Controvérsia do Debate Político
Depois do longo jejum eleitoral, eis que no ano de 1989 surge a possibilidade de a população brasileira eleger seu Presidente da República. Exatamente no dia 14 de dezembro, já no segundo turno, o último grande debate entre Lula e Collor. Cada um tem como estratégia apontar seu lado positivo e o lado negativo de seu adversário. Ao chegar no tema da economia, Collor soltou sua última flechada em Lula, que dizem ter sido a razão de sua vitória. Encarou Lula, olho no olho e disse: "Lula, a poupança é o que há de mais sagrado para o pobre. Representa anos de sacrifício para a realização de um sonho. A compra de uma casa, a faculdade de um filho, uma viagem ou qualquer aquisição de um bem de maior valor. Você não pode bloquear ou sequestrar a poupança." E o pobre que ouviu aquilo direcionou seu voto para Collor.
No dia 16 de março de 1990, um dia após a sua posse, agora é o próprio Fernando Collor, na condição de Presidente da República, que faz exatamente aquilo pelo que condenava seu adversário e que provalvemte foi a causa de sua vitória.
Quem tinha suas economias em bancos não podia sacar além de 50 mil cruzados, valor de baixo poder aquisitivo, apenas atendendo as necessidades baísicas, desfazendo os sonhos de adquirir um bem de valor maior.
Eis aí a controvérsia do que se diz nos debates: aquilo que o eleitor quer ouvir.