POSSE APOTEÓTICA DE LULA: ALEGRIA EM CENA E DEMOCRACIA PARA SEMPRE

Neste primeiro dia de 2023, em pleno domingo, o País parou para alegremente assistir à posse de Luiz Inácio Lula da Silva como Presidente da República Federativa do Brasil. Sim, o homem subiu a rampa do Palácio do Planalto, mesmo sob ameaças e quando muitos alardeavam que isso não aconteceria. Ele subiu a rampa e discursou de forma bonita e verdadeira. Lula é mais que nunca nosso democrático 39º Presidente!

O clima que tomou conta da Nação nesse primeiro dia do ano, nesse domingo inesquecível, foi de muita alegria e contentamento para as pessoas sensatas e não somente para os eleitores de Lula. As expectativas para acompanhar o desenrolar da solenidade de posse era algo jamais visto nesse tipo de evento. O Povo tomou conta das ruas de Brasília comemorando essa proeza com altos níveis de satisfações em seus semblantes. Olhos brilhantes, sorrisos largos e gestos de conquistas... Sim, de conquistas porque não foi apenas Lula quem se saiu vencedor nessa contenda, foi a maioria da população que também tomou posse naquele instante quase mágico do terceiro mandato democrático de Lula na presidência, feito único em nosso regime democrático.

Lula, Alckmin e suas respectivas esposas, finalmente conseguiram sair ao ar livre no carro presidencial, o Rolls-Royce Silver Wraith. Todos estavam apreensivos, mas eles estavam por demais confiantes e corajosos. O aparato de segurança era grande e todos os cuidados foram tomados para a proteção das autoridades e da multidão presente nos ambientes da solenidade e em seus arredores, de modo que tudo transcorreu muito bem e sem problemas, exceto, a prisão de um homem armado com uma faca e com explosivos e o abatimento de um drone sem registro que circulava por lá... O ritual foi cumprido!

Quase todos os protocolos adequados para a solenidade foram seguidos. As exceções ocorridas foram registradas por quatro alterações: primeiramente, na subida da rampa, entre as pessoas estava a cachorrinha de Lula e Rosângela (Janja), “Resistência”, depois tivemos a entrega da faixa feita por cidadãs e cidadãos representantes da sociedade civil; a assinatura dos documentos da posse com a caneta que ele ganhou no Piauí e a salva de canhão na revista das tropas, que a pedido da primeira-dama, não foram disparados para não ser desconfortável aos autistas nem aos animais. Ambas as alterações possuem, certamente, sua simbologia própria para a situação vivenciada. Tudo foi maravilhoso na solenidade de posse, mantendo a tradição democrática, para desespero dos contrários embusteiros.

O presidente eleito pela maioria dos votos na última eleição, estava em incontida alegria, sempre emocionado em toda a solenidade de posse. Fiquei imaginando o que passava pela mente daquele homem que há pouco tempo estava injustamente preso e agora não apenas livre, mas recebendo posse no cargo mais alto e importante do País. O espaço das lágrimas deu lugar ao sorriso e olhar brilhante num momento democrático histórico. O filme deve ter ficado passando em sua mente o tempo todo, daí a grande carga emotiva que estava contida nele, sem ódio nem mágoa com tudo de ruim que passou. Olhar com visão de futuro em benefício dos mais carentes que serão inseridos no processo de desenvolvimento da Nação. Senso aguçado de responsabilidade social e econômica que tanto almejamos durante muito tempo. Que assim seja!

O Primeiro discurso de Lula foi feito no Congresso Nacional após a solenidade de posse, marcado pela emocionante simbologia de, na ausência de hombridade democrática, esse espaço ter sido ocupado pelo povo, representado por pessoas simples que juntamente com o Presidente e Vice-Presidente subiram a rampa. Ótimas escolhas representativas capaz de realmente ser um marco na história do Brasil. A ausência do Ex-Presidente não fez a menor falta. Foi melhor assim. Momento criativo e justo na festa cidadã e democrática.

