A bola da vez

A bola da vez

Estamos em plena estação de colocar menino cagado no colo, esse fenômeno acontece rigorosamente de dois em dois anos no Brasil. Os políticos em si não estão mais tanto assim preocupados em combater a corrupção nos partidos dos outros, as bandeiras mais empunhadas no momento são a compra institucionalizada de votos e a hipocrisia religiosa. Infelizmente algumas igrejas se tornaram comitês de campanhas políticas, púlpitos se tornaram balcões de negócios e palanques eleitoreiros, há líderes religiosos que trocaram a oração pela ouração, triste realidade. Ateu come hóstia, alguns que carregam ódio no coração se dizem cristão. A política tomou conta do judiciário e o judiciário tomou conta da política. Inimigo fidagal se torna aliado. Vejam só o caso do Lula com o Alkimim, vejam só a filiação do Presidente Bolsonaro ao partido do Valdemar da Costa Neto. Quem sabe em um outro pleito não tenhamos Bolsonaro e Lula na mesma chapa. Lula assume a corrupção, Bolsonaro assume que sempre foi do centrão e o povo enganado em cada eleição. Nunca pensei que irei viver para ver o Alkimim colocar o boné do MST e roco gritar, é Lula. Também nunca imaginei o Bolsonaro e o Collor de Melo dividirem o mesmo palanque. Vocês já perceberam que o dinheiro é público, mas o orçamento é secreto? Eu vejo que tem alguma coisa errada quando o Ciro está pedindo paz no debate, é a mesma coisa que o Felipe Melo apartar briga em uma partida de futebol. Por falar em Ciro, parece que Sobral-CE é o paraíso na terra. Segundo o Ciro o time do Ceará tem mais mundial que o Palmeiras. Tá tudo tão fora de lugar que já tem até ateu querendo demonstrar ensinamentos de Cristo para cristãos. Os políticos vivem em uma bolha, só saem para comer pastel estragado na rodoviária de dois em dois anos, isso rodeados de bajuladores e seguranças. Por falar em segurança tem político que se diz contra armamento, mas só anda com uma porção de homens armados até os dentes e em carros blindados. Será se um dia o povo irá acordar dessa letargia? Até o Moro pediu para o Ministro Paulo Guedes gravar um vídeo em apoio a campanha do Moro ao senado pelo estado do Paraná. Será se um dia teremos uma reforma política? Eu acho difícil. Já pensaram quantas famílias poderíamos alimentar com o fundão eleitoral? Aí vem alguém e diz, você não sabe votar. O que seria saber votar se as opções são sempre as mesmas? E tem mais, essas opções não são o povo que escolhe, são os caciques dos partidos quem decidem. A maioria dos partidos são partidos de aluguel. O povo é escravizado economicamente e politicamente. Mas não tem jeito, alguém vai ganhar e não é o mais querido, o mais respeitado, o que tem melhores projetos e propostas para o país, o que vai ganhar, por incrível que pareça, é o menos rejeitado. É uma incoerência, pelas duas campanhas antagônicas no momento, o Brasil vai ter dois presidentes eleitos já no primeiro turno, pelo menos é o que muitos líderes de cada campanha diz, que seu candidato vai ganhar no primeiro turno, tenho visto muito essa argumentação tresloucada. O importante não é o meu candidato vencer, o importante é o fulano de tal não ganhar, dizem muitos analfabetos politizados. Como que teremos dois presidentes eleitos no mesmo pleito, já no primeiro turno? Eu não sei, mas um certamente vencerá e aí no primeiro dia de governo já começa a campanha para próxima eleição. Será que tem algum político aí que vai garantir um auxílio pra gente que passa o dia e a noite nas redes sociais? Os políticos profissionais estão nadando em dinheiro, limpo ou não. E o povo passando uma fome da mulesta, passando as piores privações possíveis, tem gente que nem energia elétrica tem em sua casa em pleno 2022, tem gente esperando pelo amor de Deus uma esmola do governo. É impressionante como entre um pleito e outro o arrocho é grande, mas no período eleitoral a economia é oxigenada. Dinheiro tem, o que falta é vontade política. Se a fome fosse transmitida como doenças contagiosas feito covid, rapidamente a classe política daria um jeito de erradicá-la, talvez ainda com projetos superfaturados. Eu como um cidadão simples do povo não tenho a capacidade de vislumbrar o macro, estou mesmo é preocupado com o meu auxílio e o político já percebeu isso. O embate acirrado, as brigas e as contendas se dão entre os políticos em defesa dos seus interesses pessoais. O embate pode acontecer também entre os jornalistas, os intelectuais e os pseudointelectuais, o povão mesmo quer saber é da comida na mesa e do seu corote no sextô. Tem que haver uma reforma política contundente e urgente, não é possível tanta gente passando fome e os políticos esbanjando o dinheiro público, eles vivem em um mundo completamente fora da realidade da grande maioria do povo, eles não usam transportes públicos, não usam educação nem saúde públicas, eles não sabem o que é chegar meio dia e não ter o que comer, eles têm muitos penduricalhos financeiros, essas regalias têm que acabar, eles têm auxílios para tudo no mundo e o povo pedindo pelo amor de Deus 600 reais. Na política quando você for acusar alguém de alguma coisa, não vá com muita ênfase, pois no próximo pleito ele pode ser o seu aliado. O povo deveria se organizar e ir para as assembleias legislativas (casas do povo) para exigir pelo menos a diminuição dos privilégios dos políticos, talvez fosse até melhor do ficarem se xingando de ladrões e corruptos nas redes sociais. Parece que o mantra é provar quem é menos ou mais corrupto, como se isso fosse mudar alguma coisa. Collor caçador de marajás, Lula a alma mais "onesta" do mundo, Bolsonaro paladino da moralidade. Estes e tantos outros chegaram ao poder com enfáticos discursos anticorrupção, discursos um pouco em desuso no momento.

A bola da vez agora são os votos do "povo de Deus" e as bolsas e auxílios que mudam de nomes conforme o governante de plantão. Antes de chegarem ao poder Lula e Bolsonaro diziam que essas bolsas e auxílios não passavam de compras de votos, depois que chegaram ao poder mudaram de opinião.

Alber Liberato Escritor
Enviado por Alber Liberato Escritor em 04/09/2022
Código do texto: T7597923
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