"COMO MILITAR, SINTO-ME ENVERGONHADO"...
Um Coronel da Reserva da Polícia Militar de São Paulo, em junho/2020, renuncia ao cargo de vice-presidente da Associação de Oficiais da PM e, corajosamente, diz em carta, após reunião da diretoria da entidade, a razão do seu afastamento:
"...É a decisão mais coerente que eu poderia tomar.
Se apregoo e defendo a democracia, nada mais justo e lícito do que pedir minha saída, uma vez que o eleitorado da Associação de Oficiais é majoritariamente bolsonarista.
Bolsonaro é a antítese do que é um militar na acepção lata da palavra.
Convivi com um jovem deputado chamado Jair Messias Bolsonaro no início dos anos 90.
Como todo espertalhão, ele prega a ordem, mas descumpriu a ordem estabelecida em normas legais no final dos anos 80.
Como todo falastrão, ele defende o militarismo, mas foi um indisciplinado por excelência.
Como todo estelionatário, ele prega moralismos, mas é useiro e vezeiro em transgredir preceitos éticos públicos.
Como todo incauto, ele despreza e desdenha da doença e da dor alheias.
Como todo insensato, ele cria confusões e disputas em torno de problemas que na realidade não existem.
Como todo radical, ele agride verbalmente e ofende seus adversários.
Como todo imaturo, ele não pode ser contrariado.
Como todo estulto, quer valer-se das armas para depor os mecanismos pelos quais ele foi alçado ao poder.
Como todo arrivista, ele quer o poder pelo poder
(sob nossa análise, está muito claro o seu intento: desqualifica o Supremo e suborna o Parlamento).
O atraso em tomar medidas pelo presidente da República e as suas atitudes erráticas e contraditórias vão levar a uma dimensão da crise que o país não tem ideia.
Como militar, sinto-me envergonhado por tantas ações atabalhoadas, extravagantes, ridículas e mesquinhas de Jair Bolsonaro.
Ele depõe sua confiança em parte do estamento político contra o qual fez toda sua campanha (como Roberto Jefferson/PTB e Valdemar Costa Neto/PL - destacados protagonistas do velho "Mensalão").
Suas relações incestuosas com a família Queiroz são o retrato mais aparente da prática delituosa da família Bolsonaro.
...A oficialidade cometeu um grave erro, um erro histórico, devido a integrantes que, por um engodo, têm feito uma opção que julgo não ser a mais adequada.
Temos que analisar o quadro desprovido das lentes da ideologia, que esse governo tanto apregoa.
Não podemos agir como torcida organizada.
O fim do campeonato nem sempre pode nos ser benéfico"...
(Cel.Glauco Carvalho)-(https://horadopovo.com.br-09/07/2020).
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De minha varanda, vejo a Bandeira Nacional içada na antena de um automóvel, estacionado na garagem descoberta de um prédio vizinho. Razão eleitoreira. Nossa bandeira simbolizando um partido e provocando o repúdio dos democratas mais sensatos. Completo desconhecimento das normas (Leis 5.700/1971 e 8421/1992) que tratam do bom uso dos símbolos nacionais. Lamentavelmente, hoje descobri que aquele automóvel pertence e é dirigido por um militar. Por isso, esta republicação. Que é dos seus conhecimentos básicos de Moral e Civismo, tão em uso no militarismo?!...
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Nota:
Republicação, condensada, do nosso texto: "VOCÊ SE ENVERGONHA DO MILITAR QUE CONHECE?", de 14NOV21.
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