Assad (o qual foi dominado por esta influência maçônica, socialista e muçulmana).

AFINAL DE CONTAS, QUEM É O CHEFE DA MAÇONARIA EM ALEPPO?

          Fotografia de Fares Ahmad al-Shihabi, integrante do parlamento sírio e Presidente da Câmara Industrial da Síria, conhecido como um dos maiores defensores da manutenção da Ditadura de Bashar Al-Assad, como também, este homem apoia a produção de armamento bélico para o Exército sírio.   

         É sabido notoriamente, em razão da popularidade em torno da figura do Senhor Jorge de Antioquia, o qual foi conquistada através de suas atividades comerciais e sociais, de que ele é o representante da Maçonaria na cidade de Aleppo, e estas ferramentas (o dinheiro e a sua popularidade comunicativa) favoreceram a consolidação de um regime socialista e o desenvolvimento da Constituição do Estado Sírio, criada por Abdullah Mosalli.

         O maçom Jorge de Antioquia empreendia o seu capital financeiro na ascensão da indústria farmacêutica na Síria, e isto pode ser observado na empresa “Alfa Pharmaceutical Factory”, a qual conseguiu deter o monopólio do mercado farmacêutico na Síria, ao longo de uma década e meia, bem como, esta empresa pertence à família de Ahmed Al-Shihabi, um militar e considerado popularmente como uma das maiores personalidades da história da Síria, durante o Governo do maçom Hafez Al-Assad, assim como, Ahmed Al-Shihabi ocupou o cargo de Chefe do Estado-Maior no decorrer do período mais longo da história do país, no auge dos acontecimentos e desenvolvimentos efetivados na Síria, fazendo com que esta nação ganhasse um grandioso destaque nas décadas de 1980 e 1990.

         Todavia, a família de Ahmed Al-Shihabi foi derrubada pelos arautos da sucessão de Bashar Al-Assad ao trono do Governo da Síria, mas através do seu contato com o oficial Hikmat al-Shihabi, ele conseguiu obter uma estadia segura nos Estados Unidos na casa do seu filho Hazem, o qual trabalhava como cônsul da Síria na Califórnia; ao contrário do caso do Ex-Primeiro Ministro da Síria, Mahmoud Al-Zoubi, que em razão das acusações criminais de corrupção movidas contra os seus filhos, Miflih e Hammam, optou pelo cometimento de suicídio (dando um tiro em si mesmo) para dar um fim na sua vida.  

         Após a derrubada de Hikmat Al-Shihabi do Governo, tal mudança abriu espaço para que o seu parente Ahmed, assumisse um papel político mais amplo, porque este homem ambicionava a aquisição da empresa farmacêutica “Alfa Pharmaceutical Factory”, a qual seria vendida pelo maçom Jorge de Antioquia, bem como, ele queria conquistar espaços de destaque na Agricultura, no campo da Indústria, como também, ele se aproveitou da intriga política do seu rival Abdul Halim Khaddam (este homem havia denunciado o envolvimento de Bashar Al-Assad na orquestração do assassinato do Senhor Rafik Hariri, o qual ocupava o cargo de Primeiro Ministro no Líbano), contra o seu aliado, o Ditador Bashar Al-Assad, uma vez que, devido o alto nível da tensão política no território da Síria, o Senhor Rafik Hariri desertou do país, e esta atitude provocou a fúria do Partido Baath e da classe econômica nacional.

         Pouco tempo depois, a família de Ahmed Al-Shihabi tornou-se um dos principais tentáculos de Rami Makhlouf, o qual compõe a economia corporativista da Síria, tendo em vista que, a família de Ahmed Al-Shihabi decidiu contribuir na constituição do grupo Cham Holding (localizado em Damasco), que assumiu um papel de alto nível no desenvolvimento e modernização da economia nacional, pois o Partido Baath, liderado atualmente por Bashar Al-Assad, almejava o aperfeiçoamento da reforma econômica na Síria. Posteriormente, a família de Ahmed Al-Shihabi ajudou a fundar o Banco Al-Sharq, a instituição bancária Fransabank e a Companhia de Seguros da Síria.

