É CENSURA MESMO?

Carlos Roberto Martins de Souza

Nunca tão poucos enganaram tantos ao mesmo tempo. Até pouco tempo diziam que o pescador era, sem duvida, o maior mentiroso. Caiu por terra, o pescador foi engolido por um tubarão chamado “eleitor bolsonarista”. Qual é a graça de defender Boçal Nero se não contar uma mentira? Em outras épocas falava-se besteiras pelos cotovelos e não acontecia nada, a justiça, por algum motivo, fazia vista grossa ou ouvidos moucos, no entanto, os tempos mudaram e os julgadores também. Mentir virou crime de verdade. E ai tem muita gente querendo dar uma de inteligente, de sabichão, de moralista, mas sequer sabem definir o termo “CENSURA". O que diz a Lei? O artigo 323 do Código Eleitoral proíbe expressamente qualquer pessoa de divulgar, na propaganda eleitoral ou durante o período de campanha, “fatos sabidamente inverídicos...”. Mas acrescento, em qualquer tempo, pois mentir é CRIME, é molecagem, é falta de caráter. De ética, falta de Deus. Eu poderia parar por aqui, pois a palavra “inverídica” remete a MENTIRA, falta de verdade. O problema é que, quem diz que é censura, não passa de um praticante contumaz da MENTIRA nas suas rodas de conversa. Ele surfa nas ondas das inverdades e se sente prejudicado quando alguém, usando a LEI, pune um mentiroso. Mentir é um fetiche, alguns mais afoitos tem até múltiplos orgasmos quando mentem. E alguns destes momentos vem acompanhados de longas gargalhadas. Mentir é um divertimento para eleitor de Boçal Nero. Mentir é um prazer delirante para os evangélicos. Mentir é um “DOM" do espírito... De porco, lógico! Mentir é bonito. Mentir dá status. O cascateiro se enche de orgulho com o exercício de seu dom, ele idolatra a mentira. O mentiroso se apoia no seguinte, seja como a água e adapte-se as situações, seja o que deseja ser. Afinal, não é porque é uma pedra de gelo, que deixou de ser água. Vivemos numa sociedade dominada por pessoas sem escrúpulos, gente que mente com toda a naturalidade do mundo, na cara de pau, e por se sentirem donos da mentira, ameaçam os que adotam a verdade como regra de fé e prática. A coisa é tão grave, que se o cara não tiver para quem contar uma mentira, ele conta para ele mesmo. Bolsonaro nos inseriu na “Era da Mentira", nunca na história do Brasil se mentiu tanto, nunca na história da igreja evangélica a mentira teve tanta proeminência, nunca na família se mentiu tanto. Falam em doença, mas é pura safadeza. De doença não tem nada, usam este argumento apenas como desculpa. A gravidade reside no fato de as pessoas aceitarem passivamente a mentira, sem questionar, ser refutar, a hipocrisia é tamanha, que a pessoa não sabe fazer suas críticas sem lançar mão da mentira, o medo exacerbado da democracia provoca um sentimento de defesa natural no mentiroso, esterilizado pela ideia de que é verdade que não existe verdade, eles mentem compulsivamente. É inútil esperar coerência de um mentiroso, eles ocultam o pandemônio bolsonarista, mortífero numa sociedade honesta. Fato é, que o mentiroso profissional sabe bem que até a verdade vir à tona, a mentira já fez o estrago necessário, já cumpriu o motivo real de sua criação. A “Faculdade das Mentiras” foi a maior formadora de profissionais nos últimos quatro anos, e o lema da escola é “uma vez mentira, sempre verdade". Tem mentiras que vem até com dedicatória, são tão bem elaboradas, que passam a ser mais interessante que a verdade. Mas, combater mentiras é um ato de censura? Para os pobres coitados bolsonaristas, sim, eles se sentem prejudicados por não poderem mentir deliberadamente. Fazem da palavra censura uma arma enferrujada e fora de linha para tentar enganar as pessoas, usam a “nobre arte de mentir” como uma “liberdade de expressão”, pois não possuem argumentos críveis para justificar suas opções políticas. Assim, podemos perceber realmente o paradoxo do Pinóquio quando afirma que "meu nariz vai crescer" e isso nos remete realmente a bolsonaristas que vivem de mentiras. Se deleitam nelas e se escondem atrás da pobre censura, pois é o que resta a idiotas.