No Brasil: capitalismo x socialismo. Que vença o melhor.

Eleitor de Jair Messias Bolsonaro, não me entristecerei se Luis Inácio Lula da Silva, encerrada a apuração dos votos, revelar-se presidente eleito do Brasil. Ao meu leitor causa estranheza, acredito, a minha declaração; e sobre a sua cabeça paira, estou certo, uma sequência, que ilustra sua confusão, de seis pontos, três de interrogação, três de exclamação, alternados. Explico-me: até o presente momento os brasileiros temos experiência do capitalismo real, e não do socialismo real - do socialismo conhecemos a teoria, unicamente. Sempre que intelectuais brasileiros, e os brasileiros em geral, envolvem-se em palestras acaloradas que envolvem capitalismo e socialismo, não são necessários muitos minutos para que todos se estapeiem, se ofendam, se esmurrem, se cuspam um na cara do outro, todos a exibirem semblante carregado de ódio, de cólera, de fúria, a desejarem esganarem-se uns aos outros. A coisa degringola. Desfazem-se amizades antigas. Desentendem-se os irmãos. Pais deserdam os filhos; e filhos abandonam os pais. E por quê? Porque não se chega a um denominador comum. Não se ouvem os palestrantes. Qual a razão de ser de tanta briga? Um diz que é o capitalismo melhor do que o socialismo; outro diz que é o socialismo melhor do que o capitalismo. Até aqui, não há o que estranhar. São aceitáveis as divergências. É à sociedade bom que elas existam. Se se ouvisse apenas uma voz, teríamos razões de sobra para nos preocupar, pois viveríamos numa sociedade opressiva, na qual vozes dissonantes seriam silenciadas. Conclui-se, portanto, que são bem-vindas as controvérsias. Mas por que - perguntamo-nos - não há cristão que seja bem sucedido na tarefa de, se não se entenderem, fazerem-se respeitar os adeptos do capitalismo e os do socialismo? Por que eles se encaram, infalivelmente, com o canto dos olhos, desconfiados, furibundos, mal-encarados? Dou a conhecer ao meu leitor uma conjectura: As controvérsias envolvem uma coisa que vivemos, o capitalismo, e o capitalismo na prática, o real, e não o teórico, e uma coisa que jamais vivemos, o socialismo, o socialismo na prática, o real, e não o teórico. Comparamos algo que existe no mundo que vivemos com algo que nele não existe. Comparamos algo real com algo fictício. Comparamos algo prático com algo teórico. Há quem compare o capitalista Estados Unidos com um país socialista fictício de uma obra utópica. É tão absurdo quanto comparar-se a Nigéria com Wakanda, ou a Romênia com a Latvéria. Que o leitor não se esqueça que estou a falar do Brasil, e dos brasileiros, que desconhecem o socialismo real e conhecem o capitalismo real. Ora, do capitalismo todos podemos falar com propriedade, conhecimento de causa; do socialismo, não. Sei que há detalhes que complicam a questão. Não ignoro que já vivemos os brasileiros experiências socialistas e que o socialismo não nos veio por inteiro; e não desconheço as debilidades do nosso capitalismo. Estou, o leitor, atento, já percebeu, e sabe aonde quero chegar, a simplificar a questão. Dados estes comentários, entendemos que toda discussão que põe em confronto direto o capitalismo real e o socialismo teórico redunda numa discussão infértil. Mas, e se o povo brasileiro vier a eleger seu representante, presidente do Brasil, Luis Inácio Lula da Silva, e ele, assim que assumir, no dia 1 de Janeiro de 2.023, implementar,passo a passo, etapa por etapa, todo o sistema socialista!? Ora, por que desesperar-se!? Implementado, no Brasil, o socialismo na íntegra, os brasileiros, que até hoje conhecemos o socialismo teórico, conheceremos o sociaismo real, o socialismo na prática, o socialismo em carne e osso, e não apenas em espírito. Então, poderemos, ao compararmos o capitalismo e o socialismo, tratar do capitalismo real e do socialismo real, e não mais perderemos tempo precioso a compararmos o capitalismo real com o socialismo teórico, e as controvérsias serão férteis, produtivas, proveitosas. E os livros que se escreverão a respeito serão obras robustas, recheadas de informações. Fará um bem imenso aos brasileiros, considerando o aspecto, direi, intelectual, da sociedade, a experiência socialista. Perderão suas ilusões capitalistas e socialistas; e confirmarão a validade deste e daquele pressuposto teórico. Todos teremos, então, ao nos pronunciarmos, favoravelmente, ou ao capitalismo, ou ao socialismo, ou desfavoravelmente a este ou àquele, elementos reais para sustentarmos cada um de nós a sua tese. E todos teremos o privilégio de vivernos os anos subsequentes, agora ilustrados com a experiência de capitalismo real e com a do socialismo real.

