General espanhol: Recuperar os enclaves Ceuta e Melilla uma questão de tempo

Marrocos e Espanha compartilham umas zonas fronteiriças marítima e terrestre, importantes, uma razão para que esses dois países vizinhos possam desenvolver meios de contenção de crises, face a qualquer ação hostil, tanto no Saara marroquino, como nos enclaves de Ceuta e Melilla sob a ocupação espanhola.

O livro lançado no fim-de-semana passada, cujo título “Os Soldados”, do general espanhol Juan Carlos Domingo Gueira constitui uma luz sobre os enclaves, situados no lado Marroquino, “ todas as tentativas marroquinas de recuperar os enclaves de Ceuta e Melilla dependem de tempo, assistindo cada vez mais a um “nacionalismo marroquino, alimentador de um processo notável, histórico e cultural estratégico.

A este respeito, o ex-general espanhol sublinhou, no seu novo livro, lançando a luz sobre a realidade das forças armadas espanholas e os perigos que afligem Espanha e o mundo, acreditando assim que a “ ameaça face a Espanha não ia vir do norte, mas sim do sul. ”

Tal livro do ex-general baseia-se sobre o facto que a Espanha vive um “ressentimento” de “hostilidade” ou de “indiferença” em relação às Forças Armadas e da sociedade que a servem, isso se deve à “ignorância” e ao isolamento, uma vez que “não é fácil ser soldado numa nação como a Espanha”; onde os políticos culpados.

O general Gueira considera no seu livro que “os sentimentos do nacionalismo marroquino são cada vez maiores”, envolvendo-se o sonho do Grande Magrebe, uma vez que a “recuperação de Ceuta e Melilha tornou-se uma questão de tempo para os marroquinos, sendo o próximo passo depois do reconhecimento do Saara.”

Segundo o ex-general espanhol no seu livro intitulado “Os Soldados”, o Madrid não defende de forma que se deve os enclaves de Ceuta e Melilha, em razão “da falha no sistema de segurança e defesa espanhol”, além das dúvidas sobre a solidariedade dos aliados no caso de um ataque, uma vez que “quem dirige OTAN – são os Estados Unidos – considerando o Marrocos como um aliado preferencial”.

Explicando que “Madrid não se aperceber da dimensão das ameaças vindas do sul”, frisando que “Rabat nunca vai desistir de Ceuta e Melilha”, uma vez que Espanha enfrenta ameaças provenientes do dentro da Espanha, referindo-se ao nacionalismo catalão, cada vez mais sério “, o que não vai a desaparecer” e “vai continuar a ser um verdadeiro problema”.

Além disso, o livro analisa os problemas que afetam as forças armadas e as políticas de defesa na Espanha, anotando que precisa "de um grande plano de defesa e um cenário econômico adequado para os planos plurianuais, passando pela reorganização do exército".

No que diz respeito à guerra na Ucrânia, o livro do ex-general, comandante das forças pesadas do exército espanhol (hoje intitulada Divisão San Marcial), considerando que tanto a Rússia como Ucrânia "parecem ansiosas para sentar à mesa de negociações, uma vez que nenhum quer uma rendição, devido a natureza dos interesses que cada um defende."

Lahcen EL MOUTAQI

Professor universitário-Marrocos

ELMOUTAQI
Enviado por ELMOUTAQI em 14/02/2023
Reeditado em 14/02/2023
Código do texto: T7719032
Classificação de conteúdo: seguro