Governo Lula. Lulistas fanáticos. Imposto de renda. Salário mínimo. Nota breve.

Podemos chamar os lulistas mais empedernidos de gado do Lula, de fanáticos e dizer que eles estão a passar pano para o Lula, ou ainda é cedo?

Em sua maioria, os eleitores do tal "L" seguem suas vidas, independentemente do que está a se passar na política nacional. Fazem bem. Há um grupo, todavia, de lulista - e dentre estes estão incluídos os nem-lula-nem-bolsonaro -, que, até domingo incomodados com as notícias agourentas que pululavam, aqui e ali, a indicar que o tal "L" e sua trupe estavam mais tontos do que o Níquel Náusea após se borrifar com um mata-baratas, encontraram nas manifestações violentas - e pouco importa se foram as depredações executadas por esquerdistas infiltrados no movimento de direita, numa nâo muito sutil false flag - um expediente para se esquivarem das cobranças que o cenário político caótico permitia que os anti-lulistas lhes fizessem - nada surpreendente, pois agora é o tal "L" a vidraça. Era incômoda a posição deles, pois inverteram-se os papéis. E eles não sabiam como lidar com a situação. Precisavam de bodes expiatórios para explicar as confusões e a inércia do atual governo. Daí a repetirem, nauseantemente, a cantilena: O Bozo deixou um rombo de quatrocentos bi, e reduziu impostos do combustível, e tal e tal e tal. É certo que nenhum deles sabe dizer quais são, do governo Lula, a política educacional, a econômica, a industrial, a cultural, a ambiental, etecétera, e etecétera e tal. Situação indesejada. Precisavam de algo, e para ontem, qualquer coisa, para desviarem o foco. E encontraram a coisa tão desejada, tão acalentada, que caiu dos céus, graças a Deus (ou a algum diabólico estrategista político): as manifestações de domingo, em Brasília. Pronto. Aí está o presente. Agora, ocupam-se os lulistas mais empedernidos, durante vinte e quatro horas por dia, de esbravejar, esgoelando-se, no rosto, estampado, rictus diabólico, contra os terroristas, os golpistas, os radicais de extrema-direita, os fanáticos, e tal, e tal.

O mais surpreendente, que não me surpreende, é a ação dos nem-lula-nem-bolsonaro, aquela gente prudente e sofisticada que enche uma kombi, gente que, situando-se a si mesma no centro do espectro político, e acima dos da direita e dos da esquerda, alcunhando-os a todos eles, indistintamente, de extremistas, radicais e fanáticos, e deles equidistante, alçou-se a si mesma à condição de criaturas superiores, semidivinas, melhor, ultradivinas, omnissapientes, melhor, ultraomnissapientes: desde o início do governo do tal "L", conservou silêncio quase absoluto: deu o ar da graça, para ridicularizar bolsonaristas, num e outro momento, com aquela graça que lhe é peculiar: insossa, desgraciosa, recheada de pusilanimidade e hipocrisia. E estes seres, prudentes e sofisticados, repetem, acriticamente, o discurso midiático, e se dizem independentes, pessoas que pensam cada uma delas com sua respectiva cabeça. Não entendo, no entanto, porque tais pessoas, tão sofisticadas, tão inteligentes, de formação literária e cultural e intelectual tão primorosa, estão sempre a ecoar a narrativa midiática, macaqueando-a, seja ela qual for, não raro - sempre a seguir a mídia - a defender, hoje, idéia que ontem reprovavam. E usam vocabulário que apreenderam da imprensa: terraplanismo, negacionismo, tratamento precoce, extrema-direita, fanatismo, genocídio, terrorismo, empoderamento, masculinidade tóxica, gado, e etecétera e tal. E a cada vocábulo emprestam o significado que a ele a mídia concede em cada momento. Inteligência simiesca. Simiesca, sim - mas inteligência. E digo mais: enaltecem os personagens que a mídia enaltece, e vilipendia a reputação daqueles que ela vilipendia.

São lulistas fanáticos?! Gado do Lula?! Passadores de pano?! Não sei.

No título desta nota breve, escrevi imposto de renda e salário mínino. Por descuido, quase a encerrei sem que nela escrevesse algo a respeito.

Li, em sites de revistas e em notas publicadas em redes sociais que o governo do tal "L" está a pensar, e a repensar, a correção da tabela do imposto de renda, que, dizem por aí, está desatualizada, reduzindo-se o valor de renda para isenção da alíquota, enfiando, assim, a cabeça de mais brasileiros dentro da boca do leão da receita, criatura voraz, insaciável, glutão pantagruélico tal qual um frade, e a pensar, e a repensar, a política de correção do valor do salário mínimo, para atender ao compromisso que assumiu com a responsabilidade social. Esta é a explicação, que está na ponta da língua, que explica a razão do governo para cobrar imposto de renda de mais trabalhadores brasileiros: está a se respeitar a lei: a tabela está desatualizada, defasada, não é corrigida há seis anos. E para explicar a inexplicável decisão de não se aumentar o valor do salário mínimo para não sei quantos reais, a explicação, que também está na ponta da língua, é esta: o governo tem responsabilidade fiscal.

É cedo para chamar os lulistas de gado do Molusco e passadores de pano?!

- Mas você tem de entender, meu amigo - dir-me-á um lulista -, que no governo Lula respeita-se a diversidade racial, e as mulheres, e os homossexuais. Você viu, amigo, quantas ministras há, e quantos...

Ilustre Desconhecido
Enviado por Ilustre Desconhecido em 12/01/2023
Código do texto: T7693222
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