O VENENO MORTAL DAS FAKE NEWS
O VENENO MORTAL DAS FAKE NEWS
Carlos Roberto Martins de Souza
A narrativa bíblica relata que a libertação dos escravos hebreus do império egípcio foi precedida de uma leva de pragas. Dez, para ser mais exato. Milhares de anos depois, em pleno século XXI, nos vemos no meio, não de dez, mas de milhares, as FAKE NEWS. É triste constatar que a internet, que provocou uma revolução no universo, também é terreno fértil para provocar uma revolução espantosa no campo das mentiras. Quem um dia imaginária, em sã consciência, que a ascensão de um candidato à presidência, patrocinado pela igreja evangélica, iria fazer nascer no Brasil a maior indústria de mentiras do todos os tempos? Pois foi exatamente isto que aconteceu, e o mais grave, foram os crentes evangélicos os maiores disseminadores de mentiras. Até nos cultos, nos púlpitos, nos programas de televisão, todos os lugares foram tomados por mentirosos de carteirinha, gente que se declarava “CRISTÔ, mas que na verdade eram e são filhos do demônio. Eu vi, ouvi e li tantas inverdades contadas por evangélicos, que adotei a regra de não comentar e nem discutir, pois estaria dando espaço para gente sem caráter. Hoje, com o sucesso das vacinas, a bandidagem bolsonarista resolveu ativar a função “mentira" com mais intensidade, nas ruas, nas redes sociais, nas igrejas, nas casa, em qualquer lugar há canalhas e criminosos pregando contra a bendita e salvadora vacina. Pense, em um mundo no qual as pessoas pudessem detectar mentiras automaticamente, o apoio a políticos desonestos diminuiria, a vida fluiria melhor, teríamos segurança nas informações. Mentir é uma necessidade em nossas vidas, e as vezes o fazemos sem perceber, é a “mentira culposa", quando o sujeito não tem a intenção de mentir. Mentir foi incorporado à nossa vida, mas na vida dos Patriotários é uma fonte de sobrevivência, é o oxigênio da alma. Mentir, para apoiadores de Boçal Nero, é uma obrigação, um dever, um prazer erótico, um divertimento macabro. Se não mentir todos os dias, qualquer bolsonarista morre. E com a ascensão do Minto, eles acharam a tal “FAKE NEWS”, e ai fizeram dela a bandeira da seita de terroristas, a Igreja dos Mentirosos dos Últimos Dias. Fake news é um neologismo recente, um milagre da tecnologia, que significa “notícia fabricada”, “notícia forjada” em suma, notícia falsa. E se notícias falsas já não faziam falta, também não se precisava de uma nova forma de as designar, pois não faltavam maneiras. Desinformação, inverdades, pós-verdades, fatos alternativos, contra-informação, fato político, erro técnico e agora fake news. A mentira se vestiu de verdade, foi maquiada e fantasiada, tudo para parecer algo correto, que tem ar de credibilidade. Há muitas coisas que, se as crianças soubessem, seriam difíceis de entender, imagino os filhos de bolsonaristas daqui a alguns anos, quando descobrirem que seus pais fizeram da mentira um ESTILO de vida. E pensar que estes pais não se preocupam com o famoso bom exemplo. Confesso que gostaria de ver como os livros de histórias vão retratar esta época satânica, como vão mostrar às próximas gerações que houve uma agremiação política, com raiz evangélica, que fez da mentira um manual de fé, regra de conduta, de prática e de vida. É impossível prever todas as maneiras pelas quais nos beneficiaríamos e sofreríamos se todas as mentiras fossem reveladas, mas certamente o mundo seria um lugar muito diferente daquele em que vivemos hoje. Os seres humanos, no entanto, são adaptáveis e com o tempo, desenvolveríamos novas normas e códigos aceitáveis de conduta social. Convivemos hoje com os mentirosos patológicos, os chamados mitômanos, eles são muitas vezes narcisistas, cuja necessidade de autoengano é motivada por uma extrema aversão à vergonha social e tão profundamente enraizada, que eles passam a acreditar em suas próprias mentiras, mesmo que elas contrariem fatos claramente observáveis ou declarações que tenham feito antes. Como doentes dependentes da mentira, os mentirosos vão se alimentar dela todos os dias. E quando falta matéria prima, eles se juntam para produzir uma e lançar no mercado das redes sociais com o rótulo pirateado de “VERDADE". Qualquer ser humano sábio, honesto e TEMENTE A DEUS, sabe que as mensagens falsas são feitas para chamar a atenção das pessoas, quem as espalham são gente frustradas, mal amadas, sem civilidade, e principalmente sem caráter. Por isso, é comum que elas se apropriem de teorias da conspiração, informações bombásticas, porém improváveis, e muitos emojis e exclamações. Elas agem como crianças que tentam convencer os pais de que não fizeram nada errado. Mentir massageia o ego, dá prazer e alimenta um sonho que jamais será realizado. A mentira, para o mentiroso, serve como necessidade evolutiva para os proteger dos mais inteligentes, pois eles sabem que são burros e desprovidos de inteligência. Lançar mão da mentira é a forma encontrada para não serem isolados na sociedade. Um mundo sem mentiras lançaria as relações internacionais e a diplomacia mundial no mais completo caos, mas, em última análise, os cidadãos provavelmente se beneficiariam de autoridades mais honestas. O mesmo se aplica à polícia e à justiça criminal. A violência policial e o preconceito diminuiriam, os policiais poderiam simplesmente perguntar aos suspeitos se eles estão portando uma arma ou se são responsáveis por um crime, e os julgamentos seriam substituídos por um simples conjunto de perguntas para determinar a culpa. Diante dessa problemática global, uma vertente encara a própria Internet como antídoto para as notícias falsas, por meio das agências de checagem. Essas agências criariam consciência e equilibrariam a batalha pela verdade dos fatos. Mas uma coisa é certa, se o cidadão for inteligente, e ao receber qualquer material nas redes sociais, for lá e checar a veracidade, certamente poderemos diminuir, e muito, a divulgação das fake news, pois se for mentira, basta ter ombridade para descartar.