TEATRO E OPRIMIDO
Na sua rica experiência do Teatro do Oprimido, Augusto Boal relembra o comovente encontro com um camponês que se entusiasmou muito com uma cena em que o elenco interpretava uma rebelião contra o latifúndio. A ponto de pedir que o grupo teatral se unisse a ele numa luta real contra o sistema opressor:
"Quando lhe dissemos que éramos verdadeiros artistas e não verdadeiros camponeses, Virgílio ponderou que, quando nós, verdadeiros artistas, falavámos em dar nosso sangue, na verdade estávamos falando do sangue deles, camponeses, e não do nosso, artistas, já que voltaríamos confortáveis para nossas casas." 1
("Hamlet e o filho do padeiro", Augusto Boal, pg. 213.