Tindouf: As crises política e económica aprofundam o isolamento dos dirigentes do RASD

As conturbadas condições políticas que vivem a frente separatista da “Polisario”, após o acúmulo de decepções em muitos dossies internos, a exemplo da renúncia do líder, Abi Bushraya al-Bashir do movimento, aprofundando os problemas organizacionais dos dirigentes objeto de uma “guerra de palavras”. ” com a aproximação da data do pretendido congresso da frente da Polisario, no janeiro próximo.

A este respeito, o jornal ibérico El Independent noticiou que “a organização convive com um declínio interno e externo sem precedentes, devido às crises sociais e económicas, coincidindo com os saltos acontecimentos favoráveis e vitórias diplomáticas do Reino de Marrocos nos últimos meses no nível internacional e ocidental”.

Tal jornal considerou que “a regressão que conheceu a Frente Polisario nos últimos anos foi inimaginável”, referindo-se neste contexto a paralisação e“congelo de todas as estruturas organizacionais internas, devido ao monopólio de alguns líderes separatista Frente Polisario, ligados a Argel, nas rédeas do poder .

Tal situação tem sido obvia no meio de desavenças entre as alas da Frente “Polisario”, com a aproximação da data do próximo congresso, o qual ia definir o sucessor de Ibrahim Ghali, perseguido pelos tribunais espanhóis nos autos de tortura, de tráfico de seres humanos , de contrabando, de terrorismo e falsificação. O que leva a autoridade militar argelina a fazer pressão, visando uma eventual substituição de liderança para os próximos anos.

O Ibrahim Ghali, líder posto por Argel, tem tentado aprovar novas emendas da lei da “Frente Polisário”, as quais foram aprovadas pelo chamado comitê jurídico chefiado por Weld Al-Na'na, sem portanto, nenhuma oposição. Irritando diferentes membros da Comissão Preparatória, revelando por outro lado a ausência de debate e discussão franca, sem liberdade de desenvolver qualquer conteúdo em favor de uma saída do poder argelino e implicador.

A esse respeito, al-Bashir al-Dakhil, escritor especializado na questão do Saara marroquino e ex-líder da Frente Polisario, disse: “A frente separatista tem revelado essas divisões internas desde 1974; sem portanto vir a ganhar destaque devido à ausência de plataformas sociais e à falta de divulgação midiática de qualquer projeto de vida ou saída do conflito interno e da submissão.

Al-Dakhil, em declaração ao jornal eletrônico Hespress, considerou que “a frente separatista tem assistido a uma grande tensão política durante estes meses, e com a aproximação do dito congresso, complicando qualquer avanço nos programas do povo detido e sem direito a expressar à luz dos frequentes escândalos de corrupção financeira dos líderes em troca do recuo de sua tese secessionista, a qual o Marrocos tem conquistado importantes vitórias diplomáticas.”

O ex-líder da Frente Polisário tem sublinhado no final que “os campos de Tindouf sofrem há décadas com difíceis condições sociais e económicas; consequência da crise argelina que se aprofundou após o surgimento da pandemia de Corona, agravando o déficit de alimentos, remédios e água entre os saharauis, diante das múltiplas paradas e marchas de protesto, exigindo o respeito dos direitos humanos e liberdades.

Lahcen EL MOUTAQI

Professor universitário-Marrocos

ELMOUTAQI
Enviado por ELMOUTAQI em 19/12/2022
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