O que nos espera
O que nos espera
Publicado no Blog Diário do Poder, Brasília, 21/10/2022
O futuro da Humanidade deverá ser estruturado em torno de alguns valores éticos, os mesmos que possibilitaram seu progresso nos últimos dois mil anos de história.
É verdade que a Civilização Ocidental, hoje paradigma para todo o planeta, foi estruturada sobre valores cristãos: liberdade, justiça, paz, solidariedade, igualdade e amor ao próximo.
Recuperar esta simbiose ética entre o Estado, sociedade e o povo consciente de seus direitos e deveres é a exigência dos dias atuais.
Hoje, afastada desses valores, as sociedades não mais encontram motivação para a construção cooperativa do caminho a ser trilhado na busca do bem comum. Predomina o individualismo egoísta da minoritária classe dominante, que se apossou do poder político e econômico bem como da maior parte da riqueza gerada, deixando as sobras para a maioria, os pobres e os miseráveis.
Pessoas não se tornam éticas por força das Leis, mas sim por convicções morais, que tem como principais fontes de inspiração as tradições nacionais e familiares, o processo educacional integral de qualidade e a pregação religiosa.
Foi assim que a humanidade progrediu e chegou aos nossos dias, apresentando fantásticas conquistas, bem como os mais abomináveis e inaceitáveis cenários de miséria, além da progressiva deterioração do meio ambiente.
Não existem outras propostas políticas, democráticas, a serem consideradas. Perdem sentido as discussões sobre problemas concretos da vida coletiva, que precisam ser atendidos, se não se tem clareza do objetivo pelo qual as pessoas se organizam e vivem em sociedades. Todas propostas políticas e econômicas apresentadas fracassaram no atendimento justo das necessidades e expectativas dos povos.
O tempo que nos resta para afastar a tragédia da luta fraticida, entre a maioria dos cada vez mais pobres e a minoria dos detentores do poder, é a desorganização política dos miseráveis.
Valores morais inspirando a vontade livre da maioria dos povos, num ambiente sócio/político com alguma densidade ética, poderão conduzir as sociedades a estilos igualitários de vida mais austeros e cooperativos, no atendimento das necessidades básicas das pessoas.
Eurico de Andrade Neves Borba, 82, aposentado, ex professor da PUC RIO, ex Presidente do IBGE, mora em Ana Rech, Caxias do Sul. eanbrs@uol.com.br