QUEM SÃO OS EVANGÉLICOS?

Dizem às estatísticas que nos anos 80 os evangélicos representavam 5% da população brasileira ou nem isso. Eram um povo totalmente marginalizado e desprezado politicamente. Nos anos 2000 chegaram a 15 %, em 2022 a 30% e pelas previsões de estudiosos sociais tendem a ser maioria pós 2030. Diante desse fenômeno em crescimento seria óbvio que os evangélicos estariam no radar dos políticos, afinal, nenhum tipo de voto deve ser desperdiçado ainda mais quando é de um grupo extremamente potencial. Diante desses dados surge a pergunta: quem são os evangélicos, o que pensam, quais são seus objetivos na política e na sociedade em geral?

Bem, antes de se tentar responder a essas perguntas é preciso ficar claro que os evangélicos são brasileiros, cidadãos comuns como quaisquer outros. Trabalham, estudam, consumem, roubam, trapaceiam, são gananciosos, preconceituosos, etc. Aliás, um dado bastante interessante que grande parte da mídia, grupos de defesa das minorias e a elite intelectual/cultural costumam ignorar é que a massa evangélica é em sua maioria de cor preta, são mulheres, pobres e da periferia. Isso tem que ser dito porque se ignora esses dados bastante importantes para uma melhor análise. No entanto, será que os evangélicos são totalmente homogêneos?

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Não, não são! Assim, por exemplo, como são os marxistas, feministas, grupos ligados a causa homossexual, etc, divididos em vários subgrupos, os evangélicos não pensam e não enxergam a vida totalmente iguais. Tirando às doutrinas básicas e essenciais ao cristianismo como, por exemplo, o nascimento, morte e ressurreição de Cristo (e ainda assim há algumas divergências), a maioria vive e pensa de maneira diferente uns dos outros. Por exemplo: Evangélicos da Assembleia de Deus maior denominação cristã do Brasil são diferentes em muitos aspectos da segunda maior que é a Congregação Cristã que por sua vez é diferente dos batistas que são dos presbiterianos que são dos metodistas que são dos anglicanos que são dos neopentecostais, e por aí vai, ou seja, nada homogêneos.

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No "selv service" das igrejas evangélicas brasileiras há opções para todos os tipos de gostos. Existem igrejas que tem foco maior na musicalidade e oferecem culto para o público do rock, reggae, pop, clássica, pagode, etc. Há outras com maior ênfase no sucesso profissional e financeiro, em resumo: no business. Há tbm as mais intelectualizadas que costumam dialogar com à ciência, psicologia, filosofia, sociologia, etc. Sem falar das mais conservadoras e mais progressistas política, econômica e moralmente falando. Enfim, há muita pluralidade no meio evangélico. Tudo isso precisa ficar claro porque há muita falta de informação e muito preconceito contra eles, aliás, nós, porque tbm sou um.

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Principalmente porque um número considerável tem apoiado o atual presidente da República Jair Bolsonaro que como qualquer outra raposa velha da política brasileira, tomou pautas e princípios cristãos e tem ganhando cada vez mais votos e adeptos. Assim, a grande mídia que sempre ou quase sempre é generalista coloca todos os evangélicos no mesmo liquidificador não fazendo questão nenhuma de distingui-los. Há "intelectuais" que chegam ao absurdo de dizer que no Brasil se continuar assim haverá um "talibã gospel," isto é, uma teocracia. Gente, como dito antes, o povo evangélico não é nada homogêneo (são bastante atrapalhados e estranhos tbm diga-se de passagem, rs) e para haver um estado teocrático deve existir uma única ou algumas lideranças que minimamente concordem em si. Finalizando: Com este emaranhado de igrejas evangélicas espalhadas pelo Brasil à fora vcs acham mesmo que um dia haveria chance de isso existir aqui?

Danilo D
Enviado por Danilo D em 18/09/2022
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