DESAFIOS INTERNACIONAIS
O Brasil e o Mundo Multipolar em 2023
Debate no Rio de Janeiro em dezembro de 2022
Com Pepe Escobar, Guilherme Estrela, Roberto
Amaral e Leonardo Attuch.
Não se trata de opiniões abalizadas em astrologia sistêmica e, muito menos de adivinhações em bola de cristal. Trata-se de um debate ocorrido em início de dezembro de 2022 sobre as transformações ocorridas nas eleições para a Presidência do Brasil e as possibilidades do novo governo Lula retomar sua política externa e os contatos com os BRICs. O tema foi centrado na geopolítica e nas possibilidades de o novo governo brasileiro retomar a sua política externa independente.
Chamou atenção os contrapontos levantados entre Pepe Escobar e Roberto Amaral. Quais as possibilidades políticas do Brasil a curto prazo retomar seus contatos internacionais? O Brasil terá condições de resgatar a sua soberania ou ficará subordinado às decisões do imperialismo ianque? Poderá retomar a liderança na América Latina para a abertura ao Mundo Multipolar com a adesão ativa aos países da Eurásia?
Roberto Amaral com um olhar realista fez a retrospectiva histórica do país desde 1946 até o século XXI e, a tendência a se ajustar às regras do jogo internacional sempre tutelado pelo imperialismo americano. Fez uma denúncia da reprodução dos erros e equívocos das elites dirigentes estatais. Ao final fala do posicionamento recorrente da “cultura de conciliação” entre classes, por parte também das vanguardas que lutam pela soberania do país.
Pepe Escobar com base em sua vivência como correspondente estrangeiro nos países da Europa, Estados Unidos, Eurásia e Países Asiáticos, levanta a hipótese da presença de Lula para recuperar o bloco dos países da América Latina ao Mundo Multipolar. Mesmo admitindo o controle do Norte Global aponta as contradições internas americanas, com a ameaça dos USA de perder a hegemonia e o desmonte da União Europeia. Para ele as contradições internas dos países ricos é que são fundamentais para desestabilizar cada vez mais o Mundo Unipolar.
Já se observa o sucateamento dos direitos sociais e o avanço da organização dos trabalhadores, colocando em cena um movimento de baixo para cima, semelhante ao ocorrido na França com os “Coletes Amarelos”. Afirma que já se observa neste país e na Itália a tendência a liderarem os polos de lutas sociais contra as arbitrariedades dos “donos do poder”. A mobilização popular obrigará os países ricos ocidentais, inclusive os Estados Unidos, a se curvarem frente ao fortalecimento do Mundo Multipolar.
Vale a pena ter acesso à live no YouTube que motivou este resumo.