AS ARTICULAÇÕES DE LULA NA TRANSIÇÃO E A PARTICIPAÇÃO NA COP27

Essa terceira semana depois da vitória de Lula na corrida presidencial, também começa conturbada, iniciando com perseguição e ataque verbal dos bolsonaristas a alguns dos Ministros do STF e TSE, fato lamentavelmente ocorrido nos Estado Unidos, por ocasião da realização de um evento fechado para a elite empresarial, promovido por João Dória.

Nesse evento de natureza econômica e política, cujo ingresso de acesso custava um valor na ordem de sessenta mil reais por pessoa, teve uma tentativa de entrada indevida, que no caso foi feito pela Deputada Carla Zambelli, que queria dar uma de penetra no evento, pois ela ficou, junto com outros bolsominions nazifascistas, rondando as proximidades, tentando colocar pressão, intimidar e vilipendiar os Ministros brasileiros, usando palavras de baixo calão e fazendo ameaças a nossa democracia. A deputada foi barrada nesse intento de adentrar ao evento. Essa prática antidemocrática foi duramente criticada pelos Ministros, pelas forças democráticas e pela sociedade consciente da situação de risco na qual vive o País. Porém, os adeptos da direita bolsonarista, parece ter achado interessante essas vergonhosas atitudes, considerando-as como vantajosas tais práticas. Atos de pura dissonância cognitiva coletiva. Triste vergonha alheia!

O mercado continua pressionando Lula e fazendo suas especulações indigestas, motivado ainda pela fala do futuro Presidente na semana passada, colocando em pauta uma possível mudança de rumo governamental, no que diz respeito a política econômica e sua relação com a questão social. Entretanto, após comentários do Vice-Presidente Alckmin, a situação se arrefeçou um pouco, que recebeu também a colaboração do Pérsio Arida, componente da equipe de transição, afirmando que a responsabilidade social e a responsabilidade fiscal devem andar juntas, na busca do equilíbrio e sustentabilidade. O dólar diminui um pouco e a balsa de valores se recuperou da queda brusca que havia acontecido. E o Mercado? Continua especulando e ganhando como sempre. Mas o Estado brasileiro não pode ser refém desse segmento, disso Lula tem certeza e razão. Primeiro, deve vir o essencial, comida na mesa para o povo mais necessitado.

Fora do compasso, como não poderia deixar de ser, no dia da Proclamação da República, bolsonaristas realizam atos de protestos antidemocráticos em pelo menos oito capitais e em Brasília. Esses cidadãos, irresponsavelmente, gritam pelo golpe militar, cantam, dançam, mas não é de alegria, pelo contrário, porque têm o sentido mergulhado na derrota, que, pelo que aparenta, esse sentimento está difícil de ser superado. Nessa insana movimentação pró-golpe, as Forças Armadas insistem no levante e insufla a turba a continuar com as arruaças, pois o próprio General Villas Bôas, com vistas as manifestações, insinua que a população pede socorro às Forças Armadas. Que despropósito! Situação realmente inusitada, porque tal tendência atenta contra o Estado Democrático de Direito, defendido pela Constituição Federal de 1988. Aos olhos da Lei, isso é prática criminosa, que, até o momento, tem-se apenas a inação do Estado. O ressentimento dos derrotados é evidente. Estão brincando com coisa séria!

Vimos também que o Ministério Público Federal, depois de analisar as denúncias contra o Diretor da PRF, durante a eleição no segundo turno, para dificultar a votação dos eleitores nordestinos, como também ocorreu perante as denúncias contra os atos de bloqueio nas estradas do País, pede o afastamento do Diretor da PRF por 90 dias. Algumas coisas começam a serem feitas... Antes tarde do que nunca!

Semana complexa, né? Mas os problemas continuam, senão vejamos: O Tribunal de Contas da União está preparando um relatório, para entregar a Equipe de Transição, que promete ser bombástico para o governo Bolsonaro, pois aponta 29 áreas com altos riscos de fraudes ou práticas de má gestão pelo atual governo. Vem bomba grande por aí, não acham? Eita que não podemos esquecer sobre o ciúme que rolou com a fala da futura primeira-dama do Brasil, a senhora Rosângela Lula da Silva, popularmente conhecida como, Janja, porque acham que ela não tem o direito de contribuir com algumas questões de ideias e tomadas de decisões nas ações do futuro governo, ou seja, uma postura, um tanto quanto, vergonhosamente machista, o que não faz parte de seu caráter e postura política. Que coisa, não? E o que dizer quanto as críticas à carona de Lula e comitiva no avião de um empresário na viajem para o Egito? São muitas as dificuldades, mas não se pode perder o foco da visão de futuro do Brasil com a responsabilidade necessária.

