A MAÇÃ E A MAÇÃNARIA (V)
A MAÇÃ E A MAÇÃNARIA (V)
TUDO QUE DERIVA dela, Eva, está associado à volúpia, à traição, à disseminação da imprudência, do cinismo, da safadeza, da sedução. Parece que as mulheres não mudaram muito desde então??? Mas estão determinadas a mudar os paradigmas que delas fizeram as narrações bíblicas e outras ontologias de abstração “metalfísicas”.
LANA JENNIFER Lokteff, líder das mulheres supremacistas brancas nos EUA, teórica da conspiração antissemita americana de extrema direita (alt-right) afirma das mulheres de modo geral: — “Elas só querem ser bonitas, casar e ter filhos”. Diz ela que essa é a única realidade das mulheres, quer sejam ricas ou pobres. O que é, talvez, um exagero: as mulheres pobres têm tempo apenas de ir ao cabeleireiro fazer o cabelo e as unhas, correr atrás de um marmanjo para se amigar, ver o programa dominical do “tio” Sílvio e, uma vez casadas, ter filhos pra Jesus criar. Ou então calçam sapatos.
DE QUAIS MENSAGENS genéticas o DNA das mulheres é portador??? Segundo opinião dos cineastas brasileiros do cinema nacional da Companhia Cinematográfica Vera Cruz (1949/1954) os espectadores da época compareciam às poltronas do cinema para ver coxas, peitos e bundas das atrizes popozudas. As famosas chanchadas abriram caminho para as produções cinematográficas posteriores de qualidade superior às dramatizações de Ankito, Oscarito, Grande Otelo e Mazzaropi.
O PRESIDENTE FRANCÊS Charles de Gaulle afirmou peremptoriamente: — “O Brasil não é um país sério”. Ora, vendo o pessoal da Chanchada, o Mazzaropi, a quantidade enorme de marmanjos vestidos de mulheres nos blocos dos carnavais, a ficção nacional dramatizada nas escolas de samba da Marquês de Sapucaí, talvez tenha tido conhecimento do teatro da ilustre e vigorosa dramaturgia de Nélson Rodrigues, com suas mulheres que melodramatizavam a família brasileira... Observando os políticos acanalhados... Que mais De Gaulle poderia dizer desse país???
A POLÍTICA CONTINUA mais acanalhada do que nunca. O Centrão e a família Bozo estão aí e não me permitem mentir. É evidente que o país ganhou ares de modernidade sob a influência dos movimentos estéticos da virada do século XIX para o século XX. A Semana de Arte Moderna que não poucos intelectuais cariocas desvalorizam, chamou a atenção do país para a necessidade de uma modernidade que não fosse representativa apenas das candongas intelectualizadas dos jornais fluminenses e da boemia da zona sul da cidade, tida e havida maravilhosa do Rio de Janeiro, fevereiro e março.
A MAÇÃ DE mamãe Eva continua sendo mordida. "Nhoque, nhoque, nheco nheco" todos os dias. Mas não há paraíso, achado ou perdido, que possa substituir a imagem da mulher brasileira brejeira, corpo enorme, cabeça pequena, de rebolado carioca ou baiano, das novas gerações associadas à Garota de Ipanema, e/ou ao mercado do sexo tipo exportação de popozudas de Ipanema e garotas Bossa-Nova.
AFINAL DAS CONTAS ainda associadas ao cinema nacional modernizado, o sonho lindo de Eva continua a fazer a cabeça de donzelas em todas as zonas: de norte a sul de leste a oeste. Assim como os desfiles da ficção nacional brasileira da história do Brasil a história do carnaval. Ambos desfilam na memória nacional (é quase a mesma coisa: história do Brasil e História do Carnaval). Sabemos que um país que teve os generais da ditadura a governar por 21 anos, Sarney, FHC, Lula, Dilma, Temer, Collor e Bozo presidentes da República, não poderá ser considerado, tão cedo, um país sério. Um país que exporta travestis e brasileirinhas de cabaré para todos os demais países do mundo globalizado pela mordida da Maçã, não é sério.
A MAÇÃNARIA NÃO é um fenômeno apenas nacional. Está globalizada em todas as páginas das revistas e jornais. Nacionais e internacionais. Clique no controle remoto e pare um minuto no Big-Brother, ou em outro qualquer programa dito de humor. O presidente De Gaulle deveria mesmo ter afirmado: "este mundo não é, nem de longe, um mundo sério”. A impressão que tenho ao ver o massacre na Ucrânia, os constantes e inúteis apelos do presidente Zelenskiy às potências de países da Otan, que mais posso afirmar, eu e meus raros e caros leitores recantistas, senão: "Sério Este País Né Não"!!! Nem Esse Mundo Sertão”!!!