AINDA SOBRE A TRAGÉDIA EM PERNAMBUCO

O temporal que surpreendeu os nordestinos, particularmente os pernambucanos, já causou a morte até a data de 02 de junho de 2022, de 127 pessoas nos desabamentos de barreiras e nas inundações, um evento sinistro que superou e muito a marca dos 104 óbitos ocorridos na enchente do ano de 1975. Os bombeiros e os soldados cedidos pelo Exército têm contribuído satisfatoriamente nos trabalhos incansáveis de procura de corpos soterrados e na remoção do barro que destruiu as casas quando do desmoronamento das barreiras, o que levou vários dias e que ainda persistem, visto que ainda existem pessoas desaparecidas.

Segundo a APAC - Agência Pernambucana de Águas e Climas, vem mais água por aí e que o Grande Recife terá o mês de junho de chuvas maiores que média histórica, uma preocupação a mais para quem já sofreu com as fortes chuvas caídas e que não têm onde morar, vivendo em abrigos improvisados pelo poder público. Segundo o órgão metereológico, no mês em que se inicia oficialmente começa o inverno no Hemisfério Sul, o acumulado de chuvas deve ultrapassar a média histórica para o mês, de 337,6 milímetros, no Recife e cidades vizinhas. Com essa previsão a APAC traz a público também uma preocupação: não é possível afirmar, por ora, se as chuvas serão espaçadas durante o mês ou se cairão de uma vez.

Volto a dizer, o que falta aqui no Nordeste, especificamente em nosso Estado de Pernambuco, é um planejamento para controle e combate ao desmoronamento de barreiras e construção de habitações nesses locais e em aéreas ribeirinhas, os ditos representantes do povo devem, neste momento, se preocuparem com o que vem pela frente, ou seja, mais chuvas e a falta de locais adequados para receberem os desabrigados. Quem são os responsáveis pela segurança do povo que paga altos impostos? Em primeiro plano vem a figura do governador, o maior representante do Estado, no caso Pernambuco terá como principal culpado por novas tragédias o senhor Paulo Câmara, que neste último evento funesto se omitiu claramente e até evitou se encontrar com o presidente da República simplesmente por não apoiá-lo politicamente por ocasião de sua visita a nossa região para se inteirar dos fatos pessoalmente. Em seguida vem a figura do prefeito do Recife, que pouco fez para amenizar a dor dos recifenses vítimas das fortes chuvas. Quero responsabilizar também os prefeitos das cidades vizinhas atingidas pelas águas, particularmente os gestores de Jaboatão dos Guararapes, Olinda e Camaragibe, as quais sofreram maiores danos. A culpa pelas tragédias e por outras que virão cairão em cima dos senhores vereadores e deputados, os quais têm a obrigação de zelarem por quem paga os seus salários, que é o povo através de impostos.

Vai aqui um apelo para que essas pessoas acima citadas se liguem e procurem sair de seus gabinetes com ar condicionado para irem de encontro ao povo sofrido que mora (ou morava) no alto dos morros e nas suas encostas, indo também procurar aqueles que têm suas habitações na beira dos rios para que essas famílias tenham dignidade de moradia, ofereçam a elas algum tipo de ajuda e não deixem que mais pessoas venham a morrer soterradas ou afogadas em canais entupidos de lixo.

Moacir Rodrigues
Enviado por Moacir Rodrigues em 02/06/2022
Reeditado em 02/06/2022
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