Que o leitor não conclua, do que leu até aqui, que estou a pedir para o Brasil um governo socialista, que seguirá a mesma trilha seguida pela Venezuela, pela Argentina, e pelo Chile, e pela Colômbia, e pelos Estados Unidos (e neste país em especial, o estado da Califórnia, desgovernada, e abandonada, há um bom tempo, por políticos socialistas), países, todos estes, que estão a se desfazerem em ruínas, a Venezuela e a Argentina, dos aqui citados, nos estágios mais avançados de degradação social e econômica. Não pense o leitor que eu, um eleitor de Jair Messias Bolsonaro, eu, que, na primeira linha deste artigo, declarei meu voto em Jair Messias Bolsonaro, sonho, por razões intelectuais, para ter em mãos elementos que me permitam comparar o capitalismo real com o socialismo real, com um governo socialista no Brasil, sonho, este, que não estou a acalentar, pois, sei, logo que as suas imaginadas concepções de sociedade paradisíaca, justa e igualitária, concretizarem-se, far-se-á no Brasil o inferno, e sei que tal se dará porque eu, um homem de quarenta e oito anos de idade, recordo-me de minha vida de garoto imberbe a testemunhar as adversidades que o socialismo produziu, no Brasil, na segunda metade dos anos 1.980, de triste memória, e o que se sucedeu, nas três décadas subsequentes, em nosso país, com as políticas socialistas, socialistas na prática, que, nas narrativas, receberam outros nomes, e porque estou ciente, e não me recusei a ver o que o mundo me exibiu, das mazelas socialistas, e, também, porque li alguns livros acerca do socialismo no leste europeu, em Cuba, e em países asiáticos, e porque estou a assistir ao desastre da política socialista em vários países sul-americanos. Todavia, não posso me negar a ver, milhões de brasileiros sonham com a sociedade socialista, pedem por ela, suplicam aos donos do poder que a concretizem no Brasil, alimentam, alguns, há décadas, tal desejo, uns por credulidade, inocência, ingenuidade, tão sugestionáveis, que acreditam nos discursos sedutores dos socialistas, que destacam, das sociedades modernas, as mazelas - as reais e as irreais -, e de todos conservam inacessíveis ao conhecimento os bens, os materiais e os imateriais, que tais sociedades produzem, ao mesmo tempo que para todos vendem uma fantasmagoria diabólica, que, envolta em atavios que agradam ao olhar, para eles assumem ares de obra de beleza ímpar, magnífica, de uma perfeição admirável - tais pessoas, incapazes de aprender com a História e com a experiência alheia, têm de passar pela experiência socialista (e muitas, mesmo assim, não apreendem as lições que a experiência lhes ministra, não detectam a relação de causa e efeito entre as práticas socialistas e a miséria que experimenta, e às desgraças atribuem outras origens, e persistem a sonhar com o paraíso socialista, o verdadeiro, que os presenteará com a sociedade perfeita - é o que se vê, em várias regiões: pessoas fugidas de seu país de origem, destruído pelo socialismo, nos países que as acolhem enaltecem políticas socialistas), e outros sabem dos males que o socialismo produz e pedem por eles, iludidos com a idéia de que do experimento socialista sairão incólumes, cegos que estão de ódio por outras pessoas, na crença de que terão o prazer de assistir seus desafetos, as pessoas que invejam, que desprezam, que odeiam, sofrerem, comerem o pão que o diabo amassou (e ignoram, e querem ignorar, que os apoiadores de primeira mão dos governos socialistas são as primeiras pessoas que os socialistas irão caçar e dar-lhes fim - quem do povo apóia a causa revolucionária é pela revolução devorada) - é o que se vê: pessoas a odiarem os bem-sucedidos, os belos, os charmosos, os homens de talento, os políticos nobres, os religiosos autênticos, as pessoas dotadas de legítima autoridade moral e intelectual, deles querem a perdição, enraivecidas, furiosas, a esforçarem-se, em vão, a de todos ocultar seus sentimentos destrutivos, e os seus intuítos maléficos, que brotam do ódio por si mesmos, ódio que, porque se odeiam, dedicam ao mundo.

Não tenho o desejo de, por interesses intelectuais, viver a experiência socialista, pois, aprendi com a experiência alheia, é o regime socialista desumano - os relatos de venezuelanos do governo socialista de Nicolás Maduro fugidos para o Brasil são suficientes para me convencer de que não é o socialismo o paraíso que nove em cada dez intelectuais, artistas, professores, enaltecem em má prosa e pior verso. Prefiro o capitalismo, com todas as suas deficiências, que não são poucas, ao socialismo, que aos brasileiros nos causará sofrimentos sem fim, a experiência alheia já nos ensinou.

Ilustre Desconhecido
Enviado por Ilustre Desconhecido em 29/10/2022
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