Descaso com yanomamis esquenta a cadeira de Bolsonaro em Haia...
Por: Madeleine Laksco
(Colunista da UOL)
Descaso com yanomamis esquenta a cadeira de Bolsonaro em Haia
Na Live UOL, desta segunda-feira (23), falei sobre a imagem do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que piorou ainda mais após a divulgação das condições precárias encontradas no Território Indígena Yanomami, em Roraima.
Crianças e idosos da região estão em estado grave de saúde, com desnutrição, malária e infecções respiratórias.
Um cenário que motivou a decisão do Ministério da Saúde de decretar estado de emergência para combater a falta de assistência sanitária no território.
Em viagem ao local, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou a gestão de Bolsonaro com os povos indígenas: "Se ao invés de fazer tanta motociata tivesse vergonha e viesse aqui, quem sabe esse povo não tivesse abandonado como está".
Dos Estados Unidos, o ex-presidente respondeu às críticas e as classificou como uma "farsa da esquerda".
"Os cuidados com a saúde indígena são uma das prioridades do governo federal", afirmou, em mensagem replicada de uma publicação do Ministério da Saúde feita em dezembro de 2022, durante o seu governo.
O ex-presidente pode tentar dar a explicação que quiser, mas não há nada que justifique a situação encontrada entre os indígenas.
As imagens falam por si.
Não há explicação possível para elas.
Muito mais complexa do que o debate simplificado na dualidade emburrecedora de garimpeiros contra yanomamis, a nova mentirada internacional de Bolsonaro já corre o mundo.
Envolvendo o risco de eliminação de um povo específico, o descaso do ex-presidente com a etnia talvez já comece a esquentar sua cadeira de réu no Tribunal de Haia.