Em seu primeiro discurso no Congresso, Luiz Inácio comentou sobre a satisfação de voltar a ser Presidente e em poder desempenhar seu papel na reconstrução brasileira, que para tal, precisará do apoio de todos neste desafio. Ele falou sobre a difícil situação do Brasil em todas as áreas que foram apontadas pelo relatório da Equipe de Transição, o qual mostra a situação caótica de todos os setores, revelando o estado de abandono do País nos últimos anos.

Em sua expressividade, Lula retoma a linha da verdade e o valor institucional do comando com responsabilidade e credibilidade, porque ultimamente a situação estava muito complicada com tantas mentiras, ameaças e promessas vãs. Lula postula um modelo de governo compartilhado com a sociedade e com os demais poderes. Ele afirma que é necessário reestruturar toda a base das políticas públicas que foram solapadas ultimamente. Garantiu que o processo de governança seja retomado, segundo a Lei maior, com uma política de investimento que assegure o desenvolvimento com realismo orçamentário e reponsabilidade fiscal e ética.

Uma das passagens mais marcantes do discurso realizado no Congresso Nacional foi a que o Presidente empossado, afirma que o controle republicano e democrático seja efetivamente explorado, por essa razão, é preciso retomar e fortalecer o pacto federativo para promover o crescimento econômico e social. Lula diz que mais de quatorze mil obras estão paralisadas e precisam ser retomadas para sair desse atraso. Recompor os orçamentos da educação, saúde, habitação, segurança e todas as demais áreas é essencial, porque o governo precisa agir com reponsabilidade e transparência. Lula anuncia a revogação de alguns decretos, a exemplo do Decreto de acesso a armas e munições; Revogação do Decreto sobre os garimpos nas áreas de reservas, liberação do Fundo de Combate ao Desmatamento na Amazônia e do retorno da transparência das informações, dentre outros.

Após concluir o primeiro discurso oficial no Congresso Nacional e fazer os cumprimentos de praxe ao seleto público presente, o Presidente Lula se dirige ao parlatório do Palácio do Planalto para discursar pela segunda vez ao público que, emocionado, o aguardava. Assim como o público, o Presidente Lula também estava muito emocionado e chorou algumas vezes, demonstrando seu lado emotivo e sincero ao falar com seu povo de suas verdades subjetivas. Se emociona porque tem humildade e é sensível as causas mais nobres do viver humano. Lula possui bom caráter e fala a verdade na busca de soluções para os graves problemas no combate à fome e a indigência de tanta gente. O sofrimento das pessoas o deixa triste, como se fosse uma lembrança de outrora quando sua pobre família nordestina migrou para o Estado de São Paulo. Essa é a diferença que faz dele um Presidente de vergonha e digno representante de todos nós que somos adeptos da democracia.

Lula começa seu discurso para o povo fazendo uma saudação especial, retribuindo ao que recebeu da Vigília Lula Livre, onde passou os dias mais difíceis, mas sempre recebeu o aconchego das pessoas. Dessa forma ele retribui “Boa tarde, povo brasileiro”. Falou da gratidão e coragem de todos no empenho da luta pelos votos durante a campanha eleitoral e agradece a formação da caravana da esperança para participarem da festa da democracia, que representa essa solenidade da posse. Democracia para sempre, bradou Lula!

Lula pede pela paz e união das famílias que não merecem viver no discurso do ódio e da desarmonia, porque é preciso reatar os laços rompidos e buscar a felicidade. A união é necessária, afinal nós brasileiros somos um único povo e que compõe essa grande Nação e, afirma Lula, temos uma grande virtude: “nós não desistimos nunca”, asseverou o Presidente. Ele lembra a todos que a primavera chegou – “Hoje, a alegria toma posse do Brasil, de braços dados com a esperança”.

O Presidente Luiz Inácio diz que ao rever o discurso de sua primeira posse como presidente em 2003, percebeu que o Brasil andou para trás, porque a principal luta e promessa daquele tempo foi a de lutar contra a desigualdade e a extrema pobreza que assolava os mais carentes, porquanto, essa mesma situação se evidencia hoje como uma cruel realidade. Daí Lula fazer essa alusão, a de prometer novamente acabar com a fome e a miséria que voltou a acontecer a muitos compatriotas. Lula cita que “A Volta da fome é um crime, o mais grave de todos, cometido contra o povo brasileiro”. A desigualdade nos apequena e nos divide, comentou ele deveras emocionado e acrescentou: “De um lado, uma pequena parcela da população que tudo tem, do outro lado, uma multidão a quem tudo falta e uma classe média que vem empobrecendo ano após ano”.

