Os cenários doconflito Moscou-Ocidente oscilam entre “guerra híbrida” e armas de calor
O conflito regionalentre a Rússia e a Ucrânia passou de um conflito militar do terreno no qual asfrentes se frequentam para uma guerra “híbrida”, utiliza-se um conjunto dedissuasão estratégica, cujo Moscou não vai permitir que as potências ocidentaiscontrolem o curso do conflito e determinar o seu teto e sua duração no tempo.
Na opinião dos especialistas no domínio da segurança e assuntos estratégicos, espera-se que, após o novo pacote de sanções europeias e americanas contra à Rússia, tornando esta ûtlima tente elevar o nível da força de seu ataque para impor uma fato consumado, concretizando seus objetivos na Ucrânia, o que se anota através do uso de força excessiva, para encerrar a batalha na Ucrânia.
Diante das capacidades das forças russas e da possibilidade da queda da capital, Kiev, mudando o equilíbrio de poder, os países ocidentais podem concentrar-se na próxima etapa sobrea estratégia de transformar a Ucrânia em um país porcino de resistência. Os ucranianos, cada vez mais, vão se afastar da guerra no sentido tradicional, recorrendo a um método militar, que é conhecido em termos estratégicos denominado do porco-espinho.
Tal fato é revelado pela natureza das armas leves e munições europeias e americanas destinadas aajudar os ucranianos, como os mísseis americanos “Stinger” e “Javelin”, além das armas britânicas, mísseis antitanque “NLAW”, segunda geração e mísseis “AT” 4” Suecos, considerados mísseisanti blindagem e antitanque, ou ainda mísseis antitanque “Law M72”, fabricados na Noruega.
Tal situação reforça a hipótese de que os países ocidentais estarão convencidos da estratégia da recusado confronto, não seja mais viável, sobretudo com o avanço das forças russas emvárias frentes. No entanto, fica opior cenário militar que esta ajuda europeu-americana pode levar Moscou a usar armas “letais” objeto de uma guerra híbrida na qual se usa uma série de dissuasores estratégicos.
Sabe-se que a Rússia tem armas térmicas de alta potência que podem ter um forte efeito no equilíbrio militar nas regiões ucranianas que ainda resistem ao avanço russo.
Os desdobramentos dessa guerra vão mudando internacionalmente, após o aumento do ritmo das sanções internacionais e o equilíbrio militar no terreno, podendo levar a Rússia autilizar outras armas consideradas muito desenvolvidos, sob o título do pai de todas as bombas, cuja explosão origem de alta temperatura que visa a matar e a acabar com todas as armas e fumigação de quaisquer corpos e armas.
No mesmo contexto, tem sido até agora utilizado apenas cerca de um terço das forças russas na operaçãono leste da Ucrânia, que entraram na batalha com muita vigilância. Portanto, um dos cenários aos quais Moscou poderia recorrer em resposta ao pacote de ajuda e sanções dos EUA-Europa, engajando todas as suas forças e até mesmo suas capacidades cibernéticas, bem como as infraestruturas e financeira da Ucrânia.
Lembra-se que o primeiro uso da guerra eletrônica foi em 2007, após o ataque da Rússia à Estónia. e Geórgia em 2008. Moscou, assim, pode recorrer nos próximos dias a guerra híbrida na tentativa de isolar Ucrânia do mundo, tal medida implica o uso de “mísseis digitais”, com vista a infraestrutura ucraniana, sobretudo o setor bancário e financeiro, como repercussão negativa sobre a resistência, a economiae a sociedade ucraniana.
Tais repercussões dassanções impostas ao Banco Central da Rússia e aos bancos locais, constitui-se em um conjunto de fatores econômicos, podendo abalar os equilíbrios geopolíticos em nível internacional. Embora a Rússia tenha tomado, há muito tempo, várias medidas, colocando em prática mecanismos financeiros para reduzir tais medidas, cuja economia russa vai conhecer desequilíbrios conjunturais.
Vários fatores podem fazer com que essas sanções impostas surtem efeito limitado, porque a situaçãonão será catastrófica para o país no curto prazo; uma vez que em primeiro lugar, a situação financeira do país continua forte, a dívida externa representa apenas 36% do PIB.
Em segundo lugar, o Banco Central da Rússia possui grandes reservas cambiais (US$ 470 bilhões, para apoiar a moeda local.
No longo prazo, o declínio no investimento estrangeiro e o fraco consumo doméstico resultante deuma moeda fraca e salários mais baixos terão um impacto notável nas perspectivas de crescimento da Rússia, pois as exportações russas para a China e outros países aliados podem compensar parcialmente esses efeitos negativos.
No nível estratégico, não é fácil para a Rússia perder sua arma energética como meio de proteger os interesses nacionais, sobretudo porque não há fontes realistas, de custo e políticas de alternativas de gás com que a Rússia abastece o mercado europeu. Sobretudo o mercado da Alemanha, sem uma infraestrutura para comprar gás natural liquefeito americano.
Finalmente,esta crise vai levar a uma exacerbação e aumento do déficit da poupança e financiamento monetário, além do grande buraco nos investimentos. E diante desses desafios, o financiamento externo e os empréstimos de médio e longo prazo podem ser uma das alternativas expostas para cobrir tal déficit resultante.
Lahcen ELMOUTAQI
Professor universitário- Marrocos