HIPOCRISIA E DESCASO - CHORA PETRÓPOLIS!
HIPOCRISIA E DESCASO - CHORA
PETRÓPOLIS!
VALÉRIA GUERRA REITER
As imagens da cidade Imperial (Petrópolis) que chegam amiúde através de grupos e evidenciadas nas Redes deixam clara a tragédia social que abalou o município serrano. A destruição foi ampla. No entanto, toda forma de lamento só recai sobre os ombros do fenômeno natural das chuvas de verão.
Há rios entrecortando a cidade onde o império fez lar e imperou em uma monarquia escravocrata. Deus? Fenômeno natural? Questionamos o que causou tamanha catástrofe ontem aqui em Petrópolis...
Mas o que realmente as estatísticas nos mostram é que existem mais de 50.000 pessoas residindo em áreas de risco. A natureza em seu curso não pretende entender que existem pessoas à sua frente; ela segue um destino dentro de ciclos biogeoquímicos; e o ciclo da água é fácil de entender com suas etapas: evaporação, condensação, precipitação e chuva, e isso ocorre há bilhões de anos, pós-atmosfera.
A população petropolitana é de 307 mil habitantes distribuídas em 5 distritos: Petrópolis, Cascatinha, Itaipava, Pedro do Rio e Posse. Será que a densidade populacional é equilibrada? Não. Vejamos o fragmento a seguir: Primeiro Distrito de Petrópolis: Petrópolis - Nesse distrito, concentra-se a maior parte da população da cidade. É um distrito que concentra também a maior parte do comércio da cidade. Sua divisão de bairros é bem densa, pois a maior parte dos bairros se localiza no primeiro distrito, inclusive o centro da cidade, onde tem a prefeitura, os edifícios principais, prédios antigos, grandes colégios, lindas avenidas, grande concentração demográfica em vários prédios, sejam comerciais ou residenciais, e principalmente os museus, que grande parte deles estão nesse distrito.
O primeiro distrito se divide em dezenas de bairros, mas os principais são:
CENTRO - VALPARAÍSO - BINGEN - QUITANDINHA - MORIN - ALTO DA SERRA - ALTO INDEPENDÊNCIA - CASTELÂNEA - SIMÉRIA - RETIRO - MOSELA - SÃO SEBASTIÃO - VILA MANZINI - MOINHO PRETO - DUARTE DA SILVEIRA - FAZENDA INGLESA - ROCIO - BATAILLARD - JOÃO XAVIER - 24 DE MAIO - DUAS PONTES - PONTE FONES.
É do feitio do Capitalismo capitanear, entre outras demandas liberalóides: abarrotamentos de áreas urbanas, como ocorre com o primeiro distrito do município da cidade atingida, em questão, realmente é “mui bem planejado” pelos títeres do neoliberalismo, que tem como meta “fria e calculista” a obtenção do lucro, e obviamente isso se dá lançando mão de estratégias cheias de meritocracias falseadas que são engendradas dentro das mentes incautas de uma população enredada há anos por um modo de viver colonial.
Sobreviver é o lema para quem cai de paraquedas em um mundo gerenciado por um sistema desigual e combinado e as chances de sucesso humano neste empreendimento desumano é quase nula.
Imaginem o quanto o crescimento desordenado que concentra mais gente em menor área poderá gerar impactos ambientais negativos, como o que vimos ontem (especialmente) no centro histórico de Petrópolis, que se localiza neste primeiro distrito, que é na verdade a vitrine da dita cidade Imperial. Precisamos é claro de utilizarmos o teorema de Pitágoras para projetarmos com mais humanidade e equidade nossa arquitetura urbana.
#Foradesigualdade