REPÚBLICA DO EVANGEQISTÃO

REPÚBLICA DO EVANGEQISTÃO

Carlos Roberto Martins de Souza

A “República Teocrática do Evangequistão”, é um país medíocre, de gente rebelde, foi criado a partir da Revolução dos Mercenários, um grupo de pastores leais ao inimigo, responsáveis pelo fim do ciclo da igreja como Noiva do Cordeiro, eles, movido pela fama, pela ganância por dinheiro e pela relação de amizade com o poder, decidiram deixar o Jesus da cruz para lá e criaram um particular, que atendesse aos desejos políticos deles. A revolta atingiu um alto grau de radicalismo uma vez que a situação do povo evangélico era precária em virtude da crise de credibilidade que a igreja e os crentes enfrentavam. As conversões acabaram, os crentes mantinham uma relação promíscua e intima com o mundo, as ofertas para sustentar os Xeiques da fé caíram drasticamente e a igreja perdeu espaços importantes. Tudo, absolutamente tudo, passou a girar em torno do dinheiro. Impérios financeiros e conglomerados evangélicos começaram a fazer com que igrejas pequenas fechassem. O cenário era constrangedor, era preciso fazer algo, pois os chefes dos negócios temiam perder seus empregos. A “Revolução dos Mercenários” foi um marco na história do Brasil, porque inaugurou um processo que levou à universalização dos direitos políticos dentro das igrejas e das liberdades partidárias a partir da declaração de que igreja e Estado precisam andar juntas, abraçadas. Essa revolução também abriu caminho para a consolidação de um sistema corrompido e corruptor pautado pela representatividade evangélica nas diversas esferas do poder político. Deram a ele o nome de “Democracia Cristã”, que de cristã não tem nenhum vestígio. Apenas fachada para vender Ilusões. Judas fantasiados de cristãos desfilam pelos corredores palacianos, todos ostentando o título de homens de Deus a serviço da nação... evangélica, óbvio! Os beijos da traição são distribuídos alegremente, as celebrações litúrgicas são repletas de puxa-saquismo e babaquices. A população tem um fetiche doentio por sado-militarismo, são afeitos a fantasias de guerra, inclusive na cama. Neste país predomina o “CORRUPTISMO" evangélico, um estado aparelhado por pastores donos de rebanhos acéfalos, de Emprejas S/A, segregadores e sonegadores de impostos. Sob o cajado do mal, impera a tortura espiritual, as mentes dos fiéis são mantidas em cárcere privado, muitos são pendurados no pau de arara da fé. O objetivo era construir um reinado de ovelhas moribundas, desprovidas de inteligência, mas que pelo rei, são capazes de fazer qualquer besteira. A pregação massificada é amar o ódio, e odiar a verdade. O projeto da República do Evangelistão, se tivesse sido consumado, seríamos governados por pastores degenerados que controlam multidões de cordeiros, que por sua vez, iriam assistir o Brasil virar um enorme pasto para os interesses dos ricos pastores e dos Mercenários. Caso o projeto tivesse vingado, o Brasil continuaria a ser visto no mundo inteiro como o pais da miséria e da exploração perversa. No pais sonhado Jesus “só não andava armado porque não tinha onde comprar uma pistola”. EVANGEQUISTÃO foi um sonho, começou num golpe, com a derrubada da presidente, passou por um pesadelo de quatro anos, e foi acabar nas praias de Brasília, lá, uma onda gigante de democracia fez do tão sonhado sono dos Patriotários um pesadelo humilhante. Assim, livre dos horrores perpetrados nos porões das igrejas evangélicas, podemos comemorar a vitória da democracia. O deus evangélicos se comporta como mordomo, como Cafetão da Fé, uma espécie de empregado dos crentes. Um deus espiritualmente incorreto, um ser imaginário capaz de seduzir até o demônio. A bandeira deste Deus, hasteada por um presidente que parece querer governar em seu nome, tem uma arma como fundo e bordões como fundamento. O criador do “Coronafé”, Jair Broxonaro, o verdugo fugitivo do Planalto, embora não seja um líder religioso de fato, pois nunca foi, ele se transformou em uma espécie de pastor messiânico político, um boiadeiro levando sua boiada no berro, é um destes picaretas da fé, vagabundo que não tira o nome de Deus da boca profana, e seduz, como se fosse o próprio diabo, com suas mentiras, mistificações e promessas jamais cumpridas as almas de boa fé, e as corrompe sem dó nem piedade. Cabe agora aos historiadores sérios, honestos e imparciais, e não aqueles “aprendizes” fabricantes de memórias para o engrandecimento de traidores do país, a triste tarefa de retratar para o mundo, com a maior fidelidade possível, a podridão das biografias de todos os irresponsáveis e inconsequentes que fizeram do nosso país, no governo Broxonaro, o paraíso definitivo da corrupção e do corporativismo fétido, que conseguiu unir o Executivo, o Legislativo e igrejas evangélicas nas mesmas salas privativas da prostituição da política para a formalização do aniquilamento da independência entre os poderes de nossa falida República, da queda do Estado de Direito e da implantação do Estado Policial para a perseguição implacável dos inimigos políticos do Capitão para dar garantia da impunidade para os ideólogos praticantes do “corruptismo”.

Carlos RMS
Enviado por Carlos RMS em 20/04/2023
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