Um golpe à democracia está em curso

Em março de 2022, o então, Ministro da Defesa Braga Netto, em Ordem do Dia, distorce o golpe de 1964 e diz:

"Em março de 1964, as famílias, as igrejas, os empresários, os políticos, a imprensa, aliaram-se, reagiram e mobilizaram-se nas ruas, para restabelecer a ordem e para impedir que um regime totalitário fosse implantado no Brasil, por grupos que propagavam promessas falaciosas”.

Essa ordem do dia assinada pelo golpista Braga Netto, hoje candidato a vice de Bolsonaro, é uma peça do mais puro cinismo, uma fraude para tentar reescrever e falsear a verdadeira história, que desonra as Forças Armadas Brasileira.

Não houve “movimento” nem “revolução” em 1964. Houve um golpe militar-empresarial que decretou 21 anos de escuridão. No eclipse das liberdades, a ditadura perseguiu, prendeu, torturou, matou, exilou, censurou, corrompeu, instaurou o terrorismo ao povo brasileiro.

E hoje, o discurso do Bolsonaro com ataques às urnas: (“não serão dois ou três que decidirão como serão contados os votos”), aos ministros do STF e do TSE (“cala a boca; bota a tua toga e fica aí”) é o vínculo mentiroso que Bolsonaro estabelece o tempo todo entre liberdade e posse de armas pela população.

Bolsonaro está ciente das pesquisas pré-eleitorais. Sabe que nas urnas não tem como vencer as eleições. Por não ter a maioria planeja o Golpe, que não precisa de maioria. Por isso é golpe.

O Brasil está dando um salto de três décadas para trás, tanto no combate à pandemia que já levou quase 700 mil brasileiros e continua a matar, como no combate à fome, que neste momento, 33 milhões de pessoas não têm o que botar no prato.

Em sua figura grotesca de desordeiro e predador da democracia, Bolsonaro converteu-se numa arma de destruição em massa. Morre gente, morre o país. Bolsonaro vai passar. Mas deixará a mancha da desonra entre nós cada vez que fizermos a pergunta: como não fomos capazes de detê-lo?

E nós continuaremos a repetir as palavras de Ulysses Guimarães: “Temos ódio à ditadura. Ódio e nojo dos golpistas de ontem e golpistas de hoje”.

JEmídio
Enviado por JEmídio em 18/06/2022
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