Não houve golpe em 2016

 

Quase ninguém lembra disso, mas na ocasião do julgamento de Dilma Rousseff pelo Congresso o digno e honrado Senador José Antônio Reguffe, então sem partido (tinha-se desligado do PDT para ter liberdade de dar seu voto), ao ser chamado para votar fez o cotejo entre os dois decretos presidenciais, razão do processo, e a Constituição Federal. É significativo que uma emissora de televisão, não lembro qual, que transmitia os votos, tenha cortado para os comentários de um repórter enquanto Reguffe falava, a grande mídia, predominantemente esquerdista, nunca gostou dele e da sua isenção, austeridade e honestidade. Só mais tarde pude assistir em vídeo do YouTube.

Reguffe demonstrou por A mais B que os decretos de Dilma eram inconstitucionais e que ela havia sim, cometido crimes de responsabilidade e que portanto devia sim ser afastada. Simples assim. Não mandou beijos e abraços para a família, o cachorro e o papagaio, não deu vivas a figuras polêmicas e nem lançou maldição sobre a Rede Globolixo, como fez, talvez fora de hora, um parlamentar que era pastor protestante.

Não importa no caso que muitos votaram contra Dilma por razões egoístas, interesseiras, ideológicas ou por simples disputa de poder. Isso acontece em qualquer votação de impedimento. Importa é que houve razão justa e legal para afastar a presidente. Reguffe foi certeiro e cirúrgico.

Aliás alguma coisa me diz que o Senador José Antônio Reguffe algum dia será Presidente da República. E talvez mais cedo do que se pensa...