Por outro lado, a Equipe de Transição continua sendo construída e, sempre com excelentes escolhas, conjugando as forças de coalisão, que através de seus líderes, a partir de diferentes visões, buscam equalizar seus esforços producentes, no sentido de encontrar a unidade na diversidade existente em todas as áreas governamentais visando construir um diagnóstico situacional e apurar possíveis fraudes e desvios cometidos. É preciso construir um posterior e competente prognóstico, objetivando a busca de soluções possíveis e, assim, encontrar os melhores rumos para as futuras ações governamentais, diante da situação caótica na qual se encontra a Nação.

O momento mais esperado dessa histórica semana de novembro, como não poderia deixar de ser, foi a chegada do futuro Presidente Lula ao Egito, onde participou como convidado da Conferência do Clima das Nações Unidas - COP27, na qual o brasileiro tem sido aguardado com grande expectativa e sua agenda foi disputada pelos principais líderes mundiais, para reuniões pactuais entre os governos, principalmente sobre as questões relacionadas a Amazônia e ao clima e do planeta Terra.

Na terça-feira, 15 de novembro, o convidado Luiz Inácio Lula da Silva inicia suas atividades na COP27, se reunindo com o representante americano, John Carrey, que é a Autoridade Nacional Climática dos Estados Unidos da América e, logo em seguida, com o representante chinês, Xie Zhenhua, para discutir sobre o clima e as possíveis ações bilaterais entre esses países. Fato por demais positivo, porque esses países são as duas maiores economias do mundo e melhores parceiros do Brasil. É com essa postura e altivez que se revela a atitude de estadista de Lula, colocando nosso País de volta ao eixo das nações protagonistas. Exatamente o contrário do que fez o Presidente Bolsonaro nos últimos anos, que se orgulhava de transformar o Brasil em pária do mundo, averso às questões ambientais e climáticas.

Também ocorreu nesse mesmo dia15 de novembro, uma breve reunião de Lula com a Deputada Federal, Marina Silva, com o Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco e outros políticos brasileiros, para discutir, durante a COP27, os assuntos relacionados ao Bolsa Família, devido a urgência desse tema para com a Equipe de Transição. Foi nesse contexto que a Marina Silva comentou sobre a ampliação das iniciativas de Lula sobre o meio ambiente, principalmente da Amazônia e, por sua vez o Presidente eleito, informou que a questão climática tem relação com a fome e ambas devem ser combatidas. Por essa razão, afirmou Lula, o Brasil precisa assumir missão de protagonista, na busca de melhores resultados e que o País voltará a ser referência climática no mundo.

O dia 16 de novembro, certamente, era o dia mais esperado no referido evento climático, por causa da realização do primeiro discurso internacional de Luiz Inácio, após sua eleição. Todos aguardavam ansiosos para escutar o que o líder democrático brasileiro tinha a dizer para o mundo sobre as temáticas ambiental e climática, tema da Conferência em tela.

Lula chega para fazer seu discurso formal com semblante relaxado e com naturalidade, em que o discurso foi escrito e lido pausadamente e de forma coerente com gestual que lhe é peculiar. Ele é ovacionado pela plateia presente e por toda a comunidade internacional, tamanha era a empolgação existente, a cada palavra e ideia proferida, surgiam expressões de contentamento e aplausos, acompanhados de gritos de olê, olê, olê, olá, Lula, Lula... Emocionante! Um dos maiores jornais do mundo, o New York Times, classificou seu retorno ao palco global como. simplesmente, exuberante. Isso demonstra o quilate da dimensão da representatividade de nosso futuro Presidente, como um verdadeiro estadista.

Toda a mídia internacional publicou, com destaque, referências a Lula, não somente sobre a presença dele na cúpula internacional do clima, mas o apresenta como uma grande e promissora atração, como bem o fez a Reuters, que comparou a recepção de Luiz Inácio como uma estrela do Rock na COP27. A agência de notícia Bloomberg declarou que o discurso de Lula, em defesa da natureza, teve boas vindas de herói, pela comunidade internacional. Lula se supera e é fantástico em suas coerentes colocações. É preciso ser audacioso para combater as desigualdades conjuntamente com o problema da crise climática que assola nosso mundo contemporâneo.

