O SIGILO DO MEDO
O SIGILO DO MEDO
Carlos Roberto Martins de Souza
Durante a campanha de 2018, o candidato Jair Bolsonaro citava com frequência o versículo bíblico “conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”. Óbvio, orientado por algum mercenário evangélico que já estava de olho nos benefícios da corte. Mas orientaram que era a verdade dele, da sua família e de seus capachos. No caso do verso bíblico citado não passou de demagogia, de jogada para enganar e conquistar o voto dos pobres e idiotas evangélicos. Pobres, pois não conhecem a Bíblia, são os “Maria vão com as outras", o pastor manda, ninguém estuda ou pesquisa sobre o assunto, e embarcam no conto do vigário. Ops! Vigarista. Idiotas, pois sequer procuram conhecer a biografia do candidato imposto pelo pastor, votam apenas para agradar, e claro, carregam na consciência que estão agradando a Deus, pois o líder espiritual, com uma boa lábia, enfiou isto nos miolos dos evangélicos. Quando falta moral e caráter, esse grande tribuno militar, que foi ejetado do Exército por vandalismo, vadiagem e terrorismo, agora deu para acenar novamente com o perigo de nos tornarmos reféns de um Ali Babá e seus sabe-se-lá quantos ladrões. Com o discurso brega, vazio, canalha de que o comunismo, com a esquerda em alta, anda rondando as casas dos "homens de bem" da sagrada família brasileira, se aliou aos ladrões de sempre, onde a bandeira da corrupção foi enrolada pelo Centrão nos porões do orçamento secreto. O movimento de Bolsonaro em direção ao colo do Centrão já vem de muito tempo atrás, uma vez consumado, ele sentou e goza todo dia, num fetiche eleitoral sem precedentes. Tem orgasmos múltiplos quando falam de Arthur Lira ou Valdemar Costa Neto, numa pornolandia perfeita para os padrões do clã Boçal Nero. Num ato de desespero por ter a sua derrota como certa, Bocal Nero lançou o seu mais cobiçado programa, o “TRANSPARÊNCIA ZERO", ele permitirá que daqui a cem anos qualquer um de nós possa ter acesso aos golpes praticados por ele e sua gangue. Suas tenebrosas ameaças a democracia passa por transações obscuras feitas por baixo dos panos, dos tapetes e dos cobertores do Palácio do Planalto. 100 Anos! Para esconder as merdas que fez, mas que alguém pode pegar, colocar numa meia furada, rodar e lambuzar tudo de fezes, ele decretou internação hospitalar em isolamento de tudo que possa colocar em risco a sua liberdade. Prendam, cem anos de cadeia, cem anos de sigilo. O que é sigilo no popular? É qualquer coisa que foi e não deveria ter sido, simples assim. A “coisa pública”, que não é tão publica assim, agora é impublicável, intocável, “imexível”, foi a forma, legal, porém imoral, de esconder a podridão deste governo. E a explicação para os eleitores idiotas é que dessa forma não teremos nenhum caso de corrupção no governo, explicou, Bolsonaro, com a cara de pau que lhe é peculiar. “O senhor é um gênio “papi”, é um mistério como seu nome ainda não foi indicado para o Nobel”, disse Carluxo, o filho “Zero Dois” do presidente, enquanto saltitava feliz. Vamos abrir processo contra a academia, tem dedo da esquerda nisto e não vai passar ileso. O que ele imagina é que após 100 anos, editoras irão publicar livros mostrando o alto grau de honestidade da família Bozo. Para ocultar os malfeitos do seu governo e de sua família, o presidente impõe a lei do silêncio e desvirtua a legislação destinada a dar transparência à administração pública. A manipulação de informações se assemelha à censura das ditaduras, que lhe é peculiar. E ele está fazendo tudo isto, pois confia nas pesquisas feitas no “litoral de Minas Gerais" onde ele está disparado na frente. O “Terrorista de Deus" tem suas técnicas e táticas para se passar por santo, é macaco velho formado nos porões junto com os ratos da velha política. É dando que se recebe, este é e sempre foi a bandeira defendida por Boçal Nero. O cara caga de medo de ser preso, ele sabe que se cair na cadeia vai ser linchado pelos demais presos, pois é considerado “persona non grata" até por gente da sua laia. Talvez algum governante maluco, depois de cem anos, resolva fazer uma exposição em homenagem póstuma ao probo presidente e sua nobre e santa família.