VAMOS TER ESPETÁCULO?
VAMOS TER ESPETÁCULO?
Carlos Roberto Martins de Souza
Hoje tem mentirada? Tem, sim senhor! Hoje tem palhaçada? Tem, sim senhor. E o palhaço por que é? É “ladrão de má fé”! A turnê do Gran Circo Bozo pelo Brasil caminhava, era hora de escolher um novo circo, por onde passava, haviam aqueles que apreciavam espetáculos de baixíssima qualidade, gente idiota, que ia apenas para ver o grande palhaço Bozo, um especialista em entreter o público com piadas de gosto duvidoso. Fiéis de igrejas evangélicas, apaixonados pelo palhaço que eles haviam fabricado, faziam longas filas, era um sonho ver de pertinho aquele sujeito com cara de bundão, aquele pimentão vermelho de raiva por estar sendo passado para trás por um pinguço. Se era por falta de palhaço, o circo Bozo está completo. Com suas cuecas samba canção, com aquelas “freadas de moto" a mostra, expondo sobras de suas cagadas, uma camisa verde amarelo com a propaganda da Havan, um chapéu com aqueles chifres que lhe são peculiares, ele se contorce, conta piadas, imita gente morrendo, baba como cachorro louco, conta mentiras, e até dá uma de pregador evangélico. Chegaram em Brasília para a última apresentação, seria a coroação da temporada, seria mostrado pela televisão para todo o Brasil. O Gran Circo Boxo, com os malabaristas, palhaços, globo da morte, e o inconfundível homem-faca, é anunciado pelas ruas da Capital Federal, numa motociata, onde o palhaço Bozo vai a frente. Ovacionado como herói do humor negro, ele se acha o “palhaço do povo". Venham todos, teremos várias atrações, Damares, a mulher vidente, Paulo Guedes e sua trupe como macacos que pulam de galho em galho tentando enrolar o povo. Tem o elefante branco Silas Malafaia que ensina “línguas estranhas", tem os famosos “Tigres do Centrão”, vindos das “Florestas das Propinas” e criados no Zoológico de Brasília. Venham ver a Mulher Maravilha, “Micheque”, uma especialista em “cheque ocultos". Tem o “Flavio Machadinha", especialistas em rachadinhas. O Mágico não usa cartola, usa “chapéu" nos seus números, em homenagem aos cantores sertanejos, não tira coelhos, tira propinas. Ele transforma “merda" em “ouro 22 que late", mas o maior truque dele é transformar “mentiras" em “verdade”, um sucesso absoluto que é aplaudido de pé pelo público. O vendedor de guloseimas vem lá oferecendo um “saquinho de capim”, no lugar da tradicional pipoca tem um pacote de “ração para gado", a famosa bala doce foi trocada por “Bala 22”, tem ainda, de brinde, um sache de sal grosso para espantar o fantasma “Lulabizomem". Levaram todo o aparato, todos os artistas, todos os animais, mas esqueceram do principal, a lona. E circo sem cobertura não funciona. O tempo estava fechado, pois as chuvas das “Monsões Eleitorais" não davam trégua, tinham que distribuir “SOBRINHAS" para o povo. Um ajudinha para manter os pobre eleitores na fila, ávidos para verem o espetáculo. Prepararam o a peça “O Golpe das Inserções” para fechar o “tempo", espalhar entulhos por toda a parte e lama nas ruas da Democracia. Veio o furacão “Justiça” com ventos destruidores e botou o circo em pânico. Os artistas ficaram atônitos, pois ensaiaram tudo durante dias, mas pecaram nos roteiristas, pois eles não tinham experiência no ramo. Agora é engolir cobras, lagartos, todos fornecidos pela fábrica Xande Derivados da Justiça. As mentiras mostraram que suas pernas são curtas demais para competir com o STF e seus artistas. Neste circo em estado de falência, o pão e circo bolsonarista é diferente. Não tem pão, tem osso e carne de pescoço. e o circo que os idiotas transportavam, ficou muito pesado, com o povo entrando em “estado de inteligência" o pão virou “voto" e as sobras foram comidas pelas urnas eletrônicas. Bozo também inovou no que diz respeito ao circo. O romano era uma arena em que os cristãos, por serem cristãos, eram jogados para guerrear com leões, divertiam o resto do povo. No Gran Circo Bozo, o povo é jogado na lama das mentiras para guerrear na defesa do dono do circo. A diversão dada ao povo, nesse caso, é outra. Uma espécie de “stand up”, não cômico, mas trágico, com uma pitada de indiferença em meio ao caos. São vídeos com trocadilhos constrangedores, discursos bizarros, medidas de força esdrúxulas, desprezo a imprensa, tudo de péssimo gosto, quando não ilícito. O humor, mesmo o mais tosco, o palhaço convoca jornalistas da Jovem Pan para depor, xinga veículos de comunicação, sua claque vibra, gargalha nas redes, e o olhar dos críticos é desviado. Querem nos transformar em “anões morais", desprovidos de inteligência e de livre manifestação do pensamento. Querem fazer do Brasil uma Colônia Bolsonarista submetida ao chicote de um vagabundo, um escravocrata que fez dos evangélicos seus serviçais. Precisamos reagir, temos que boicotar emissoras que defendem abertamente o palhaço Bozo e o Gran Circo Bozo, Record, SBT, Redes TV, e principalmente a lixeira Jovem Pan devem ser banidas ou evitadas, pois não acrescentam nada a nada, apenas usam o lixo que produzem para macular a nossa democracia. Deixem o palhaço fazer suas palhaçadas... Em pouco tempo vamos ver esta figura dando espetáculos em Bangu 8, junto com o Véio Carioca, Roberto Jefferson. Viva a democracia.