O desfile " da Argélia" entre as posições internas e desafios regionais
O desfile militar, organizado por Argl pela ocasião do 60.º aniversário da independência não passa sem levantar a situação política, que conhece o país numa fase de repercussões do aumento da movimentação e revolta social, consequências do impasse com Marrocos, suspendendo as obras do oleoduto do Magrebe, seguido da tensão política com Espanha.
Tal manifestação intitulada “o desfile militar na Argélia entre o controle da situação interna e desafios regionais”, tal primeiro desfile o em mais diferente entre os 33 anos, traduzindo uma presença esmagadora dos militares no discurso político oficial, transmitido pela mídia, cuja contenção do movimento popular intensificada nas cidades da Argélia nos últimos cinco anos, consequência da queda dos preços internacionais do petróleo, e do desequilíbrio em termos da estabilidade regional, da paz social e democracia.
Tal desfile militar, considerado "sem precedentes", entre seus objetivos era demonstrar a prontidão de combate de um exército cuja experiência de combate até agora foi comprovada apenas em garantir a segurança interna e a vitória sobre os movimentos armados internos.
Lembrando que o regime argelino tem prestado uma atenção particular ao desfile militar, organizado na terça-feira, 5 de julho de 2022, por ocasião do 60º aniversário da independência do país.
Isso foi evidenciado pelos preparativos logísticos que antecederam a organização deste desfile ou pelo enorme equipamento militar exibido durante este desfile, o que levanta a questão dos antecedentes políticos, por trás uma delicada circunstância política que parou o país, tanto em a nível interno, como regional e internacional, Interagindo com as repercussões de um movimento político contínuo, ameaçando a estabilidade do país, e a nível regional, cuja tensão política com Marrocos chegou ao ponto de romper as relações diplomáticas bilaterais, travando o trabalho do oleoduto do Magrebe, causando a tensão política com a Espanha, ao ponto de interromper o trabalho de algumas disposições do acordo de boa vizinhança que reúne os dois países.
Tal desfile militar é considerado o primeiro do gênero desde o Dia da Revolução em novembro de 1989, veio no meio das manifestações populares e numa dimensão política das mudanças notáveis, após a movimento popular, a qual foi reprimida pelos poderes militares e policiais.
Também foi um momento caracterizado por uma maior apoderação do regime militar sobre a situação interna, destacando uma presença contundente da instituição militar no discurso político oficial e na mídia governamental e não governamental, pelo qual os militares líderes descrevem como “esta instituição denominada exército-nação”. Mantendo uma paralela obstrulçao da defesa nacional, coincidendo com o anúncio oficial do fim da era do combate ao terrorismo, o qual tm esgotado os esforços militares e a segurança do país nas últimas três décadas.
O ano 1989 tem sido o último ano em que os argelinos assistiram a desfiles do exército, antes que os sucessivos desenvolvimentos políticos assolaram o país, após a adoção da constituição que visa o pluralismo político, e as consequentes tensões nas ruas entre a autoridade e os islamistas, objeto das manifestações e violência política, mergulhando o país numa sangrenta crise de segurança após a interrupção das eleições.
Em janeiro de 1992, todos os esforços militares foram direcionados para o combate ao terrorismo e aos grupos armados. O regime argelino tem enfrentado o maior perigo ameaçador da sua estabilidade, ao entrar numa guerra feroz com movimentos armados. recorrendo a vários métodos de violência contra os militares e intimidação civil, via uma guerrilha e ataques aos símbolos políticos, militares e culturais, levando o regime argelino, liderado por um grupo de generais militares como o general Khaled Nizar e general Tawfiq, além do general Shangriha, armados contra os movimentos sociais, e uma resistência impressionante, mediante um esquema de erradicação e liquidação de muitos líderes e membros desses grupos jihadistas.
Assim, o comunicado do Ministério da Defesa Nacional pelo ano de 2020 revelou que “em cumprimento das instruções do Comando Supremo do Exército Popular Nacional, visando o reforço, a vigilância e a prontidão permanente, no sentido de fazer face a todas as tentativas contra a segurança e estabilidade do país, em prol de defender a soberania”, neutralizando mais de 37 terroristas, entre os mortos e detidos, dos quais 108 elementos de apoio a grupos terroristas.
Para o ano de 2020 ficou marcado pelo combate ao terrorismo, contrabando, tráfico de armas, de drogas e crime organizado, cuja prisão foi lutado por terroristas, depois do desmantelamento de várias células e esconderijos de grupos terroristas.
O Ministério da Defesa, chefiado pelo tenente-general Chanegriha, no comunicado de 2021, tem declarado o trablaho para a erradicação do terrorismo.
A operação dita de Tipaza tem confirmado que “o ano 2021, o regime militar fez sacrifícios perante o Exército Popular Nacional, eliminando os remanescentes terroristas, revelando a determinação das forças armadas em manter a segurança e a estabilidade em todo o país”.
A título do general Chanegriha, presidindo o desfile de maneira notável no pódio honorário vestindo um uniforme militar, ao contrário do presidente Tebboune, que parecia estar sentado no mesmo pódio, sem graça apesar de ser o comandante supremo das forças armadas argelinas, refletindo a posição sem nenhum controle sobr a instituição militar, a situação de segurança no país, culminando com a vitória sobre os grupos armados rebeldes.
Uma vez que este desfile aconteceu sob dimensões festivas condizentes com a ocasião revolucionária, traduzindo, ao mesmo tempo, algumas mensagens claras que a Argélia quer transmitir.
Lahcen EL MOUTAQI
Professor e pesquisador unviversitário- Marrocos