Goela abaixo
Goela abaixo
O eleitorado brasileiro não está percebendo que a velha política, aquela que possibilitou a ascensão ao poder de medíocres e corruptos, está enfiando goela abaixo, de todos nós, candidatos horríveis, sem que possamos nos rebelar contra esta violência aos ideais democráticos.
Está errado. Vivemos a pior crise social e política da nossa história, fato que exige pessoas, competentes e honestas, patriotas, sejam eleitas para governarem o nosso país. Cidadãos que, no entanto, são impedidos de se apresentar com candidatos, por força de dispositivo da Constituição que os obriga filiação a um Partido Político, (o Brasil é um dos raros países democráticos que cultivam esta exigência). Os possíveis candidatos, decentes, se negam a participar do jogo sujo, de cartas marcadas, que os atuais dirigentes partidários praticam, decidindo, previamente, os resultados das convenções, indicando quem serão os candidatos e como serão distribuídos os polpudos recursos do Fundo Partidário, para o financiamento das campanhas.
Já se sabe, a nível federal, quem vai ganhar: ou vamos reeleger o tresloucado incompetente ou o corrupto condenado. Os atuais candidatos não têm sabedoria nem a grandeza de alma que o Brasil e o mundo exigem.
Os políticos não votarão proposta para a eleição de candidatos sem Partidos, o que poderia ser a melhor alternativa para a nação brasileira. Milhares de mulheres e homens competentes, honestos e patriotas, que poderiam redirecionar o Brasil na direção da promoção da Justiça e do Bem Comum.
Um processo espera decisão sobre candidatos sem partidos no Supremo Tribunal Federal. A argumentação favorável à tese, atualizando a nossa Constituição, que prevê emenda do seu texto pela adesão do Brasil a Acordos Internacionais, que digam respeito à promoção de Direitos Humanos, (no caso votar e ser votado, Convenção de Direitos Humanos de Costa Rica, 1969, o Brasil participa). No Senado Federal repousa, na Comissão de Constituição e Justiça, projeto de Emenda Constitucional permitindo o voto avulso.
Por que não? Homens e mulheres podem fazer a diferença. Candidatos sem Partido, independentes, competentes, honestos e patriotas, podem mudar o curso da triste história do nosso país.
Eurico de Andrade Neves Borba, 81, ex professor da PUC RIO, ex Presidente do IBGE, mora em Ana Rech, Caxias do Sul. eanbrs@uol.com.br