É importante conhecer alguma coisa sobre possíveis futuros
É importante conhecer alguma coisa sobre possíveis futuros
Publicado no Blog Diário do Poder, Brasília 15/03/2023
Alertar para os perigos, que nos aguardam, têm sido a preocupação de muitos pensadores sociais.
É incompressível o descaso com que os dirigentes políticos e empresários tratam o assunto.
Os povos não conhecem as consequências das catástrofes que ocorrerão.
O aquecimento da atmosfera alterará o clima devastadoramente, o que já estão acontecendo. A organização das populações nos territórios e a agropecuária estão em risco, colocando um grande ponto de interrogação sobre a sobrevivência da humanidade, nas próximas décadas.
A desigualdade na distribuição da renda, no Brasil e em todo o planeta, é uma abominável e inaceitável ocorrência que não pode mais ser tolerada, decorrência das decisões de pessoas gananciosas e egoístas, dirigentes das sociedades. A democracia não resolveu os problemas da fome, da miséria, da dominação política e econômica.
No espaço de um artigo de jornal é impossível justificar as duas afirmações. É preciso acreditar que ainda existem pessoas competentes, honestas e responsáveis, que tentam alertar sobre o trágico amanhã que nos aguarda. Deixem, por alguns instantes, as visualizações nos celulares e investiguem no Google, (IBGE e OXFAM), sobre a atual distribuição de renda e informações sobre os malefícios causados pelas alterações climáticas.
As sociedades cada vez mais complexas e interdependentes, precisam ser redirecionadas para a adesão honesta ao princípio da solidariedade. Os miseráveis, os que passam fome, os desempregados, já são bilhões e um dia vão confrontar a exibição da riqueza, só desfrutada por uma minoria. As sociedades não têm propostas que, consagrando a democracia, a liberdade e a justiça, unam todos neste redirecionamento fraterno e pacifico. Não há outra alternativa: tudo só começará com os povos unidos em torno de um ideal.
Este artigo não é alarmista nem ingênuo, tão pouco uma pregação religiosa ou política. Trata-se de um alerta para a grande confusão que se aproxima, de tal forma que as sociedades, numa solidária união de esforços e intenções, comecem a concretizar as difíceis iniciativas que precisarão ser implementadas, se a humanidade quiser, apenas, sobreviver.
Eurico de Andrade Neves Borba, 82 anos, ex professor da PUC RIO, ex Presidente do IBGE, mora em Ana Rech, Caxias do Sul, eanbrs@uol.com.br