O presidente eleito, que fora convidado para fazer essa participação entre tantas outras, logicamente se aproveitou muito bem da grata oportunidade oferecida e já foi propositivo, porque tratou de sugerir a realização da COP30 em 2025 no Brasil, que terá, como possível palco, alguma área da Amazônia, porque não basta conhecer pelos livros, é necessário que se conheça melhor a realidade da maior floresta tropical do mundo. Nosso protagonista assume corajosamente o papel de uma liderança proativa, capaz de, com responsabilidade compartilhada, fazer a diferença realmente acontecer, sob o ponto de vista ecológico e social, para o enfrentamento da ameaça climática ao planeta.

Ao se apresentar como defensor da natureza e das boas práticas sustentáveis de produção, atrelando essas estratégias ao combate à fome, Lula é audacioso e inovador. O futuro presidente do Brasil provoca, é sincero e diz que é preciso sair do papel, se referindo aos planos não realizados. O brasileiro dá de presente ao mundo o esperançar por dias melhores e mais verdes. Esse é um grande ponto de partida para se buscar as boas e sinceras parcerias, que acreditem e colaborem com o investimento de grandes somas nas iniciativas brasileiras e dos muitos países em desenvolvimento, principalmente naqueles países mais pobres, em favor da superação da fome e da preservação e conservação dos recursos naturais. Por esse motivo, as conquistas de intenção de alguns países sinalizarem com o retorno dos recursos para o Fundo da Amazônia, que corresponde a orçamento na ordem de bilhões de dólares, já é algo diferente do que se tinha anteriormente. É preciso sair do discurso e planejamento e começar a agir com brevidade.

Lulinha paz e amor não se fez de rogado em sua preleção, dizendo que é preciso matar a fome, primeiramente, porque a questão climática está diretamente atrelada nesse complexo processo e, de uma tacada só, como golpe de mestre, promete lutar no combate a crise do clima e ainda, sugere que o Brasil possa sediar negociações climáticas na ONU, futuramente. “Quero dizer que o Brasil está de volta”, diz nosso estadista. Com essa certeza, sapientemente, disse mais o seguinte: “Não há segurança climática para o mundo, sem uma Amazônia protegida”. Com essa frase, Lula coloca em xeque a situação mundial, e dispara a verdade que não quer calar: É preciso parar com os gastos de guerra da política de morte e investir no bem-estar social, no meio ambiente e no combate à fome, com mais de 900 milhões de pessoas nessa condição. Necessita-se investir nas políticas da promoção da vida, para garantir a sustentabilidade das ações praticadas. Lula cobra iniciativas e passa a ser considerado um dos maiores líderes mundiais na contemporaneidade.

Luiz Inácio Lula da Silva alfineta diretamente a difícil situação planetária no fracasso ao combate a crise climática e cobra dos países ricos no cumprimento das promessas antigas e nunca realizadas, a exemplo na tarefa de investir 100 bilhões de dólares nos países mais pobres, para melhor se adaptarem às mudanças climáticas e reduzirem a emissão de gases causadores do efeito estufa. De fato, o Brasil voltou a ser uma Nação digna e respeitada pela comunidade internacional. Que assim seja!

O encerramento da participação de Lula na COP27 ocorre com a reunião com o Secretário Geral das Nações Unidas, António Guterres, e com outras autoridades europeias, na manhã de 17 de novembro, quinta-feira, último dia da passagem de Lula na COP27, realizada em Sharm el-Sheikh, no Egito, com a reunião bilateral com o governo da Noruega, representado por Espen Barth Eide, Ministro do Clima e do Meio Ambiente norueguês. Conversa, na qual trataram sobre o Fundo Amazônia, que se encontra com recursos a serem disponibilizados, cujas quantias se encontram congeladas a bastante tempo pelo governo Bolsonaro (542 milhões de dólares), mas que, a partir da posse do novo Presidente brasileiro, poderá ser liberado com a agilidade necessária, faltando para tanto apenas as articulações formais para montar a estrutura de gerenciamento desses recursos financeiros.

Pouco tempo depois, o democrata Luiz Inácio Lula da Silva manteve reunião com a Ministra de Relações exteriores da Alemanha, Annelena Baerbock, tratando bilateralmente da mesma questão relacionada ao Fundo da Amazônia, sobre os recursos para o combate ao desmatamento, no que também foi sinalizado positivamente. Nessas conversas, Lula fez questão de comentar sobre as bases da soberania da Amazônia e garantindo que a utilização dos recursos do Fundo será de grande valia para contribuir com a luta em defesa da natureza, que estipula a meta global de redução do aquecimento global em 1,5 graus celsius, como também, eliminar o uso do carvão, e movimentar as finanças destinadas ao problema do clima.

