A DANÇA DOS MALUCOS

A DANÇA DOS MALUCOS

Carlos Roberto Martins de Souza

Quando não temos mais repertórios para explicar as maluquices que ocorrem nos dias atuais, podemos recorrer aos mitos e as lendas, e isto serve para esconder muita coisa, muitas frustrações. A derrota do Cueca Suja, o Broxo, foi como a erupção de um vulcão, as lavas acabaram criando um novo país que, imediatamente foi habitado por um povo rebelde, um bando de idiotas, o “Território de Broxoquistão". Os Vagabundos, são resultado da mistura de um povo muito antigo, os Evangélicos, com um povinho mais recente, os Bolsominions. Esta mistura explosiva ocupou a nova terra no meio do “Oceano Partídico", fazendo dela um lugar de ninguém. O Cueca Suja foi consagrado como “Presidente Ad Hoc” pelos seus súditos, era um consolo, pois doeu forte a derrota sofrida no Brasil. Os Vagabundos são um povo muito estranho, pois veneram o verde e amarelo, as cuecas, calcinhas e todo o vestuários são a rigor, uma exigência do Rei. Eles cultivavam a raiva, alimenta-se de ódio, matam a sede com a ira, dormem nos colchões da intolerância, recostados nos travesseiros da irracionalidade. Eles são muito idiotas, usam facões, pneus, rojões e o fogo como armas. A coisa mais interessante é que, como eles são um povo que se destroem por qualquer divergência, possuem uma característica muito peculiar, andam sempre em bandos. Gostam de ocupar estradas, cantar para caminhões, pneus, e ajoelhar diante de uma bandeira. Pelo que parece, é uma doença hereditária, veio da ditadura. São especialistas em mentira, que aliás, é a arma mais poderosa de seus soldados. Percebe-se que eles são cegos e surdos, usam o nome de Deus para tudo, inclusive para pedir a morte de Juízes. Você pode falar ou mostrar qualquer verdade, fundamentada em documentos, que eles não veem e nem ouvem, ignoram, e até debocham. São irascíveis, ou seja, não raciocinam, pois os efeitos da erupção causaram danos irreparáveis nos miolos deles. São loucos, comandados por pastores, levitas, bispos, eles dançam num Carnaval satânico. Expulsos do Brasil pelas “Forças Amadas das Urnas", eles estão rebelados, doidos para provocarem uma guerra. Os Vagabundos perambulam pelo mundo Brasil, chegam nas cidades com seus pedaços de paus, facões, foices e rojões, fecham estradas e botam fogo em pneus. Muitos se aglomeram em praças e tentam coagir as pessoas a baterem palmas e a apoiarem o movimento. Quem não entra no jogo deles recebe elogios com os mais sujos palavrões, isto quando não são ameaçados e agredidos. Aos poucos eles se aglomeram, ninguém sabe bem porque estão ali, pois são convocados para protestar, pois o Rei tem tesão por movimentos baderneiros, recebem foguetes, e sob o comando de um Jumento Mor, começam a fazer barulho. Os Vagabundos dão gargalhadas, assoviam, sopram apitos, tocam vuvuzelas, e batem palmas, é assim que eles mostram toda a inteligência que tem. Depois de horas de apresentações, dos Vagabundos, o tumulto está do jeito que eles gostam, uma baderna santa, tudo em nome do bordão, Deus, Pátria e Família. No Território do Broxoquistão embusteiros usam um palavreado tosco, chulo, ostentoso, enganoso e mentiroso. Os residentes são fartamente denunciado pela mídia e condenados pela justiça. É uma indústria rentável que ilude os desprovidos de cérebro e inteligência no intuito de convencer que eles são santos, honestos e de caráter. Esses profissionais do engodo utilizam técnicas de comunicação, de marketing e propaganda, hipnotizando a plateia com ofertas mirabolantes para os problemas do povo, fazem publicidade de um rei que dizem, tem na cartola o melhor para salvar o mundo. São pessoas propensas à ira. São irascíveis, coléricas, do contra, enfurecidas, pavio curto. Elas veem problemas em tudo. São tendenciosos. Eles tem a tendência de desconstruir o verdadeiro sentido das coisas e ver o aspecto negativo, que eles acham que é o certo. Eles pensam, falam e agem com revolta, raiva, indignação, com desejo de vingança. Descobrem a verdade, mas obedecem a injustiça e a mentira. Com atitudes doentias, querem ser considerados dignos. Sim, são dignos do inferno, junto com o diabo e seus anjos. Na trincheira contra a democracia e contra a constituição, o povo do Broxoquistão quer colocar fogo no Brasil, contrataram um ex-presidiário de nome Valdemar, um criminoso especialista em trambiques. O amigo do rei, sujeito ingrato, do tipo vagabundo, segundo dizem, vive pegando meio mundo, e ainda corneia o chefão. Ao procurá-lo, o Rei abriu o jogo, Valdemar estipule seu o preço, me mande seu endereço, te mando um “Micheque” nominal. Valdemar, por favor, tô arruinado, larga minha mulher, vai trabalhar, seu serviço pode me salvar. Vai lá, peito todo mundo, pois só assim vou perdoar este inchaço que você me provocou na testa. Dói, mas posso relevar. Ô, Valdemar, me poupe, né, querido. Preciso manter os cabarés funcionando nas estradas, os malucos precisam de uma nova música, eu confio na sua habilidade. Broxoquistão está nas suas mãos, vai, dá um tapa na careca do Xandão e vamos ver como ele vai reagir. Tudo certinho, só esqueceram que o careca não é chegado a farra, muito menos a danças, ainda mais nas estradas. O Valdemar pagou o mico, e ainda corre o risco de ser preso, vai para a cadeia por causa de um ornamento dado de presente ao amigo. Passarinho que come pedra sabe o fiofó que tem...

Carlos RMS
Enviado por Carlos RMS em 24/11/2022
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