         E como Riyad Mousalli é o filho de Abdullah Mosalli, sendo considerado uma pessoa democrática e de mente aberta, a prioridade foi dada a família de Ahmed Al-Shihabi, a qual deveria exercer o seu papel de financiar a fachada política de Riyad Mousalli na Síria, já que esta família detinha a autorização para desempenhar o seu papel de modernização e nacionalização da economia dos sírios, que abriria espaço para a entrada dos persas na política local.

         Em continuidade aos fatos mencionados preteritamente, Fares Ahmad al-Shihabi era considerado como o herdeiro legítimo da glória da família Al-Shihab, cujas atividades econômicas e políticas foram distribuídas entre as fontes de poder e influências da Síria, as quais são usufruídas pelo Regime de Bashar Al-Assad, pois o Governo desenvolveu um elo de subordinação e lealdade com os membros do “Aleppo Family Club”, haja vista que, a Ditadura de Bashar Al-Assad se aproveita do Islamismo Sufista e da política socialista do dinheiro e do poder, muito similar ao corporativismo. Aparentemente, Fares Ahmad al-Shihabi desenvolveu um plano muito bem pensado, cuja implementação foi lançada durante a eclosão da Revolução Síria, ocorrida no início da primavera de 2011.

         Levando-se em consideração o fato de que Fares Ahmad al-Shihabi ocupava o cargo de Chefe da Câmara Industrial de Aleppo, tendo a obrigação de reunir os industriais e comerciantes da cidade de Aleppo, com o objetivo de formar o puxadinho eleitoral em apoio à preservação de Bashar Al-Assad no poder, isto ocorreu às vésperas do início da revolução síria, sendo que, tal união de interesses foi capaz de impedir qualquer espécie de conspiração para derrubar o seu manto de poder na cidade de Aleppo. Além disso, Fares Ahmad al-Shihabi desenvolveu uma nova fachada religiosa em torno da sua família, com o intuito de preencher o vazio religioso na cidade de Aleppo, através da participação do Acordo de Cooperação Awqaf (O Awqaf é um dos ministérios do governo egípcio que se responsabiliza por levar conhecimento religioso e o pensamento correto do Islam às instituições religiosas do mundo todo), o qual era representado na pessoa do Senhor Abdul Qadir Al-Shihabi (um integrante da família do Senhor Fares), do mesmo modo que, o Senhor Fares Ahmad al-Shihabi buscava uma forma de manter o silêncio do restante dos xeiques (os chefes muçulmanos de um determinado território) da família Shehabiyyah em Aleppo. E a autoridade mais importantes destes Xeiques, que era o Senhor Muhammad Nadim Al-Shihabi havia falecido recentemente, foi o responsável por transformar Fares Ahmad al-Shihabi em um dos homens mais importantes da cidade de Al-Shahba na Síria (este cidadão abusava do seu poder econômico para comprar o silêncio das autoridades islâmicas).

         A derrubada de Hikmat al-Shihabi trouxe como consequência, o abrandamento do papel público de Ahmed al-Shihabi, um homem que estava a serviço da sociedade maçônica “Aleppo Family Club”, sendo assim, é razoável apresentar a seguinte afirmação: A renúncia de Hazem das suas responsabilidades como cônsul da Síria na Califórnia, no decorrer da véspera do famoso Massacre de Houla em 2012, favoreceu o agigantamento do poder político e financeiro de Fares Al-Shihabi, pois ele se tornou Presidente da Câmara Industrial da Síria, e isto ocorreu no mesmo dia da renúncia de Hazem. Esta sociedade secreta da Maçonaria, o “Aleppo Family Club” demonstra todo o seu poder ameaçador e intimidador contra a população civil da Síria, impedindo o povo de exercer o seu direito a liberdade de expressão, não podendo exprimir o seu sentimento de revolta e crítica ao Regime draconiano de Bashar Al-Assad, o qual foi dominado pelos poderes revolucionários do socialismo, do islamismo alauíta e da Maçonaria Oriental.