O líder brasileiro marcou presença de forma honrada e proativa no Fórum internacional dos Povos Indígenas, movimento que aconteceu na programação da COP27, onde Lula comentou sobre ser essa uma reunião das mais importantes da qual já tenha participado, pois sente-se bem em representar os indígenas brasileiros, apesar de não ter tamanho para isso, mas diz ter vontade e compromisso. Lula asseverou que os indígenas terão participação em seu governo, dizendo: “Quero que os indígenas brasileiros participem da governança do meu país. Por isso estou criando o Ministério dos Povos Originários”. Lula criticou a postura dominante dos brancos invasores e cobrou o preço justo pelos indígenas cuidarem da água, da floresta preservada e da fauna... Salientado que isso não é nenhum favor, mas uma necessidade. Nosso futuro Presidente aproveitou a oportunidade para propor a realização da Cúpula da Amazônia no próximo ano. Lula foi muito aplaudido pelos representantes indígenas de todas as Nações presentes. ao final dos diálogos, comentou a seguinte expressão: “O Brasil voltando a ter um diálogo positivo com o mundo”.

Após sua histórica participação na COP27 realizada no Egito, Luiz Inácio parte para Portugal. Em Lisboa, na tarde da sexta-feira, 18 de novembro de 2022, Lula participa de Reunião com o Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa e com o Presidente de Moçambique, Filipe Nyuze. Quando na oportunidade, Lula tratou de renovar os laços de amizades entre os três países lusófonos, na busca de maior integração. À noite, Lula foi ao jantar com o Primeiro Ministro, António Costa e, dialogaram sobre futuras negociações bilaterais. O Primeiro-Ministro manifestou sua alegria e disse que Portugal estava com saudade do Brasil e, que sente orgulho em ser um País irmão e amigo do Brasil. Lula falou também de sua alegria de estar em Portugal e por ver que seu País voltou ao mundo político, para discutir sobre assuntos importantes da humanidade.

Nesses momentos históricos, é relevante ressaltar que, segundo Lula, há quatro anos o Brasil se manteve isolado do mundo, por escolha própria do atual Presidente Bolsonaro. Luiz Inácio comentou sobre a necessidade de se ter maior representatividade dos continentes na ONU e criticou o direito de vetos dos Países, porque ninguém é superior a ninguém, todos precisam ser iguais no trato com o planeta. Ele sugere mudança nesse processo, para se construir uma melhor governança mundial, portanto, o Conselho de Segurança da ONU precisa mudar, se modernizar, para alcançar melhores resultados acerca das decisões globais.

Nesses encontros em Lisboa, Lula garantiu que irá lutar pela preservação ambiental, cuidar das terras indígenas e combater as queimadas, os garimpeiros ilegais e as invasões de terras nas áreas das reservas. Disse, ainda, que vai cuidar da questão climática e da Amazônia como um todo, que é um patrimônio da humanidade. O Brasil precisa voltar a sua normalidade, voltar a crescer, voltar a ser alegre, e a conviver democraticamente, destacou Lula.

Ao ir almoçar num restaurante brasileiro, na capital portuguesa, no Bairro Campo de Ourique, Lula foi saudado por seus eleitores, que aos gritos e aplausos lhe prestigiaram do lado de fora do recinto.

No sábado, pela manhã, Luiz Inácio participou de encontro com a comunidade brasileira, em evento realizado no Instituto Universitário de Lisboa - ISCTE. Ele chegou e foi muito bem recebido pela plateia, que de forma alegre contavam o jingle da campanha de Lula. O Presidente eleito, mais uma vez, ficou emocionado com a acalorada recepção dos conterrâneos imigrantes em Portugal e expressou seu contentamento.

“Às vezes fico triste quando vejo brasileiros e brasileiras morando em outros países, por não conseguirem oportunidade de estudar ou trabalhar no seu país”. Comentou Lula, diante do público presente. Ele também lembrou de quando foi Presidente e viu, nos anos de 2007 e 2008, muitos cidadãos brasileiros voltarem, porque tinha a oportunidade de emprego e por se sentirem bem. Nisso, comentou Lula da Silva: “Espero que vocês comecem a voltar para o Brasil.” Ele também fez um apelo à não-violência e novamente agradeceu a grande maioria obtida na comunidade imigrante em Portugal e, que agora só pode pagar com gratidão. Depois da sua participação nesse evento, Lula retornou para o seu País de origem, onde encontrará uma difícil missão a ser cumprida: a de organizar o Brasil depois dos desmandos cometidos pelo atual governo e em meio as manifestações antidemocráticas que estão acontecendo. A Equipe de Transição o espera e nós também!

Francisco Tibério
Enviado por Francisco Tibério em 02/12/2022
Código do texto: T7663080
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