O Nome da filha de Cristiano Ronaldo. Linguagem. Filmes. Guerra na Ucrânia. Notas breves.

O nome da filha caçula do futebolista português Cristiano Ronaldo, Esmeralda, inspirou ao escritor Deonísio da Silva comentários curiosos, tratando da origem persa do nome e evocando o poeta brasileiro Olavo Bilac.

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Sob o título "Existem Níveis no Uso da Língua?", publicado, no Facebook, dia 8 de Maio de 2.022, na página Língua e Tradição, Fernando Pestana resume um pensamento de Eugenio Coseriu, que entende que é a linguagem literária, e não a científica, a linguagem por excelência, pois ela explora em sua plenitude a jazida que é a linguagem humana, tão rica, tão vasta.

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Li, recentemente, sete textos, não sei se devo dizer resenhas, ou simplesmente comentários despretensiosos, acerca de filmes, um de autoria de Neto Curvina, um de Paulo Cursino, e cinco de Vincent Sesering. Considerarei o dos dois primeiros, textos, e não artigos, e tampouco resenhas, e ambos os textos publicados, no Facebook, nas páginas de seus respectivos autores, e os do terceiro, resenhas, publicadas, todas as cinco, no site Coquetel Kuleshov. Todos os sete textos são excelentes, e revelam de seus autores fina sensibilidade, e argúcia, para captar detalhes que de quase todos passam despercebidos. O de Neto Curvina é o tema o novo filme que tem seu personagem o mais famoso herói do escritor Ian Fleming, "007 - Sem Tempo para Morrer."; o de Paulo Cursino comenta um filme nórdico, O Homem do Norte, do qual vi um trailer, que me prendeu a atenção e despertou-me a curiosidade e inspirou-me o desejo de assisti-lo. Diz o autor que representa o filme a figura bárbara, selvagem do herói, não se inibindo em apresentá-lo sujo, em aspecto repulsivo. E as cinco resenhas de autoria de Vincent Sesering, todas publicadas neste ano de 2.022, todas ótimas, são: do mês de Março, "Batman, Matt Reeves, 2022.", publicado no dia 8; "A Trilogia Bourne, Doug Liman, Paul Geengrass, 2002, 2004, 2007.", no dia 16; "Batman vs Superman: a origem da Justiça, Zack Snyder, 2016.", no dia 3; de Abril, "Medida Provisória, Lázaro Ramos, 2022.", publicado no dia 27; e, de Maio, "Narciso Negro, Michael Powell & Emeric Pressburger, 1947.", publicado no dia 2.

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Emmanuel Macron, presidente francês, e o chanceler alemão, Olaf Scholz, pedem cessar-fogo na Ucrânia. E Lloyd Austin, secretário de defesa dos Estados Unidos da América, e o ministro da defesa da Rússia, Sergey Shoigu, reúnem-se, e o representante americano pediu o imediato cessar-fogo.

Aqui, detenho-me para escrever algumas, poucas, observações, acerca das notícias que me chegam aos olhos. Desde o início da conflagração deflagrada pela Rússia há um pouco mais de dois meses que a OTAN planejou, milimetricamente, nos mínimos detalhes, a guerra na Ucrânia, guerra por procuração, e de longa duração, atraindo Vladimir Putin para uma armadilha, na qual ele caiu como um patinho, uma armadilha primorosamente orquestrada, para desgastá-lo, enfraquecer a economia russa e gerar descontentamento nos oligarcas russos, que cortariam a cabeça do ex-espião da KGB. E agora vêm o presidente da França e o secretário de defesa dos Estados Unidos, num curto intervalo de tempo, pedirem pelo fim das hostilidades. Algo não me cheira bem. É só jogo de cena, ou a OTAN deu um tiro no próprio pé, perdeu o controle da situação, as coisas, degringolando-se, estão indo de mal a pior? O que a imprensa não nos conta? O Vladimir Putin já pode dizer: "Não contaram com a minha astúcia.", ou ainda é cedo? Há dois meses os ocidentais - entenda-se: OTAN - precipitaram-se, e não foram tão astuciosos, como a mídia dava a entender? Presumia-se, então, que a Europa (melhor, Estados Unidos, França e Inglaterra, e seus satélites servis) tinham deixado a Rússia de joelhos.

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Talvez Xi Jinping visite a Arábia Saudita, para tratar da venda de petróleo saudita à China, que pagaria em Yuan, e não em Dólares, as transações financeiras por um meio que não o SWIFT, do qual a Rússia foi excluída logo no primeiro capítulo da novela das sanções otânicas ao país dos Romanofs. Estariam Rússia e China unidos para desbancar o Dólar como moeda hegemônica do comércio internacional, e secundados por Irã, Venezuela e países da antiga União Soviética? É a guerra que ora se desenrola na Ucrânia os prolegômenos de uma guerra que pedirá um Homero para cantá-la, invocando as musas?

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Os países do chamado Ocidente, inclusive os que geograficamente se situam no Oriente estão, inegavelmente, a revelarem-se, não os paladinos da Liberdade, como assim ensina a propaganda, e desde tempos imemoriais, mas autoritários, daí muitos ocidentais indiferentes aos destinos de seus países, vistos, infelizmente, como infernos na Terra, o povo, confuso, desnorteado, a confundir os seus supostos representantes com a terra em que pisam. O governo da Austrália quer vir a proibir o cultivo de alimentos em propriedades particulares, seus donos a labutarem para garantir o próprio sustento, e não para comercializarem os produtos comestíveis que extraírem de suas terras. E mesmo que os comercializassem, que mal haveria? A quem interessa a proibição do cultivo caseiro de alimentos? Os grandes empresários do ramo alimentício, que veriam os australianos comendo-lhes nas palmas das mãos, cabisbaixos, constrangidos, humilhados, a delas tirarem migalhas, que lhes são postas diante dos olhos, para emasculá-los. Tal notícia me fez evocar duas reportagens, que há um bom par de anos eu li, que traziam notícia, uma, dos Estados Unidos, outra, do Brasil, aquela a informar que uma família americana foi proibida de cultivar, no jardim de sua casa, para consumo próprio, tomates, esta a falar da proposta de um político brasileiro que sugeria algo similar ao que o governo da terra dos cangurus e dos ornitorrincos ora propõe - se não me falha a memória, em um dos entes estaduais da região sul, lá pelas bandas da terra do Érico Veríssimo. E vem-me à mente o filme O Vingador do Futuro, de Paul Verhoeven, com Arnold Schwarzenegger a interpretar o protagonista. Neste filme, os marcianos, que são humanos, vivem à mercê da boa vontade de empresários cujas empresas monopolizam a distribuição de oxigênio.

Não sei se é a vida que imita a arte, se a arte que imita a vida.

Ilustre Desconhecido
Enviado por Ilustre Desconhecido em 10/06/2022
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