     Além do mais, é sabido desde o ano de 2014, que Fares Ahmad al-Shihabi apoia abertamente a matança dos adversários e rebeldes políticos contra o Regime de Bashar Al-Assad, como também, este homem chegou a apoiar o uso de armas bélicas contra os revoltosos da cidade de Aleppo, do mesmo modo que, Fares Ahmad al-Shihabi é o responsável por fornecer dinheiro e armas de fogo para o grupo Shabiha (foram grupos de homens armados que atuavam na Síria, a serviço do Partido Baath liderado pela família Assad. A shabiha foi acusada pela oposição síria de massacrar civis, manifestantes e rebeldes durante a Guerra Civil Síria) com o intuito de aniquilar qualquer oposição ao Governo da Síria, e garantir a sua proteção pessoal.

A RÚSSIA DESENVOLVEU UMA REDE DE FINANCIAMENTO AO REGIME DE BASHAR AL-ASSAD ATRAVÉS DOS TERRITÓRIOS ULTRAMARINOS BRITÂNICOS E POR MEIO DE EMPRESAS DE FACHADA NA EUROPA

          Assim como o seu pai, Bashar Al-Assad preserva a antiga aliança política da Síria com o Governo da Rússia, almejando a aquisição de armas de fogo e mísseis, com o intuito de impulsionar o terrorismo internacional.

         Fadel Rubbuz é um cidadão de dupla nacionalidade (russa e síria) e chefe de cozinha especializado na arte do kebab (O kebab é uma espetada de pedaços de carne, por vezes entremeados com vegetais, que vai a assar ou a grelhar no forno, ou na brasa. No Brasil são conhecidos como "espetinhos" ou "brochetes"; em Portugal são conhecidos simplesmente como "espetadas"), que exerce os seus serviços no centro comercial de Moscou. Mas no papel, ele é o diretor da “Tredwell Marketing”, uma empresa registrada nas Ilhas Virgens Britânicas, a qual chega a fazer pagamentos no valor de dez mil dólares. 

         Contudo, em meados de 2020, o Senhor Fadel Rubbuz chegou a ser indagado pelos investigadores criminais da Europa, a respeito do seu patrimônio, e o mesmo respondeu: “Eu mal tenho dinheiro para comprar sapatos, muito menos para comprar empresas”. No entanto, alguém havia publicado na Internet uma foto do Senhor Fadel Rubbuz usando trajes de cozinheiro, enquanto fazia almôndegas na cozinha.

         Mas a identidade de Fadel Rubbuz talvez tenha sido usada pela Rede de Financiamento russa, com o objetivo de usar empresas anônimas nos territórios ultramarinos britânicos, bem como, na região de jurisdição da União Europeia, visando o financiamento da Ditadura de Bashar Al-Assad na Síria, segundos os dados publicados nesta semana por um grupo sem fins lucrativos, cujo nome é Global Witness.

         Uma rede de empresas localizadas no território russo foi acusada de ajudar a Ditadura de Bashar Al-Assad a esquivar-se das sanções internacionais, como também, estas empresas de origem russa estavam facilitando o fornecimento de matérias-primas, equipamentos de armas químicas e mísseis balísticos para o Governo da Síria. Pois como é sabido, Vladimir Putin, um membro da Maçonaria do Arco Real, é um velho aliado dos interesses de Bashar Al-Assad.

         De acordo com o depoimento prestado pelo grupo Global Witness: “É provável que o nome do Senhor Fadel Rubbuz tenha sido usado neste esquema sem o seu conhecimento prévio.

         BASHAR AL-ASSAD RECEBE O SEU SUPORTE DE MOSCOU

         É uma obviedade ululante afirmar que, desde o início da guerra civil na Síria, o Governo da Rússia sempre forneceu apoio no âmbito militar e diplomático para o Regime de Bashar Al-Assad, da mesma forma que, no que se refere ao quesito histórico, a União Soviética (URSS) foi uma das principais aliadas da manutenção do Governo sírio.

         O Centro Financeiro de Moscou, no qual o Senhor Fadel Rubbuz trabalhava, conhecido como “Progress Plaza”, é controlado pela rede empresarial do Senhor Khuri. Há informações de que Fadel Rubbuz jogava futebol com o neto do Senhor Khuri.

