Época de mudanças
O eleitor brasileiro é brindado a cada pleito eleitoral, com as promessas de campanha dos candidatos a algum cargo eletivo. E não é preciso muita perspicácia para identificar as inverdades recorrentes daqueles que tentam ludibriar a boa fé dos ingênuos, investidos do sagrado poder da escolha de seus representantes. Interessante ressaltar que, não obstante a recorrência desse tipo de comportamento, a péssima memória do cidadão brasileiro com referência ao compromisso assumido pelos candidatos se torna evidente, pois as falácias costumeiras são esquecidas e os mentirosos se perpetuam no poder como uma longeva dinastia. Os exemplos estão aí, a mostrar ao eleitor que as mudanças são salutares em qualquer segmento e que novas ideias e principalmente novos valores e posicionamentos conferem dinamismo e versatilidade às diferentes instituições. Nota-se que grande parte dos políticos desse País se empenha apenas e tão somente em atender aos seus exclusivos interesses e na manutenção de seu grupo nos diferentes níveis do poder, relegando as verdadeiras funções parlamentares em segundo ou terceiro planos.
Há muito se percebe um desvirtuamento das atividades parlamentares no Brasil. Os interesses maiores da coletividade sucumbiram ante os incessantes movimentos de acomodação partidária, em que todos buscam auferir dividendos políticos, independentemente de ideologias pré-estabelecidas. Antigos adversários outrora confrontados em embates memoráveis se tornaram aliados num passe de mágica e o constrangimento é visível no mesmo palanque de campanha. Os ocupantes de cargos majoritários se mostram distanciados dos objetivos primordiais a que foram alçados. Em vez de se dedicarem a algum plano de governo que venha a trazer crescimento e desenvolvimento ao País, procuram instalar e manter a todo custo um projeto de poder, com o apoio das casas de leis. Tudo isso leva o eleitor a sentir certa rejeição pelos debates políticos. Sabem de antemão que a demagogia, a ladainha e a conversa fiada serão sempre a mesma, diante das imensas dificuldades que a nação enfrenta. Porque se apenas uma pequena parte dessas promessas de campanha tivessem sido colocadas em prática, o Brasil seria uma potência mundial. Ocorre que grande parte desses políticos que aí estão, há décadas se beneficiando das incontáveis regalias bancadas pelo suor do trabalhador brasileiro, só se mobilizam ao sabor de suas conveniências.
Está na hora de o eleitor escolher criteriosamente seus representantes. Procurar conhecer a vida pregressa do candidato e suas propostas já é um bom caminho para mudar, pelo menos em parte, a situação atual. Também é facultado ao cidadão, de forma democrática, desalojar definitivamente das cadeiras estofadas aqueles que fazem da política uma profissão altamente rentável, os que manipulam continuamente a decisão dos pares por conta da influência parlamentar. Passou da hora de mandar para casa os dinossauros, os velhacos e os acomodados. O Brasil precisa urgentemente eleger pessoas realmente comprometidas com as legítimas aspirações da sociedade. No dia 02 de outubro, que o poder seja realmente emanado do povo e para o povo.