CHAVEZ E MADURO, NÓS SOMOS VOCÊS AMANHÃ
Qualquer que seja a ditadura, ela não tem lado, é amorfa.
Modernamente, as ditaduras são democracias disfarçadas:
- têm um pilar chamado EXECUTIVO (mas o presidente é o primeiro e o último mandatário);
- têm outro pilar chamado LEGISLATIVO (mas deputados federais e senadores são subornados);
- têm, entre esses dois pilares, um pilar mais sólido, o principal, que é o conhecido JUDICIÁRIO, o Supremo Tribunal Federal; a Corte Maior, constituída de renomados juízes (no Brasil são onze);
> num regime democrático, atua como fiel da balança entre o EXECUTIVO e o LEGISLATIVO;
> num regime autoritário, um pilar desnecessário.
O EXECUTIVO suborna financeiramente o LEGISLATIVO, até o ponto de obter sempre maioria na aprovação de seus projetos, por mais insidiosos que sejam, como é o caso já amplamente divulgado no Brasil:
- do armamento geral da nação;
- da desvinculação (ou congelamento) das aposentadorias e salário mínimo, até hoje corrigidos no mínimo pelo índice inflacionário;
- da cessação de concursos públicos (voltarão a ser feitas indicações políticas); ver reforma administrativa proposta pelo governo);
- e muitos "etcoeteras" impopulares que o bom senso repudia.
Visando a implantação de uma ditadura, o governo (juntamente com o seu líder na Câmara e com o seu vice-presidente, que acaba de ser eleito Senador) proporá (e conseguirá) uma mudança no contingente judicial. Elevará de 11 para 15 o número de magistrados, evidentemente pondo novos elementos, não por merecimento, mas por uma questão de fidelidade aos seus desígnios.
Na ditadura militar de 1964, no Brasil, semelhante mudança se fez por força do Ato Institucional nº 02/1965.
Aí, ficará clara a diferença entre ditadura e democracia. No caso, se o sonho do atual governo se concretizar, vai se ver o Judiciário e o Legislativo comendo nas mãos do Executivo. Simples assim.
E a Constituição Federal?..
Todas as ditaduras, inclusive as mencionadas neste texto, possuem a sua Constituição de mentirinha (Cartas Magnas das "fake news"), convenientemente adulterada. Importante lembrar que o atual governo, em véspera de um regime de força, já efetuou 23 (vinte e três) emendas em nossa Carta Magna.
É assim que funciona na Turquia. É assim na Hungria. É assim na vizinha Venezuela. É assim nas 49 (quarenta e nove) ditaduras em andamento no mundo. Quem manda, quem decide, quem legisla, quem julga, quem prende, quem mata... é o presidente, ou melhor: é o ditador eleito pelo povo.
Em 1998, a Venezuela elegeu seu presidente democraticamente: o ex-militar Hugo Chavez. Repito: ex-militar. Qualquer semelhança com o Brasil NÃO será mera coincidência.
A direita venezuelana acreditou que teria um presidente da direita, com as Forças Armadas a tira-colo. Pelo contrário, como já se disse, toda ditadura é amorfa. Hugo Chavez, nos seus 14 anos de mandato, enquanto vivo, sempre se considerou de centro, afinal era um ex-militar. Esquerda, nem pensar. Mas o seu sabre cortava em qualquer direção. Deixou em seu lugar um substituto inexperiente, porém maduro ao empunhar as rédeas do poder. Tivesse filhos, seriam eles os seus continuadores. Quase todas as ditaduras vão passando de pai para filho, nunca por eleição.
Para manter segurança particular (não segurança para os cidadãos) Chavez, depois Maduro, acercou-se de militares. Todas as vagas em ministérios, repartições e órgãos públicos foram preenchidas por militares. No Brasil, idem.
Tente, apoliticamente, fazer algumas comparações entre o Brasil e a Venezuela.
Que diferença teremos para a Venezuela, tão insultuosamente destratada por um governo que ainda hoje nega que a tem como seu protótipo de poder?...
Então:
MADURO, FALA PARA O FANTASMA CHAVES QUE NÓS SOMOS VOCÊS AMANHÃ.
(www.fernandoafreire.net)