CRISTÃOS PRESOS NO BRASIL

Hebreus 13.3

INTRODUÇÃO

1. No meio das milhares de pessoas que foram presas nos últimos dias, a propósito do vandalismo praticado em prédios públicos do Congresso, do Supremo Tribunal Federal e do Palácio do Planalto, consta a presença de vários cristãos. Entre eles estão crianças, senhoras e idosos. Estavam participando junto com a multidão que protestava na frente dos quartéis e das aglomerações ocasionais em Brasília e em outras cidades do País. São identificados como cristãos, porque, além de portarem cartazes, faixas e cantarem o Hino Nacional, também faziam orações, cantavam hinos religiosos e recitavam textos bíblicos.

2. Diante do fato ocorrido e, sendo enquadrados pelas autoridades judiciais e policiais e pela mídia que acompanha os acontecimentos como terroristas responsáveis por cometerem vários crimes, fica a pergunta sobre qual realmente é a razão principal da detenção deles.

3. A pergunta se faz necessária porque em várias ocasiões ao longo da história, cristãos de várias igrejas foram perseguidos, presos e mortos. O autor da carta aos hebreus recomendou em sua época que os cristãos prisioneiros deveriam ser lembrados em orações, súplicas e intercessões. Na verdade, tudo teve início quando Jesus Cristo mesmo foi preso, condenado e morto. A continuidade veio com a prisão de vários apóstolos, principalmente Tiago, Pedro e Paulo. Paulo apóstolo, em sua carta aos efésios escreveu: “Por esta causa eu, Paulo, sou o prisioneiro de Jesus Cristo por vós, os gentios” (Efésios 3.1).

DESENVOLVIMENTO

1. A busca da causa das prisões em nossos dias é de suma importância para saber se eles estavam pregando o evangelho e anunciando Jesus Cristo como Salvador, Senhor e Rei. Ou para saber se foram outras as razões, principalmente políticas e partidárias. Ao estarem fazendo orações, recitando textos bíblicos e cantando hinos, eles o faziam para enaltecer, glorificar, engrandecer e proclamar o nome de Jesus Cristo ou estavam comprometidos com um líder político e uma causa partidária?

2. Infelizmente, durante o período da campanha eleitoral não faltaram filmagens de cenas em templos e em outras concentrações abertas, onde visivelmente a invocação do nome de Jesus Cristo, as afirmações de fé e os louvores eram para endeusar um candidato político, o qual abertamente passou a ser chamado de “mito”. Não houve dúvida que o culto a personalidade mais uma vez falou alto e, lamentavelmente, muitos cristãos perderam a direção e ficaram confusos. Era como se a eleição desse político pudesse trazer o Reino de Deus a terra e os cristãos pudessem então assumir o poder político, dando ao Brasil a imagem de um país cristão. A utopia do slogan “o Brasil é de Jesus” seria finalmente realizada.

3. O resultado das eleições que trouxe a derrota desse candidato deixou os cristãos atônitos, surpresos e perplexos, tendo muita dificuldade em aceitar os fatos. A reação veio de imediato nas mídias sociais com mensagens, declarações, profecias, interpretações de que Deus iria reverter o quadro, usando principalmente os militares que fariam frente a um possível domínio do socialismo ameaçador. Daí vem a explicação porque esses cristãos foram para a frente dos quarteis, junto com a multidão de militantes partidários inconformados com a derrota em urnas tidas como corrompidas. Com a posse do novo presidente e das novas autoridades militares, a verdade caiu sobre eles. Perdidos no meio da militância partidária que reagiu com o referido vandalismo junto aos prédios públicos, esses cristãos acabaram sendo detidos, identificados e estão sujeitos a processos como criminosos.

CONCLUSÃO

É inegavelmente triste ver a situação desses cristãos que foram detidos e confundidos com os vândalos que fizeram o quebra-quebra nos prédios públicos. Crianças, senhoras, idosos e homens de bem não souberam discernir espiritualmente os acontecimentos políticos e se deixaram seduzir pelo culto à personalidade. Líderes religiosos se identificaram claramente com o culto à personalidade e incentivaram os membros de suas igrejas a acreditarem na utopia política de um país cristão.

Com a derrota, justa ou injusta, em vez de irem para a frente dos quartéis, por que não foram para dentro dos templos para estarem diante de Deus em clamor pela nação brasileira?

Minha oração agora é que Deus ilumine as autoridades para tenham sabedoria em lidar com um assunto tão delicado e realmente façam justiça em favor desses cristãos, que já devem ter percebido o engodo e já estejam arrependidos.

Minha expectativa é que daqui por diante os templos se encham de cristãos para juntos clamarem a Deus por socorro e para prosseguirem na proclamação do nome de Jesus Cristo como único Salvador, Senhor e Rei.

Edson Raposo Belchior
Enviado por Edson Raposo Belchior em 12/01/2023
Código do texto: T7693324
Classificação de conteúdo: seguro