QUANDO A ESQUERDA DO RIO DE JANEIRO VAI CRIAR JUÍZO?

*Executiva Nacional do PT vota na próxima semana apoio à chapa Rodrigo Neves, governador; Felipe Santa Cruz, vice; e André Ceciliano, senador (*Notícia veiculada, no Site 'AGENDA DO PODER', em 31 de julho de 2022 - z-vice-e-andre-ceciliano-senador/?fbclid=IwAR0pWNGLUkJgrJrXSrIZCvxfhVm-YQrk2AdPhCeNL9ECagGWFLXmBAY6MFM).

Sempre digo que o ERREJOTA não tem saída. Foi destruído ainda no tempo colonial pela própria família real portuguesa. Os reais e as cortes ao retornarem à Portugal limparam os cofres do Banco do Brasil e toda a dignidade da política fluminense/carioca. De lá pra cá segue essa camarilha dominante, corrupções, quebras de acordos, e na esquerda a servidão aos interesses de um seleto grupo de pequenos burgueses. O RJ têm uma protoesquerda, fisiológica, como a centro-direita, onde a ideologia é nula, e o pragmatismo utilitário (o pior dos pragmatismos) serve à interesses que sabemos não ser o da favelizada e periférica Classe Trabalhadora. Não vislumbro luz para o "imperial" Estado do Rio de Janeiro, que só se libertará quando "o Morro ocupar o asfalto e não for Carnaval". Camaradas, o "jogo é duríssimo" no Brasil inteiro. Veja o próprio Lula, que mesmo líder, no melhor momento de sua vida política, esticando alianças cada dia mais à direita. Ao final derrotaremos o Bolso e teremos um governo Lula engessado pelo poder do capital, o povo vota Lula, mas quem seguirá mandando é o 'Mercado'. Bem, mas estamos falando de Rio de Janeiro? Tomemos, como base de exemplo, o poder aqui na Baixada Fluminense, que não esteja sob os domínios das Oligarquias? Todos os municípios da Baixada Fluminense têm "donos". Nilópolis é dos "turcos", da 'Familícia dos Sessim'. Aqui em Duque de Caxias, onde resido há quase quatro décadas, a prefeitura alternou entre as familícias Freitas (do Hideckel de Freitas), Zito e agora Reis (do Washington Reis). A única exceção foi o conturbado/locauteado governo Juberlan de Oliveira (brizolista) - PDT, o único de centro-esquerda trabalhista, na cidade de DC. Ah, mas o governo do Dr. Alexandre Cardoso - PSB? Alexandre passou 4 anos nos decepcionando e fazendo todos os "esforços pragmáticos" para agradar as oligarquias caxienses, que ele mentiu que enfrentaria. Vale a mesma lógica para as demais 11 (são doze ao todo) cidades da Baixada Fluminense. E para as 92 cidades do RJ. Claro, sempre tem um avanço ali ou acolá. Aqui em Duque de Caxias esse avanço nunca vem. E olha que somos o segundo ou terceiro PIB do ERREJOTA. Lindbergh não é da Baixada. Fez um governo e meio, em Nova Iguaçu. Fui Superintendente, por seis meses, na SEMUS/NI, e logo percebemos os diversos acordos à direita, que Lindbergh teve que se submeter para "governar". Saiu na segunda metade, do segundo mandato, para ir para o Senado. Nova Iguaçu ficou lá, nas mãos das oligarquias, que sempre mandaram naquele município. Onde já governamos, a esquerda, o PT? Não lembro de todos os municípios. Lembro de Angra dos Reis, nossa primeira e exitosa experiência governativa. Foram três mandatos lá, se não me falha a memória. Como está Angra dos Reis hoje? Destroçada, favelizada, tomada por milícias e tráfico de drogas! Mesquita, lembram? Como está Mesquita hoje? Paracambi, do André Ceciliano, vão lá, conhecem, já foram ver o atual estado da "Fábrica do Conhecimento", que tanto o Ceciliano enaltece? Maricá é a nossa menina dos olhos atual! Todo o PT fluminense/carioca está orbitando Maricá! Será Washington Quaquá a salvação do ERREJOTA, do PT do Rio de Janeiro, a nossa redenção? Não sei dizer, e termino esta explanação por aqui.

Mas seremos nós, então, o Partido dos Trabalhadores, os Partidos de Esquerda, os culpados pelo fracasso do Estado do Rio de Janeiro?

Claro que não! Este momento do ERREJOTA é dos piores de todos os momentos ruins de nossa história. O PT, e toda a esquerda carioca/fluminense, não tem responsabilidade nisto, a não ser na nossa incompetência ideológica histórica, que vem sendo submetida ao pragmatismo utilitário, e indisposições, das nossas lideranças, na ampliação, organização e "politização" do povo carioca/fluminense. A lógica das 'cortes' e dos 'escravizados', com uma parcela de brancos médios livres e pretos foros (alforriados/libertos), segue fortíssima no ERREJOTA. A esquerda, com PT e tudo, ainda não conseguiu romper isso, pois é muito difícil explodir 'culturas'. O RJ é um estado partido, que se finge de unido, escravizado, que se finge de liberto. Estado que, em plena República, insiste em se manter 'Imperial', cultivando culturalmente o espectro de uma Colônia/Monarquia escravocrata. Temos 'Cidade Imperial', 'Bairros Imperiais', e até 'Escolas de Sambas'... Como explicar, e entender, que cariocas e fluminenses, mestiços, negros, ou brancos médios, venham à Petrópolis, para se sentirem "monarquistas", passeando por ruas reais, passando panos (literalmente), nos assoalhos do Museu Imperial de Petrópolis, para ver como viviam seus moradores-imperadores, e como nos escravizavam? Meus caros, precisamos romper, "com tudo isso", como nos dizia o gaúcho caudilho-maragato, Leonel de Moura Brizola.