Liderança de Marrocos na África vis a vis da Argélia 

A Argélia e Marrocos, dois países do norte da África com capacidade complementária, mas em constante atrito, disputam sobre a hegemonidade territorial, cuja integridade territorial marroquina não demora a dissipar as pretensões argelinas, sem poder reativar ou executar a passagem de fronteira terrestre entre Argélia e  Mauritânia.

O palácio El Mouradia argelino pretende lançar uma nova linha marítima entre as duas partes, no sul do Saara, mas fica uma missão que depende de outros instrumentos e requisitos da política externa, o que leva perguntar sobre a margem do sucesso deste projeto?

 A Argelia pretende implementar tal projeto mar[itimo no final  de fevereiro corrente, visando a impulsionar as trocas comerciais entre a Argélia e o resto dos países africanos .

A Argélia procura a sua profundidade africana com esta linha marítima, escondendo ou deixando por trás competir com Marrocos, em relação a seus mercados comerciais no “continente castanho”, e face a esta crise económica,  de fortes perdas financeiras, implicando a procura de novos mercados na África Ocidental.

A Argélia aposta nesta linha, como forma de encorajar a  empresa "Anisar Line",   especialista no domínio marítimo, reduzindo assim por cinco os dias e o período de exportação para a Mauritânia; mantendo uma viagem a cada 20 dias para exportar vários produtos argelinos no sentido da Mauritânia, bem como aos países africanos vizinhos.

As políticas argelinas constituem uma forma de exibir aos países da região um certa potência hegemônica, e geralmente imprecisas, especialmente aquelas relacionadas com os aspectos econômicos e comerciais, devido à ausência de percepções práticas e logísticas de seus respectivos projetos.

Tais  políticas argelinas apontadas, ultimamente pelos generais como uma cobiça estrangeira, constituem uma pedra oposto às tendências marroquinas,  baseadas nas necessidades  da boa vizinhas e de integração socioeconômica e histórica; o que leva a concluir que os danos superam os benefícios pretendidos.

Tal passagem da fronteira entre a Argélia e a Mauritânia parece estar regida por muitos obstáculos; Incluindo o alto custo em termos de infraestrutura, principalmente porque a maioria das estradas são de areia, além do desafio dos movimentos terroristas que a cercam, além do alto custo do transporte para atravessar  essas zonas.

As exportações argelinas para a África através do portão de Marrocos são consideradas estratégicas; face a carga  de sentimento assimétrico, e   comportamento emocional da Argélia, negativamente afetam as políticas comerciais e econômicas. 

Quanto à linha marítima, uma forma de marginalizar a região, indo no sentido do sahel-saara, face a um perigo caracterizado  por quase os mesmos obstáculos que a travessia terrestre em termos de capacidades logísticas e percepções práticas.

Finalmente, esta linha marítima poderia ser uma estação de partida para a África em termos de gás e petróleo; Argelia depende desses recursos em seus aspectos comerciais e economicos, uma vez que esta linha  significa confiar em seus arredores desérticos,  abrindo sobre os terrorismo e ameacas, voltadas para as fronteiras sobre o sahel-saara onde muitas organizacoes terroristas mantidas e concentradas.

Assim, Argélia, antes  de estabelecer quaisquer projetos, deve enfrentar os desafios internos e da sua política externa, evitando que suas fronteiras meridionais estejam num cenário de guerra contra o terrorismo e instabilidade regional,  invez de concentrar neste último projeto que busca apenas estabelecer um gasoduto com a Nigéria através dessas zonas que depende de integração e cooperação internacional e regional.

Lahcen EL MOUTAQIProfessor universitário-Marrocos

ELMOUTAQI
Enviado por ELMOUTAQI em 11/02/2022
Reeditado em 11/02/2022
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