Espanha-Marrocos: Saara marroquino, enclaves de Ceuta e Melilla e a carruagem da política espanhola
No quadro da última década, os dois países vizinhos e fronteiriços, Marrocos e Espanha, conheceram momentos de altas e baixas, o Saara marroquino como linha vermelha objeto do rompimento das relações, consequência do apoio ao separatismo da frente da polisario, aliado da Argélia, agravando ainda mais o clima entre os dois governos.
Nesta última semana, o governo espanhol, através de uma mensagem enviada ao rei do Marrocos, foi o suficiente para retomar o caminho normal de relações e estabelecer canais diplomáticos, com a volta da embaixadora a Madrid, além do reconhecimento do plano marroquino de autonomia, como solução definitivo ao saara marroquino.
O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, prepara-se para visitar, esta quarta-feira, os enclaves sob a ocupação espanhola, Ceuta e Melilla, passo que veio logo após a mudança que marcou a política externa ibérica sobre a questão do Saara marroquino, tendo em vista informar os deputados espanhóis do mérito da decisão do Madrid.
O governo espanhol envolve uma série de reuniões interativas com vários líderes do partido da direita e esquerda dos últimos dias, no meio de uma onda de reações da direita, rejeitando qualquer reaproximação entre Rabat e Madri, implicando a questão do Saara marroquino.
Os desdobramentos das relações marroquinas-espanholas têm levado as duas capitais a manter conversas permanentes, com vista a superar a crise tempestuosa, dados os interesses econômicos comuns à luz da pandemia.
O estadista Pedro Sanchez enfrenta oposição interna no nível do governo, quanto ao Partido Podemos, cujos alguns líderes do Partido Popular enfrentam as críticas, decorrentes do nível das relações caracterizadas de normalidade.
A economia implica uma roda de relações políticas,objeto da frágil situação que conhece a economia do sul de Espanha, sobretudo em enclaves de Ceuta e Melilla, cujo acordo conjunto sobre a questão do Saara marroquino tem levado a uma nova era nas relações entre as partes.
A oposição do governo espanhol continua, portanto, a manter um clima de patinar nas bolhas mediáticas que os separatistas da Frente Polisário tentam, através do Argel, cujos interesses económicos e energéticos estabelecem um certo ritmo rumo ao reconhecimento da integridade territorial do Marrocos sobre o Saara.
Assim, a fronteira entre Ceuta e Melilla, limite do norte com Marrocos torna-se um espaço de livre comércio e aberto após a visita do responsável espanhol, Sánchez a Rabat.
Sr Pedro Sanchez, durante o seu contacto com os seus homólogos marroquinos esclareceu sobre o terreno comum com os componentes da coalizão governamental quando tratou da recente decisão de apoiar o Saara marroquino, envolvendo o componente de esquerda, e alguns atores internos praticantes da posição, e por sua vez e o conteúdo da decisão.
Tal oposição interna e externa ao governo levou Pedro Sanchez a organizar uma visita às zonas ocupadas para confirmar que o acordo bilateral prevê o apoio aos marroquinos sobre a questão do Saara em troca não reivindicar nem reclamar os enclaves de Ceuta e Portos de Melilha.
Concluindo que o primeiro-ministro espanhol tem enfrentado forte oposição, no sentido de alegar e abandonar seus princípios de esquerda em apoio à Polisario, frisando que a força do vento levou ao acordo que é maior que o governo, enquanto outras partes intervém no sentido de pressionar a Espanha a aceitar o consenso com Marrocos, a exemplo dos Estados Unidos, cujo papel tem sido extremamente activo no programa do reconhecimento do saara marroquino.
Lahcen EL MOUTAQIPesquisador universitário-Marrocos