TREINAMENTO ÚTIL

Carlos Roberto Martins de Souza

Recebi de um Internauta a foto de um terrorista lá em Brasília agachado sobre um móvel, com a calça abaixada, enrolado numa bandeira do Brasil, com a bunda à mostra, e ai vi que eles sabiam que seriam presos. Tinham certeza. Aquela cena hilária, tosca, criminosa e idiota, mostrava que eles sabiam que na prisão, não seria fácil, teriam que fazer as necessidades agachados, pois é assim coisa na cadeia. A famosa "Bacia Turca" é o ápice da humilhação de um prisioneiro, pois nem fazer merda com tranquilidade ele pode, é preciso preparo físico. Jogo de joelhos. Sabendo disto, o Zé Mané da foto, que deve ser Professor de Cagadas, conhecedor profundo de merda, estava dando aulas a todos os bolsonaristas, presos ou não, de como seria o exercício de defecar. Não é coisa simples, tem toda uma técnica e um ritual específico, é um desafio, poucos sobrevivem sem sofrer traumas. Primeiro ele percebe que o tolete já está beijando a cueca, então ele avisa que vai descer o elevador para o térreo. Tentando minorar seu medo, ele diz a si mesmo : “Acho que vou ali dar um tchau para um amigo que vem do interior e vai para o rio”. Primeiro, é fazer de conta que não está com aquela tremenda dor de barriga, o bucho contorce, as tripas dão um nó, aí, para aliviar, resolve soltar os gases na esperança de que vai passar. Mas ele sabe que o peido é o telegrama avisando que em breve vem barro, e às vezes, água poluída. Ele já se vê em apuros, logo vem lembrança de criança, “cagar agachado, é arriscado”. Com os olhos arregalados, ele manda chamar um padre, pois vai começa a sessão de descarrego. Depois daquele filme de terror, o miserável tem que aceitar, ou então fazer na roupa, e ai vai ser pior, pois terá que lavar, ou vai ficar encalhado, o que seria outra desgraça, pois precisaria passar pela terrível lavagem. E ai vem a lembrança do tratamento da Covid-19 indicado por médicos bolsonaristas, a “Ozonioterapia”, e neste caso o cabra já fica menos receoso. Já levou gás na bunda... Com a cara de bundão arrependido, tremendo, suando frio, ele toma a decisão de enfrentar o problema, faz um sinal da cruz, ajoelha e reza cinquenta Pai Nosso, e ainda canta: “Pai, afasta de mim este cálice”. Feitas as preces, só ai ele se dá conta do desafio que tem pela frente. Um buraco no chão exalando perfume "Jacuti" vendido pela Micheque, lugar onde ele deve exercitar a sua arte de equilibrista, pois qualquer descuido, vem um escorregão e tá lá um pé mergulhado na bosta. A luta é dramática, o fiofó tá é tão apertado, que nem diarréia vencida passa. O guarda chega, nota algo estranho, percebe que há uma demanda, mas o pobre idiota já vai dizendo que houve apenas uma discussão com os seus órgãos internos, foi apenas⁰ a prisão do intestino. Vendo o sofrimento, o agente diz para ele não prender o peido, pois ele sobe sorrateiramente pela coluna, chega aos miolos, e ai começam os pensamentos de merda. Cagar ou não cagar, eis questão! O bucho não dá trégua e ele vai ensaiar, pois é preciso muito treino, desce aquele short estilizado até os joelhos, agacha, bota o falecido para baixo... Na primeira tentativa ele já tem cãibras nas pernas, é aquele desespero. De novo, lá vai ele mostrar que consegue, de novo a confusão, o short enroscou nos pés, foi um baita tombo. Se ajeitou, criou coragem, escorou as pontas dos indicadores no chão, mas uma barata tonta saiu do buraco.... Desgraça! Porra! Caralho! Nem cagar eu posso! Foi uma terrível experiência.

De novo... Olhos fechados, coração a mil, as tripas se contorcendo... Pimba! Não deu tempo, desceu tudo, foi aquela lambança, veio a segurança toda, pois a catinga contaminou tudo. Um dos agentes ainda diz: “Para quem está acostumado a merda, uma cagada desta é divertimento”. A vítima, acostumada a uma freada de motocicleta, se viu em apuros, foi aquela bunda mole coberta por uma massa barrenta. Só ai ele descobriu que merda é uma fábrica de histórias, muitas tóxicas, e então ele descobriu que o amor por Boçal Nero é igual papel higiênico, vai se acabando a cada cagada.