OS DE CIMA DO MURO
OS DE CIMA DO MURO
Esse adágio identifica aquelas pessoas que por alguma razão covarde, medrosa ou até mesmo oportunista, que quando inquerida nunca se manifesta, ou opina, deixando sempre uma incógnita. Maior razão encontra, quando do resultado para aquele que a inqueriu, por não ter vencido, ou prevalecido. A partir daí, se encoraja em dar a sua opinião, já que se julga vencedor, apesar da sua omissão. Esse é o que pertence ao grupo dos de cima do muro. No entanto, para aquele que tem coragem de se manifestar, ou seja, de dar a sua opinião, mesmo não prevalecendo, não sendo vencedor, deve se orgulhar de ter tentado. “...Às vezes é melhor se arrepender de ter tentado, do que nunca saber como seria...” (Arthur Cruz) Para aqueles que agem com sabedoria nem mesmo a lógica é capaz de ser mantida, ela é capaz de instigar o raciocínio, na busca da forma mais acertada. Por exemplo: o presidente é ladrão; o presidente é homem; logo, todo homem é ladrão. Esta é a lógica, no entanto, não satisfaz, sendo negada. Segundo Aristóteles, a lógica tem como objetivo o estudo do pensamento, para que este seja correto. Segue o raciocínio da conexão de ideias, daí, deduzindo as duas premissas e uma conclusão, um silogismo. Portanto, os que sempre permanecem em cima do muro, via de regra, são críticos, são os últimos a falar, pois que não são capazes de emitir opinião, não contribuem para qualquer desenvolvimento da inteligência, são parasitas. Na dialética hegeliana, a expressão do pensamento segue três momentos: tese, antítese e síntese. Afirmação do pensamento a ser submetido; a sua negação, para posteriormente alcançar a negação da negação ou uma nova afirmação. Pois bem, chegamos até aqui para que os desavisados entendam a virtude de se ter uma opinião sobre a política brasileira, afinal de contas, quem ama esta Nação, a considera de corpo e alma, por isso mesmo não se acovarda, mesmo ante as perseguições e ameaças. Assim, para nós os que nos submetemos, como escritores e cidadãos, ante o momento das reeleições dos presidentes da Câmara e do Senado, dá-nos a entender que a negação dessas decisões não termina aqui. Resta-nos saber que, negar a razão, negar a verdade ao ponto de ter que conviver com a mentira de uma eleição, tudo pode acontecer, até mesmo a negação da negação. Todavia, nenhum mérito para com os que permanecem em cima do muro, e que, nesta hora se julgam vencedores. A gente até entende que numa síntese de tudo isso, trabalhar para que haja paz é uma questão de sensatez, todavia, lutar pelo renascimento da justiça, levando o descondensado a responder por seus atos criminosos, é claro, juntamente com aqueles que prevaleceram além da Constituição. Bem assim, os atos de injustiça que penalizaram inocentes, devem ser reconsiderados a bem da liberdade e mesmo da sensatez da parte daqueles que protagonizaram tamanhos descalabros. Se somos dotados de opinião, se amamos nossa terra, se agimos dentro da lei, jamais seremos coniventes com os de cima do muro.