A vontade em possibilitar uma mudança nesse quadro situacional é grande, mas para essa transformação ocorrer, se faz necessário diminuir as desigualdades. É preciso fazer mais do que simplesmente governar, é preciso cuidar com carinho do povo brasileiro para propiciar um viver com dignidade; deixou esse sentido nas entrelinhas. Ele diz que juntamente com seu Vice-Presidente Geraldo Alckmin, assumem o compromisso de combater todos os tipos de desigualdades. É preciso averiguar o que se passa e tomar providências, pois fazer de conta não resolve o problema, deu a entender Lula em sua fala.

Da luta contra o escravismo, da situação difícil dos indígenas, do trabalho feminino mal remunerado e da violência contra as mulheres, Lula não esqueceu em sua fala no parlatório. Ele diz que precisamos resgatar a cultura e a dignidade para que tenhamos o desenvolvimento econômico e inclusão social como foi realizado no passado. É preciso, investir na educação – “da creche a universidade - para fazer do Brasil também um exportador de inteligência e conhecimento, e não apenas de commodities e matéria-prima”. Precisa-se investir na saúde para fortalecer o Sistema Único de Saúde, como também na agricultura familiar e agronegócio e combater as mudanças climáticas e o desmatamento da Amazônia sem esquecer a responsabilidade fiscal, ponderou Lula. Ele disse ainda: “O que o povo brasileiro sofreu nestes últimos anos foi a lenta e progressiva construção de um genocídio”.

Ao longo de seu discurso para o povo no parlatório, Lula repete que é preciso um esforço conjunto para combater as desigualdades, afinal esse é o maior problema a ser enfrentado, segundo sua visão, pois é dessa condição que se origina outras grandes dificuldades. É hora de superação contra as incertezas e obscuridades. É hora de inovar e ousar. “É hora de reacender a chama da esperança da solidariedade e do amor ao próximo”, afirma o Presidente conclamando o apoio de todos e todas. Lula nos alerta que “Não é hora para ressentimentos estéreis. Agora é hora de o Brasil olhar para a frente e voltar a sorrir”. Ele pede para virar a página, porque apesar da destruição encontrada o Brasil tem jeito e depende do empenho de todos nessa luta, pois é tempo de união e reconstrução.

Ao final, o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva pede que “A alegria de hoje seja a matéria-prima da luta de amanhã e de todos os dias que virão. Que a esperança de hoje seja o fermento que há de ser repartido entre todos”. Ele pede também para todos estarem prontos para reagir em paz e em ordem a favor do processo democrático, se utilizando da verdade como principal arma de combate. E Lula finaliza seu bonito e emocionante discurso saudando com um “Viva o Brasil. Viva o povo brasileiro”. Depois de anos de devastação dos valores e de omissões covardes, esse discurso era tudo que se queria ouvir para renovar as esperanças por dias melhores. E que assim seja!

A posse de Lula e Alckmin é o evento de maior presença de autoridades internacionais no Brasil, desde os Jogos Olímpicos de 2016. Foram 65 delegações estrangeiras e 19 Chefes de Estado, que foram recepcionadas por Lula no Itamaraty na noite de primeiro de janeiro de 2023. Que esse seja um bom presságio para o que teremos ao longo do novo governo e que essa reaproximação com outros países possa dinamizar nosso processo de interação, que há tanto tempo vem sendo sofrível. Que essa reabertura ao mundo nos proporcione não apenas sair do isolamento, mas também intercâmbios e negociações producentes, afinal, o Brasil precisa de uma mudança de postura para deixar de ser párea no mundo e passar a ocupar seu lugar de destaque como liderança relevante no mundo político e dos negócios. O Brasil merece!