         A Tesouraria dos Estados Unidos afirma que, o Senhor Khuri financiava a Ditadura da Síria desde o ano de 1994, quando o Presidente Hafez Al-Assad (maçom) estava no poder. Mas o seu papel consistia em fortalecer a economia da Síria, a qual havia sofrido diversas sanções, as quais ocorreram durante a Guerra dos Nove Anos.

         No ano de 2012, quando Mohammed Makhlouf, que era o tio do Presidente Bashar Al-Assad, havia visitado a Rússia, ele havia entrado em contato com o empresário Khuri.

         A família de Mohammed Makhlouf é considerada como uma das principais financiadoras do Regime de Bashar Al-Assad na Síria. Além disso, o filho de Mohammed Makhlouf, cujo nome é Rami, é considerado como um dos homens mais ricos da Síria. Segundo uma investigação conduzida pela organização Global Witness, a rede financeira de Khuri ajudou a família de Makhlouf a comprar mais de 40 milhões de dólares em apartamentos de luxo na Rússia.

         No decurso do ano de 2015, a família de Khuri recebeu sanções da Tesouraria dos Estados Unidos, tendo em vista o apoio financeiro prestado por esta família para os cofres do Regime de Bashar Al-Assad e ter cooperando com o Banco Central sírio, e esta ajuda foi prestada através de facilitações financeiras para fugir das sanções internacionais, como também, por meio do fornecimento de matérias-primas.

         Khuri também se tornou em um pequeno sócio de segundo nível da instituição bancária Tempbank na Rússia, e esta instituição bancária foi acusada pela Tesouraria dos Estados Unidos de reforçar as reservas cambiais da Síria, bem como, de prestar apoio financeiro para o monopólio estatal de petróleo na Síria.

         O chefe executivo do Banco Tempbank, cujo nome é Michael Gagloev disse aos investigadores do Global Witness, que o Tempbank havia arquitetado seis entregas de milhões de dólares em dinheiro para o Banco Central da Síria, e tal procedimento de entrega seria realizado por um avião moscovita em direção à Síria.

         As sanções da União Europeia contra o Banco Tempbank, forçaram o desligamento desta instituição no ano de 2017.

         Em conjunto com as entidades financeiras de Khuri, podemos encontrar outras organizações, como por exemplo, a “Russian Financial Society”, localizada em Moscou, a qual foi punida pelas sanções da União Europeia no ano de 2019, tendo em vista que, esta entidade ajudou a ditadura da Coréia do Norte a se esquivar das sanções internacionais, facilitando a participação do governo coreano no sistema financeiro internacional, segundo o comunicado da imprensa, alertando a respeito das sanções.

         O relatório da organização Global Witness revelou como as empresas e associações, as quais fazem parte da Rede de Financiamento do Senhor Khuri havia adquirido a “Russian Financial Society” em apenas três passos no ano de 2016, e esta entidade foi usada com o propósito de colaborar no desenvolvimento de um novo mecanismo de pagamento digital, o qual está sendo dirigido por Sandra, a filha do Senhor Khuri.

         EXPLORANDO O SISTEMA FINANCEIRO NOS TERRITÓRIOS ULTRAMARINOS BRITÂNICOS E NAS JURISDIÇÕES DA UNIÃO EUROPEIA

         Apesar do aperto provocado pelas sanções ocidentais contra o Regime sírio e seus associados, a Rede Empresarial de Khuri usou o sistema financeiro dos territórios ultramarinos britânicos, bem como, fez uso das jurisdições da União Europeia, para conseguir executar as suas atividades.

         Segundo o depoimento de Nienke Palstra, a sênior oficial das campanhas da organização Global Witness: “Mais uma vez, nós estamos observando as atividades de empresas anônimas nos territórios ultramarinos da Britânia e das jurisdições da União Europeia, e estas empresas estão sendo instrumentalizadas como mecanismos para a concretização de lavagem de dinheiro, e provavelmente, pessoas como Bashar Al-Assad estão se escondendo por trás dessas empresas.         

