A INSEGURANÇA DESESTRUTURANTE BRASILEIRA E OS SUPERFICIAIS PROJETOS DE ESQUERDA PARA A SEGURANÇA PÚBLICA NO BRASIL

De fato tudo precisa ser debatido e projetado neste território, inclusive um País e a Nação.

A complexidade está nisso, como fazê-lo, e tudo, ao mesmo tempo, agora no século XXI.

Três séculos e meio de colônia, exploração, monarquia e escravização, e uma república oligárquica, que não consegue superar o modelo secular de capitanias hereditárias.

Esta é a nossa maior ‘herança maldita’.

“Nossa” república não é 'Res publica', pois se mantém sob os domínios privados de castas familiares, rurais-agrárias e urbanas-comerciais, financiadas por banqueiros especuladores, narcotraficantes e contrabandistas de tudo, e não atoa nossa industrialização é tardia, nossa educação é sofrível, a ciência e tecnologia negacionada, a cultura e a história manipulada, seja para apagar e cancelar as lutas e resistências populares, seja para nos manter intencionalmente alienados e imobilizados nos entretenimentos.

O Brasil é até aqui fruto de toda a dominação da ‘elite atrasada’, apátrida, colonizada, vira-lata, que nos governa, controla, explora e domina.

Neste cenário histórico, digo que este país era para ser ainda mais violento do que percebemos no dia-a-dia, pois há uma cristalização da "violência" urbana, nos pobres delinquentes, e apagamentos das outras violências, bem mais graves, praticadas cotidianamente pelas elites, pelo sistema, pelos desgovernos; violências estruturais e institucionais, que estão no cerne, nas raízes, de todas as nossas violências, e que desestruturam o Brasil.

Por isso se vê dificuldades no debate sobre Segurança Pública, pois a essas elites, e parte da classe média, o que importa é manter o status quo, a quaisquer custos, serem conservadores na opressão e repressão, sobre a maioria da população, sobre os trabalhadores, os negros, os indígenas, sobretudo, sobre os miseráveis mais empobrecidos da sociedade.

Segurança Pública de fato é complexa, dentro das complexidades humanas, e a Esquerda não se furta a propor avanços na área, porém, como sempre digo, o Brasil é inseguro conjunturalmente e violento, pela matriz que nos concebeu.

Difícil, né!

A Esquerda, a centro-esquerda, os democratas-progressistas, têm que avançar pr’além dos modelos de repressão policial ostensiva, sobre a população, que na base são ‘modelos de apartheid’ concebidos para a manutenção de controles e domínios, por uma classe dominante, objetivando que essa ‘elite’ tenha sensações de ‘segurança privada’, por meio do apartamento da maioria populacional dos seus espaços de convivências.

Os ‘Modelos Apartheid de Segurança’ não visam as causas da violência social, mas os efeitos que essa violência possa desencadear, sobre as elites, portanto, nesse modelo, as políticas de segurança pública se materializam por meio de ações policiais repressoras, organicamente militarizadas, muitas vezes complementadas por milícias, onde muito pouco se trabalha a prevenção dos crimes, se negligencia a inteligência, a ciência forense, e os processos civis, que possam de fato promover a segurança pública, para todos, e fazer de fato, e de direito, uma justa Justiça Social.

O grande desafio da Esquerda, nesse contexto, é democratizar a segurança pública, no Brasil, humaniza-la, colocá-la sobre controles sociais, e descentraliza-la dos interesses privados das elites; edificando um ‘Projeto de Segurança Pública e Defesa Civil’, que desmilitarize a área, as polícias, os corpos de bombeiros, construindo e desenvolvendo um novo ‘Sistema Único de Segurança e Defesa Civil’, universal, integrado e equitativo, sob controle judicial-social.

As tarefas de reconstrução nacional serão árduas, da Educação até o País e Nação, que queremos socialmente edificar e desenvolver coletivamente.

Nada jamais será fácil, quando o que se objetiva é uma Sociedade Democrática, Igualitária, Desenvolvida, Sustentável e Socialmente Justa.

Mas, podemos revolucionar tudo isso, e concebermos de fato, e de direito, um País, que seja o fruto da Nação; independente, soberano, justo, democrático, popular, desenvolvido e líder-estratégico, na América Latina e todo o Hemisfério Sul.

Vamos avançar juntos, brasileiras e brasileiros!

Marco Paulo Valeriano de Brito

Enfermeiro-sanitarista - Administrador-público - Teólogo católico-franciscano - Gestor de Pessoas e do Trabalho - Professor e Pesquisador em Saúde Coletiva - Ativista social - Articulista - Escritor - Poeta - Cronista - Esquerdista - Comunossocialista-petista.