Bolsonaro e Vera Magalhães: a unanimidade é burra?

De início, digo: não assisti, ontem, ao debate, transmitido pela BAND, entre os candidatos a presidente. Tenho a minha opinião formada a respeito dos três principais candidatos, Bolsonaro, Lula e Ciro, e estou decidido a votar no atual presidente do Brasil, cuja obra, à frente do Governo Federal, é, em boa parte, de mim conhecida, e não há discurso que me faça mudar a minha posição, particularmente discurso eivado de mentiras daqueles que almejam alijar o presidente, a qualquer custo, da cadeira presidencial. Preferi, ontem, em vez de assistir ao debate, que nada me acrescentaria, dedicar-me aos dois últimos episódios da primeira temporada da série de televisão Bosch, policial, que tem os seus atrativos.

Embora eu não tenha, ontem, assistido, ao vivo e em cores, ao debate, hoje pela manhã informei-me a respeito, e vim a saber que, segundo um esquerdoso de primeira, o Bolsonaro - Bozo, segundo o esquerdoso - havia atirado no próprio pé ao atacar a jornalista Vera Magalhães. A atiçar-me a curiosidade, e curiosidade mórbida, maldita e indesejada - e eu não aprendo a fazer-me de ouvidos moucos às palavras dos anti-bolsonaristas, ó, inferno! -, decidi, irrefletida, e inconsequentemente, digitar, no Gúgo, ou Gugôu, ou Gulgol, não sei qual é a grafia correta do nome do mais popular site de busca desta e de outras galáxias, a frase "Bolsonaro e Vera Magalhães", pela segunda vez dando-me provas de minhas insensatez. Eu ainda não aprendi, ó, céus! que tem um robozinho do capeta, dotado de inteligência artificial, manipulando os logaritmos para alavancar notícias negativas àqueles que não seguem a agenda esquerdosa e esconder as favoráveis!?

Digitada a frase, e apertada a tecla enter, apareceram-me aos olhos doentes de hipermetropia e astigmatismo os links de dezenas de matérias jornalísticas, e não me surpreendi com o título delas: "Bolsonaro ataca a jornalista Vera Magalhães."; e as suas incontáveis variáveis, indicando, todas elas, comum identidade de conteúdo: "Bolsonaro ataca Vera (...).", "Jair Bolsonaro ataca (...).", "No debate, Bolsonaro ataca (...).", "Bolsonaro evita responder sobre vacina e ataca (...)."; e outras variações, alterando-se a disposições do sujeito na frase, e conservando-se igual teor: "Vera sofre ataque de Bolsonaro.", "Vera Magalhães: quem é a jornalista atacada por Bolsonaro.", "Vera é atacada (...)", "Vera se pronuncia sobre ataque (...)", e outras variáveis. E não faltaram os títulos com os dízeres, referindo-se, sempre negativamente, ao presidente Jair Messias Bolsonaro, e dando a jornalista sua vítima, "famosos demonstram solidariedade", "famosos se solidarizam", "mulheres saem em defesa", "ataque misógino", "machismo", "gera indignação", "foi ofendida", "com baixaria", "se descontrola", "jornalistas mulheres defendem", e etecétera, e tal. Quanto chororô! ou, como se diz hoje em dia: Quanto mimimi! Vitimismo barato, patético, risível. As manchetes do que supõe-se tratar de reportagens jornalíticas dão a entender que o presidente do Brasil moeu de pancadas a bela donzela. Mas, após acessar umas dez reportagens, e ler-lhes perfunctoriamente as palavras que lhes recheiam o corpo, conclui que a maioria delas não reproduz as palavras agressivas de Jair Messias Bolsonaro, e as que as reproduzem não a contextualizam, não dão as razões que as inspiraram ao presidente. Parece, lendo-se as reportagens, que o presidente expressou-se, gratuitamente, contra a sua arqui-inimiga. Tal qual um Sherlock Holmes, escarafunchei o caso, e descobri - e o que descobri é elementar, caro Watson - que para a jornalista o acusado de misógino e machista disse, com outras palavras, que ela é uma vergonha para o jornalismo e que ela, sempre que está a dormir, sonha com ele, o presidente Jair Messias Bolsonaro. Foram estes os dois tiros que, o presidente os disparando, alvejaram a digna jornalista?! Meu Deus! Que monstro é o presidente Jair Messias Bolsonaro! Ele é um homem crudelíssimo, não há dúvidas! Que sujeitinho desprezível!

O episódio fez o mundo parar. Os famosos, meu Deus! os famosos! saíram, bravos e aguerridos, contra o dragão das profundezas, em defesa da princesa encantada.

Sei não, mas é hoje em dia a imprensa, incluída, aqui, a internética saída no Gúgoul - acho que é assim que se escreve -, um instrumento de causar histeria, o epicentro de um movimento sísmico que devasta inteligências. Altera a imprensa a percepção que têm as pessoas da realidade.

Dei-me à obrigação de assistir ao trecho do debate que exibe o presidente do Brasil a falar as tão terríveis e reprováveis palavras, e conclui que o que ele disse, se saudável a imprensa, choveria no molhado. Mas é risível o objetivo que tem a imprensa de impôr uma narrativa estapafúrdia, a forçar a barra, como se diz por aí, para gerar um bafafá para, assim penso, atingir três objetivos: manter fora do alcance dos brasileiros as verdades que o presidente Jair Messias Bolsonaro disse; difamar o presidente Jair Messias Bolsonaro para roubar-lhe os votos das mulheres; e, ocultar do povo a vexatória, constrangedora participação no debate do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva.

Diz a lenda que Nelson Rodrigues vivia a estribilhar "Toda unanimidade é burra." Sabendo-se o que faz a imprensa após o debate entre os candidatos a presidente, deve se perguntar se é a burrice que faz a unanimidade.

Ilustre Desconhecido
Enviado por Ilustre Desconhecido em 29/08/2022
Código do texto: T7593837
Classificação de conteúdo: seguro