IGREJA GENÉRICA

IGREJA GENÉRICA

Carlos Roberto Martins de Souza

Fui a uma farmácia comprar um remédio, lá encontrei uma senhora conhecida da família, pessoa muito “zelosa”, recatada, e evangélica fervorosa. Sube a temperatura fácil, por qualquer coisa ela entra em ebulição. É a chaleira com apito. A tal da “língua estranha” ela domina com perfeição, sabe todos es vocábulos, mas a dela não, falar mal da vida alheia é um zelo pessoal. O balconista, atencioso foi atender a madame, viu o que ela precisava e ofereceu um “genérico”, pois o preço era mais em conta. Eu ouvi quando ela, brava e ríspida, disse que “genérico” era coisa de pobre. Não questionei, pois conheço a fama da dita cuja, rodar a baiana é comum para ela. E não é que ela tinha razão! Vou já explicar. Para medicamentos ela tinha seus princípios de escolha, mas no que diz respeito a fé, a coisa não era assim, ela frequenta algo “genérico" que chamam de igreja, mas que na verdade não passa de uma cópia da verdadeira, aquela que Jesus chamou carinhosamente de “ A Noiva do Cordeiro”. O nome é hilário, chamativo e bizarro, “LOVE - Igreja Batista do Amor" - hic! Bem próximo de minha casa, um galpão todo pintado de preto com um letreiro luminoso estampando em letras garrafais a palavra “LOVE”. Genérico é pouco, tem cara de “PLACEBO”. O tal culto é um carnaval, um barulho abafado pela tecnologia usada nas paredes, pois foi uma exigência da justiça. Decência e ordem não fazem parte do ritual, quanto mais inerente, e quanto mais desordem, mais alegres e eufóricos os “in-fiéis” ficam, vele gritar, pular, rebolar, subir no banco. Tem um grupo de “louvor”, que para mim são “Os Demônios ddo Barulho”, os caras com aquela cabeleireira que não conhece pente, é tanta tatuagem, que você não vê a pessoa, o tal piercing não falta, tem na orelha, na testa, na boca, e sabe-se-lá o de mais, a luz negra não falta, um espetáculo digno do inferno, e olha que é “batista"! Tudinho genérico, nenhum vestígio do “original". A situação é tão esdrúxula, que o diabo disse que lá ele não entra, pois se expulsam Deus, o que não fariam com ele? Lá, por comodidade ou burrice, pensam que já são convertidos. Não verdade são enganados. Vivem pregando que “aqui na igreja e o melhor”, que é a melhor igreja, que são os melhores crentes, num farisaísmo doentio. Por ser uma igreja “genérica", que não observa os princípios da bula do Novo Testamento”, que também não tem princípio ativo nenhum, na verdade não passam de um metidos, acham tudo divertido. O que é pior,

são histéricos, vivem na busca de atenção, no culto, parece que está todo mundo em transe, mas vivia alienados da “verdade", do real sentido de se cultuar e de se tornar culto. O mais complicado e grave é que a indústria dos “crentes genéricos" resolveu se especializar em política, escolheram um “pária” para representar a igreja, vários “partidos" que carregam uma placa de cristão na testa, e estão por aí fazendo o que o diabo gosta, destruindo o cristianismo. Na esteira das safadezas religiosas criaram o bloco político “Os legisladores de Deus”, secretários do céu, que parecem ter recebido procurações para fazer o que quiserem em nome do altíssimo. Nas congregações, são comuns “mercenários” de paletó e gravata usando metáforas evocadas por termos como “exército”, “batalha” e “inimigo”. Os parlamentares se colocam como soldados que enfrentarão o adversário e derrotarão o mal. Reforça-se a ideologia maniqueísta que justifica a guerra entre o bem e o mal, a luz e as trevas, polarizando o mundo e fomentando o ódio. A falta de conhecimento da Bíblia, e principalmente a falta de Deus, tem gerado toda esta celeuma no meio cristão, a balbúrdia religiosa se consagrou no maior vexame da história. Bolsonaro é o fanatismo religioso encarnado, o sujeito nunca foi “evangélico”, nunca leu a Bíblia, nunca levou Deus a sério, mas para os evangélicos ele é o cara, o escolhido de Deus. Para os pobres coitados evangélicos, derrotar a esquerda é, antes de tudo, um ato de fé, falam tanto em “moralidade”, mas a imoralidade de se votar num picareta, num subversivo, num mentiroso, no moleque, não é levado em conta. Vai saber o que significa moral para esta gente. Assim, a igreja genérica vai acumulando derrotas e escrevendo as páginas mais negras da história dos ensinos de Cristo, ela vai pavimentando a estrada do inferno com os cadáveres daqueles que foram enganados pelos salteadores, ladrões e mercenários, que vestidos de “falsos profetas", usaram e usam Deus para aplicarem toda a sorte de golpes contra o povo e contra a nação brasileira. Fica aqui o alerta, se você está tomando remédio espiritual genérico, cuidado, pois você pode virar asfalto do caminho para quem quer passar o tempo nas fornalhas do diabo.

Carlos RMS
Enviado por Carlos RMS em 11/10/2022
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