Impostos! Impostos! Queremos mais impostos! Os fascistas querem redução dos impostos! Abaixo os fascistas! Impostos! Impostos! Queremos mais impostos!

O mundo está de pernas para o ar; ou sempre esteve, não sei. E está, ou sempre esteve, de cabeça para baixo. Ou seria eu correto, e justo, se me limitasse a declarar que há certos seres, não sei se descendentes do homo erectus, se dos neandhertais (ou escreve-se neanderthais? - não tenho o Aulete à mão, nem o Silveira Bueno, nem o Aurélio, que me faltam, os três, bandidos! no momento em que eu mais preciso dos serviços deles), se de um híbrido amalgáma de homo erectus e neandhertal (ou neanderthal), se devo declarar, prossigo, que há seres dodóis da cabeça, ou de má-fé, a expôr suas ignorância e estúpidez, ou mal-caratismo, ou tudo junto e misturado, seres que estão a justificar a desoneração dos combustíveis - em outras palavras: aumento de impostos -, e o fazem com os argumentos mais sem sentido, mais tolos, mais imbecilóides que já se viu, argumentos que jamais passariam pela cabeça dos debilóides desmiolados Lloyd Christmas e Harry Dunne, respectivos avatares dos extraordinariamente hilários Jim Carrey e Jeff Daniels. Que os protagonistas da película americana sejam tolos, e dos mais tolos que a natureza jamais concebeu, sabemos; mas a tolice deles não é perfeita, tal qual a daqueles seres patéticos, ridículos, tolos, que estão, em rede aberta de televisão, ao vivo e em cores, a justificar, e a defender, a elevação da carga tributária, e com os argumentos mais risíveis, com o palavreado mais, direi, estapafúrdio, que alguém possa imaginar - e, segure-se na cadeira, querido leitor, é de abismar todo filho-de-Deus, eles ainda encontram quem em nosso meio os defenda. Declara, e de boca cheia, tal gente, que os pobres, que não têm carro, não irão, não tanto quanto os da classe média (classe média tão querida, tão amada, pela inteligenttsia camarada - ou intelligentsia?! Aulete, Bueno, Aurélio, onde vós estais?!), sofrer os impactos do aumento dos impostos; que a des-desoneração é um detalhe de um programa vasto, e profundo, de reformulação benfazeja da estrutura econômica brasileira; que os opositores do tal "L" irão se esgoelar, esbravejar, contra tal medida, e que não devem os brasileiros lhes dar ouvidos; que a redução dos impostos, pelo presidente que antecedeu o atual mandatário da nação é para este uma bomba-relógio prestes a explodir; que cobrando mais imposto, o governo reequilibra as contas públicas e amplia os investimentos em programas sociais indispensáveis, urgentes. Enfim, são tantos os benefícios que resultam do aumento dos impostos, nas palavras dos defensores de tal medida, que é-me difícil, melhor, impossível, elencá-los, aqui, tenha este artigo cento e vinte linhas, ou um milhão trezentos e sessenta e sete.

Estamos os brasileiros a assistir a um espetáculo de horrores, mambembe, com péssimos atores e piores roteiristas. Mas já nos acostumamos os brasileiros a ver os piores tipos de gente - e, impotentes, nos resignamos - a dar as cartas neste país que tanto amamos. Pior do que a desfaçatez dos políticos é a daquela gente que está a elucubrar, e a expôr, suas razões, e são dela as razões mentiras deslavadas, em apoio das políticas erráticas, digo educadamente, daqueles.

Segurem, brasileiros, os cintos: o piloto sumiu! - parece título de filme.

Ilustre Desconhecido
Enviado por Ilustre Desconhecido em 01/03/2023
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