Estratégias de Bolsonaro para Vencer o Segundo Turno das Eleições 2022

O resultado das eleições nos deu algumas informações muito importantes, algumas boas, outras ruins, algumas surpreendentes, outras, nem tanto. Mas o fato é que não podemos ignorá-las e precisamos definir rapidamente novas estratégias se quisermos evitar que ocorra no Brasil o mesmo que temos visto em países vizinhos (Venezuela, Argentina, Chile, Nicarágua, etc...).

Não há dúvidas de que o presidente Bolsonaro precisa “furar a bolha” de seus apoiadores e dirigir mais as suas falas e ações a outras parcelas da população, das quais podemos destacar:

- Eleitores de Ciro, Tebet e outros candidatos, além dos votos brancos e nulos: São mais de 15 milhões de pessoas que não votaram no Lula, nem no Bolsonaro. Para estes, pode-se potencializar a questão da rejeição ao petista, enfatizando a corrupção, mentiras e riscos se o PT assumir, sendo necessário o voto na opção do “menos pior”.

- Eleitores mais humildes do Lula e que possuem baixas condições financeiras, principalmente os do Nordeste, da periferia e das vilas. Nestes casos, o fator econômico pesa muito, e a comparação da situação atual da economia, com a do tempo do Lula como presidente, com certeza foi determinante para a definição do voto. É preciso um olhar e atenção especial, tanto do Presidente Bolsonaro quanto de seus apoiadores para essa faixa da população, procurando esclarecer os principais motivos para a alta dos preços (pandemia, guerra e seca), argumentando que a ideia do “fica em casa” veio do PT e seus apoiadores, e se eles estivessem no poder, a situação da economia hoje estaria muito pior. Também pode-se falar de medidas positivas do governo como redução da taxa de desemprego, aumento do Auxílio Brasil, diminuição de impostos, etc... E por fim, mas não menos importante: Palavras de Esperança. O presidente precisa mostrar que se importa com essa situação de vulnerabilidade e afirmar que daqui pra frente a coisa vai melhorar, sem pandemia, os preços vão baixar e o poder aquisitivo vai aumentar. Temos que admitir que o candidato Lula explora isso muito bem, mesmo sem apresentar nenhuma proposta clara de como vai fazer isso, o Lula literalmente fala o que o povo quer ouvir, e com isso, acaba ganhando muitos votos, principalmente dos menos esclarecidos.

- Abstenções: mais de 32 milhões de pessoas não foram votar, número mais do que suficiente para virar qualquer eleição, embora talvez muitos destes sejam por problemas de saúde e/ou locomoção, acredito que uma boa parcela ainda é por opção mesmo: Não querem se envolver, e acabam se isentando de qualquer posicionamento político. Para estes é preciso reforçar que o não comparecimento (assim como o voto branco e nulo) na prática, significa apoio ao PT (visto que o seu candidato está teoricamente na frente). É preciso alertar sobre a responsabilidade que temos com a nossa nação e o que aconteceu no Chile, por exemplo. Não tomar posição é um posicionamento, é deixar que outros decidam no seu lugar.

Entendo que essas estratégias são importantíssimas e vitais para a vitória do Bolsonaro nas eleições. Por outro lado, ações como carreatas, motociatas, bandeiraços e assemelhados, bem como falas sobre o STF, fraude nas eleições e/ou pesquisas, armamento, críticas aos nordeste ou debates intermináveis com petistas ideológicos, terão pouco ou nenhum efeito prático, visto que a base Bolsonarista já está bastante forte e consolidada e a militância de esquerda também não vai mudar de opinião. Precisamos avançar no diálogo corpo a corpo, com os vizinhos, amigos, parentes, nas vilas e bairros mais carentes, conquistando votos dos indecisos e “isentões” e até revertendo votos da população menos esclarecida.

A batalha não está perdida, com força, garra, determinação e a estratégia certa, é perfeitamente possível reverter o quadro apresentado no primeiro turno.

Brasil acima de tudo, Deus acima de todos!