         A organização Global Witness traçou um elo de ligação entre o grupo empresarial de Khuri com o Centro de Pesquisa Militar da Síria, o qual é responsável pelo desenvolvimento de armas químicas e balísticas. Os representantes dos Governos Ocidentais, em combinação com o Banco Central do Chipre, suspeitam que a empresa Tredwell Marketing era uma fachada criada para facilitar o desenvolvimento do Centro de Pesquisas da Síria.

         Recentemente, duas empresas do Chipre receberam sanções do Governo dos Estados Unidos, tendo em vista que, elas facilitaram a aquisição de matérias-primas para o Centro de Pesquisas da Síria, bem como, tais empresas faziam parte do grupo econômico liderado por Khuri. Segundo a organização Global Witness, o proprietário e diretor destas duas empresas localizadas no Chipre, tratava-se de um homem idoso e que apresentava meios modestos de vida, o qual trabalhava na “Progress Plaza”, bem como, havia participado do aniversário de 80 anos do Senhor Khuri.

         Dentre os membros da Rede de Financiamento do Senhor Khuri, na qual se inclui a família deste cidadão e seus empregados, não é claro se estas pessoas estão cientes a respeito da alegação destas atividades, as quais estão beneficiando – financeiramente – o Regime de Bashar Al-Assad na Síria.

         AFINAL DE CONTAS, QUEM É MUDALAL KHURI?          

         O Senhor Khuri havia se mudado para Moscou durante a década de 1970 e mantinha ligações próximas com o Presidente da Síria Hafez Al-Assad (maçom). Nos primórdios da década de 1990, o Senhor Khuri começou a construir uma rede de negócios na Rússia, a qual incluía a participação de bancos.

         Pelo menos, um dos seus primeiros parceiros de negociação era um agente secreto do serviço de inteligência da KGB/FSB, e o apoio financeiro prestado pelo Senhor Khuri durante a guerra da Síria, ajudou o mesmo a construir uma avançada rede de influência com os integrantes da Velha Guarda do sistema de inteligência de Moscou (a KGB da União Soviética), segundo o relatório publicado pela Global Witness.

         É claro que, o Senhor Khuri contava com a ajuda dos seus amigos de antiga jornada e seus sócios em assuntos financeiros, como é o caso do Senhor Kirsan Ilyumzhinov, o Presidente Oficial da República de Calmúquia, que integra o território da Federação Russa, o qual participa do “Russian Financial Institute”. E de forma bastante aleatória e estranha, o Senhor Kirsan Ilyumzhinov havia alegado que, supostamente, havia sido abduzido por alienígenas!

         O Senhor Khuri chegou a receber homenagens públicas realizadas pela Igreja Ortodoxa da Rússia (a qual é controlada pelos espiões secretos da KGB e pela Maçonaria russa) e suas organizações associadas. No ano de 2017, o Senhor Khuri foi nomeado para o recebimento de um prêmio concedido pela Igreja Ortodoxa Russa, o qual é dedicado a proteção (falsa) dos cristãos do Oriente Médio.

         A Igreja Ortodoxa Russa apoiou as ações políticas tomadas pela Rússia em prol do Governo de Bashar Al-Assad na Síria, apresentando o falso pretexto de proteger os cristãos daquela região. Segundo o relatório apresentado pela Global Witness: “Essas premiações indicam que a rede de negociantes do Senhor Khuri, em conjunto com os seus serviços, recebeu o reconhecimento tácito pelo Kremlin, em decorrência dos seus serviços prestados (os quais cooperam com o avanço da agenda eurasiana e duginista no mundo).   

         Anteriormente, o Senhor Khuri havia recebido sanções internacionais pelo fato dele ter praticado atos que facilitam as atividades econômicas da Síria e da Coréia do Norte. Mas essas alegações inéditas apresentadas pela organização Global Witness contra o Senhor Khuri, acusam este homem de ter participado de crimes de guerras. Essas alegações estão surgindo em uma fase em que o Governo da Síria está passando por uma crise financeira, e o Regime de Bashar Al-Assad solicitou pagamentos para esta rede de negociantes e empresários do Senhor Khuri, buscando uma forma de salvar o país do colapso econômico.

REFERÊNCIAS

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