DIVERSIDADE, EQUIDADE E ALTERIDADE SEMPRE! E DITADURA NUNCA MAIS...

DIVERSIDADE, EQUIDADE E ALTERIDADE SEMPRE! E DITADURA NUNCA MAIS...

VALÉRIA GUERRA REITER

Os conhecimentos prévios são inevitáveis durante o permanente processo educacional, eles fazem parte da prontidão de cada ser. E precisam ser (sempre) levados em consideração.

A avaliação de um alunado passa pelo crivo oriundo da lavra dos antecedentes prévios de saber, que cada “ser em alumiação”, ou seja, cada aluno carrega em sua bagagem acadêmica. Seria absurdo excluir o pretérito cultural e social de cada humano: ao nos tornarmos docentes, ou o que o valha, dentro da formalidade escolar.

Extraio de minha vivência professoral, de anos no Rio de Janeiro com diversas experiências plurais com discentes portadores de comportamentos variados. E sempre a tônica da equidade, e alteridade fora minha companheira ao atuar no palco (por vezes) intricado do complexo projeto/ processo de gerar educação, e nunca como reprodutora, mas sempre com o senso crítico e a liberdade de ação recheada do encantamento da reflexão, e do respeito à ética na diversidade. A educação bancária não cabe na mala do humanismo, ela é um ato de exclusão. A educação existe para transformar a sociedade, e não a adestrar aos seus interesses rapaces.

Encontro na práxis do psicodrama moreniano uma ferramenta genial para combater o fenômeno biopsicossocial da colonialidade crônica. Junto à diversidade humana, ele une o teatro a psicologia, e faz brotar a unicidade. A técnica é aplicada ao grupo, e ao mesmo trabalha o indivíduo. Inclusive sob a forma de “Ideia legislativa” enviei a Casa parlamentar Senado federal uma proposta para incluir o PSICODRAMA como disciplina da grade curricular do Ensino Médio. Como atriz e produtora teatral com DRT 046699-Rj já realizei inúmeros projetos transversais lúdicos, utilizando a dramaturgia como ponto alto, com alunos da Educação básica ao longo de uma de duas décadas, e vi os resultados brotarem, muitos deles transformando a apatia colonial brasileira da maioria, em valorização da autoestima há muito perdida. Isso foi uma intervenção e tanto.

Dentro de uma centro estudantil, é elementar que se tenha uma APM, tal Associação de pais e Mestres com o funcionamento de uma Caixa Escolar, isso fundamenta de forma financeira possibilidades de assistência ao alunado e afins, o que gera um conforto mais amplo em relação ao atendimento às necessidades especiais, e diversidades. Na Espanha há a presença de agentes externos na colaboração do processo educacional e educativo para o bem comum da comunidade que estuda, especialmente na orientação em prol das diversidades.

Hoje, no Brasil, e isso eu pude constatar em loco, ainda se escuta docentes questionando que atenção à diversidade precisa diminuir o número de alunos reconhecidos como “normais” em pelo menos cinco para um dito “deficiente”.

Já realizei um trabalho externo, em um Centro de Cultura bem próximo a Escola Estadual onde ministro aulas de biologia. O tema interdisciplinar e transversal abordado para alunos no contra turno e outros não alunos atendidos no Centro Cultural foi o teatro: desde a história, leitura silenciosa, leitura dramatizada e atuação em peças.

Neste caso particular, ou estudo de caso, os resultados foram positivos, e inclusive atenderam grandemente a toda sorte de preconceito de gênero, etnia, credo, ageísmo e etc.

Para exemplificar de forma institucional e formal como ações cidadãs são vitais no atendimento acadêmico, dentro e fora do espaço escolar formal deixo em anexo a experiência que foi formular uma ideia legislativa (como citei acima) para o Parlamento, no caso o Senado Federal brasileiro, para ser transformada em projeto de lei, a fim de que o respeito, a ética, e a alteridade possam sobrepujar o egoísmo, a tirania e a injustiça.

REFERÊNCIAS:

1. https://www12.senado.leg.br/ecidadania/visualizacaoideia?id=156457

2. VERONESE, Joseane Rose Petry. Direito da Criança e do Adolescente: Vol. 5.

Florianópolis: OAB/SC EDITORA, 2006.

3. ONU. Declaração Universal dos Direitos Humanos

4. RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

5. https://campus2.funiber.org/mod/scorm/player.php?a=6486&currentorg=ORG24D688F8

6. QUIJANO, A. (2000), “Coloniality of power, ethnocentrism, and Latin America”. Nepantla, 1 (3): 533-580.

Valéria Guerra
Enviado por Valéria Guerra em 31/03/2022
Reeditado em 31/03/2022
Código do texto: T7484995
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