PROPAGANDA ELEITORAL
Sempre procurei assistir a propaganda eleitoral, além de ler muito sobre os candidatos que se apresentam nesse período pré eleitoral. Agora, aposentado, tenho mais tempo para assistir e ler e o faço mais maciçamente.
Procuro me informar ao máximo. Também sobre os candidatos e partidos que me são contrários, pois, entendo que preciso, que é salutar ouvir e saber dos contrários, seja para reafirmar meus conceitos, seja para corrigir impressões.
É evidente que tem coisas bobas, ridículas, até hilárias. Tem de tudo, bem do jeito que é a nossa sociedade, com essa diversidade rica e abrangente.
Evidente que não tenho a pretensão de sugerir, muito menos querer que todos assistam, gostem da assistir, de escutar as propagandas eleitorais. Uns não tem paciência, outros não tem acesso, outros não tem tempo.
Só não concordo com os que se sentem superiores ao afirmar que não perdem tempo com essas besteiras. E dizem tais besteiras com a arrogância que faz perpetuar a ignorância política e junto disso os malfeitos políticos sociais.
Credito a essa soberba infantilizada, o fato de não termos, principalmente, um poder legislativo de nível minimamente compatível com as nossas necessidades e merecimento.
Credito exatamente a esse alheamento e arrogância anti política, que grande parte do poder legislativo seja composto por pessoas desprovidas de responsabilidade social, de conhecimento legislativo e que tem nos cargos eletivos conquistados unicamente a defesa de seus escusos interesses pessoais, associados a cumprir e devolver favores a quem financia suas campanhas e carreiras.
Exatamente em função da apatia política, por esse desinteresse que grande parte da sociedade manifesta, com orgulho fajuto, repassando uma superioridade infame, burra, que chegam eleições, passam eleições e essa mesma sociedade vive a reclamar, criticar os políticos e a política, esquecendo-se que todos que ocupam cargos eletivos, foram eleitos, assumida e democraticamente eleitos, escolhidos.
Muitos pela ignorância consequente e justificada e outros pela ignorância inconsequente e arrogante, vítimas dum modismo, herança da ditadura que persistiu por tantos anos e também pela coerção da propaganda interesseira da elite econômica-social, interessados em manter o máximo de gente alheio ao processo político, para poder conduzi-la a seu jeito.
Eu opto pela informação. Opto por ser politizado. Opto por estar inserido e consciente do mundo ao meu redor. Quem pensa o contrário, quem se posiciona contrário, que assim seja, que assim continue, sabendo que assim abdica do próprio direito de reclamar de qualquer coisa advindo do mundo político, legislativo, governamental.